Colors | Jikook

Composição VIII

" Eu não quero morrer.
As vezes desejo nem ter nascido."
~ Mercury

Esse capítulo contém cenas homofóbicas .

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Em toda sua adolescência, Jimin não imaginava que passaria por tudo que já passou.

Desde criança, sempre foi sonhador. Mas o comportamento era diferente dos outros meninos de sua idade, tentava fazer muitas coisas e nenhuma delas envolvia brincar com carrinhos ou jogar bola.
Aos cinco anos, gostava de caçar borboletas, brincar na chuva, cobrir o Baunilha de enfeites e tudo que envolvia a cor rosa e amarelo.

Aos dez anos, presenciou os pais discutindo, ele não entendeu nada naquela época, o pai foi embora de casa na mesma noite, enquanto a mãe chorava aos pés de Jesus na cruz.

Agora não estava diferente daquele dia.

— Vamos buscar ajuda pra você, filho. — A mulher disse baixo. — Quem sabe um padre...

— Omma... Do que a senhora está falando? — Jimin limpou o sangue com a manga da blusa, depois encarou a mãe.

— Eu vou ajudar você com isso, meu filho, vamos voltar a ser uma família feliz e...

— Omma? – Se afastou, os olhos ardendo pelo choro. — Nunca fomos uma família feliz. O Appa uma vez me disse...

— Esquece o que ele te disse, Jimin, esquece seu pai! — A mulher se afastou — Ele nos abandonou...

— Ele já não aguentava mais... — Disse, a voz falhava. — O papai foi embora porque já não aguentava mais!

— Não diga besteiras!

— NÃO! — Gritou. — Não é besteira, a senhora fez da vida dele um inferno que ele não aguentou e preferiu ir embora, e desde aquele dia a senhora vem descontando em mim todas as suas angústias. Essa culpa que nunca foi minha!

— CALE A BOCA MOLEQUE, VOCÊ NÃO SABE DE NADA, JIMIN, NADA! NÃO SABE O QUANTO EU ME SACRIFIQUEI PARA NÃO DEIXAR QUE A DOENÇA DO SEU PAI ATINGISSE VOCÊ...

— Doença? — Franziu o cenho. — A senhora me acha doente por ser gay?

O mundo de Jimin caiu sobre seus pés. Era como se toda sua vida até ali passasse em câmera lenta diante dos seus olhos.

Então ele se lembrou, lembrou como a discussão começou antes que chegassem em casa. Naquela noite, sua mãe havia descoberto que seu pai tinha um caso com um amigo do trabalho.

Um homem.

— O papai era gay! — Disse encarando a mãe.

— O que você disse? — A mulher murmurou, parecia uma estátua. — O QUE VOCÊ DISSE, JIMIN?

— QUE O PAPAI ERA GAY! — Gritou e a mãe se encolheu. — E a senhora não aceita o fato de EU SER TAMBÉM!

— Você não é isso! Eu vou fazer você virar homem, Jimin!

— Eu já sou um homem, mamãe. — Assentiu, abrindo a porta do quarto.

— Para onde você pensa que vai?

— Vou pra bem longe da senhora!