Ginevra de' Benci

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Visitei o inferno esta manhã.
Tinha mais corações lá do que imaginei. Todos quebrados.
~Mukowski

🎨

Namjoon levou um segundo inteiro depois de finalmente encará-lo. Alcançou o copo outra vez, mas parou perto da boca, o sorriso desacreditado brincou nos lábios do matemático.

Taehyung trancou a respiração, encarou os dedos longos brincar com a borda do copo de vidro para por fim, se enfeitiçar pelos olhos de serpente mais uma vez.

Há muito espaço entre eles, tanto, que Taehyung precisou dar um passo a mais e depois outro, até finalmente ficar ao lado de Namjoon. É quando ele sente o quanto isso o afeta, e o quanto sentiu falta, tanta falta.

Queria apenas poder inalar o cheiro suave do cabelo, acariciar a pele e sentir os arrepios que costumava fazê-lo sentir, e depois, queimar até as cinzas com o calor firme do corpo alheio, Taehyung queria tanto, estava tão perto, mas tão longe. Cuidadosamente, o tocou sobre a mão sentindo a suavidade da pele.

Namjoon sente o impacto disso, os olhos se abrem mais e ele afasta do toque, então ele olha para Taehyung, o semblante parece cansado, as bolsas embaixo dos olhos entregam a insônia. O músico fechou os olhos e sorri quando sente professor o tocar ali.

Eu amo você. — sussurra — Namu, eu amo você. — as lágrimas descem deixando uma trilha até o maxilar.

— Não amou suficiente pra confiar em mim. — disse e afastou a mão — Eu falhei hoje, quase me convenci que nunca mais te olharia e a única coisa que eu queria era poder te levar daqui, mas eu não posso, Tae, não consigo.

— Nam...

— Sinto sua falta. Todo dia. O tempo todo. — continuou — Mas não dá, eu não posso fingir que não aconteceu nada, eu suportaria qualquer outra coisa, mas isso não.

— Nosso amor não merece uma segunda chance? Nam, por favor, olhe pra mim, pra nós. Estamos definhando. — os lábios se apertaram e manteve o olhar — Me deixa consertar isso.

Os rostos estavam a centímetros de distância, as respirações numa sincronia quase assustadora. No entanto, Namjoon desviou no último segundo.

Quase se beijavam.

Foi por pouco.

Tão... Tão pouco.

E Taehyung o olhou como se Namjoon fosse toda uma constelação de estrelas no céu.

— E desde quando se conserta um coração? — a voz soa embargada — Enquanto eu chorava por você, ele te exibia como um prêmio fácil! Você tem alguma noção do quanto isso dói?

— Não era pra ser assim, eu... nem tenho o que dizer, desculpa. Eu te amo, eu te amo muito.

— Eu sei. Mas me amar não te impediu de me trair.

— Nam... Amor por favor, me dá mais uma chance.

— Dar uma segunda chance é o mesmo que te dar outra bala, Tae, pra você atirar outra vez.

— Não! Não, meu amor, eu nunca mais vou...

— Me trair? Encontrar o Hoseok? — sorriu — Você tinha prometido isso, Tae.

Colors | JikookDonde viven las historias. Descúbrelo ahora