Capítulo 20.( Amor Fati ) Último

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" Ando por aí querendo te encontrar

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" Ando por aí querendo te encontrar. Em cada esquina, paro em cada olhar. Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar. Quero que o nosso amor pra sempre viva."
⎯Cássia  Eller " Palavras ao vento ".

" E se, num piscar de olhos, o mundo explodisse neste exato momento? Qual seria a tua sensação, além do medo, claro?" Ele me pergunta, realizando o famoso "beijinho de esquimó", em que nossos narizes se tocam. " E quem disse que sentiria medo!?" Respondo com um sorrisinho, "Não tenho a idade para afirmar que já vivi grandes feitos ou que realizei todos os meus sonhos. Contudo, uma explosão não me provocaria medo. Essas coisas não me amedrontam." Respondo e o atraio para um beijo. " O que poderia ser mais aterrorizante que uma explosão?"  Ele pergunta, traçando meu rosto com as pontas dos dedos.
" Não ser capaz de sentir a mim mesmo! Acho que esse é meu maior receio. Não me sentir mais eu."  Ele me olha, esboça um sorriso de canto, respira fundo e completa: "Que deprimente. Às vezes, penso que sua cabeça tem uns pensamentos um tanto cataclísmicos." Eu bufo e olho para o céu através da porta aberta. Não posso mentir que concordo com esse argumento. Às vezes, minha mente viaja tão longe que, ao decidir voltar, um pedaço dela fica onde quer que tenha pousado.
"Ok, cabecinha pensante." Ele diz, apertando meu corpo junto ao dele e continua: "No ano que vem, preciso começar a me preparar para algo relacionado ao meu futuro. O terceirão tem essas coisas, né? Te força a pensar no futuro."  Ele diz bufando. Tenho quase certeza de que o Kauã só está pensando nisso por causa do Sr. Marino. Não é pelo terceiro ano em si. " E você, já tem algo em mente? Alguma faculdade, curso ou sei lá o que dá para fazer depois que acaba esse inferno?" Respondo entrelaçando meus dedos em seu cabelo loiro. Lembrei quando minha mãe comentou após nosso encontro em conjunto: "Ele tem cabelos de anjo. E um menino especial, Hugo."
"Eu sei lá." Diz fazendo uma cara nojenta." Nunca me vi em nenhuma profissão. Nem quando era criança. Todos os meus colegas queriam ser algo ou ter a profissão dos pais. Eu não sirvo para ser professor. Já pensou..." Ele faz um sotaque de velho resmungão e chato: Hoje, vamos aprender sobre blá blá blá blá.  Solto uma risada alta. " Acho que esse tipo de coisa tem que vir de dentro e, com amor. Não por obrigação. Acho que preciso pensar melhor." Sorrir para mim.
" Você seria o pior professor do mundo! Porque iria de skate para o colégio." Ele me lança um olhar de deboche e dispara:
Eu seria o professor mais descolado de todos. Me diz aí, em todos os teus anos de aluno, em que momento viste um teu professor chegando de skate!? Nenhum, né. Eles iriam me idolatrar. Eu seria tipo o Lucas Neto deles.
" Você é doido." Digo sorrindo. E ele me responde também sorrindo:  Eu sou completamente doido!

Na tarde seguinte, dirigimo-nos ao centro. Não era nada espetacular, mas estava rolando uma festa. E as festas aqui têm uma energia peculiar, algo que Kauã atribui à maresia, tornando-nos mais relaxados e facilmente encantados com tudo que nos envolve. Talvez ele tenha razão. Entramos no shopping para petiscar e descontrair um pouco.

Kauã: Olha só para eles.⎯ Referindo-se a um casal heterossexual se beijando junto a um pilar.

Hugo: Às vezes, desejo ser como eles.⎯ Kauã me olha com aquele olhar que diz "não diga isso".

Kauã & Hugo ( Romance Gay )Where stories live. Discover now