Colors | Jikook

A criação de Adão - 03

"O amor é algo eterno, o aspecto pode mudar, mas a essência não."
~ Van Gogh

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A bebida, mesmo doce, descia amarga pela garganta de Hoseok. O tormento ainda o consumia sempre que via o amor de sua vida trocando beijos íntimos demais com o amor da vida dele. Algo gelado e pegajoso rastejava sob a pele fazendo tudo se revirar.

Do outro lado da mesa, Taehyung experimentava da mesma sensação, talvez pior.

Há dias não que não sabia onde Namjoon estava, nem como estava, até agora. Até sentir cada uma de suas células vibrarem, o coração bombeando mais rápido que o normal, os olhos expulsando as poucas lágrimas embaçando a visão, talvez de pura felicidade, ele não sabia ao certo. O garoto sentiu o corpo reagindo da maneira que o coração imprudentemente ordenava, o desejo esperneando igual a uma criança birrenta.

Por outro lado, o professor sentiu o amargo quase ácido queimando de dentro para fora. A sensação horrível da bebida que havia acabado de engolir retornando lentamente garganta acima.

— Eles estão juntos? — ainda de costas para o suposto casal, Namjoon não ousou olhar mais de uma vez.

Há muito a frente deles, tanto que Jimin e Jungkook tiveram de encarar juntos para a mesma direção.

— Eles não parecem estar juntos, só estão... Na mesma mesa. — Jungkook tenta, mas é inútil. Namjoon não é um garoto que se engana com tamanha facilidade.

— Que conveniente, um encontro casual, então?!

— Nam, a gente pode ir para outro lugar. — Jimin também não está olhando, na verdade, está furioso com o melhor amigo.

— Não. — Namjoon nega, era uma decisão difícil — Não vou fazer isso, eu também preciso continuar.

— E o que pretende fazer, Namjoon?!

— Seguir em frente, Jungkook. — bebeu outra vez— Não é algo que dê para ignorar e perdoar.

— Então, o que acontece quando Maomé não vai a montanha?

— Isso é um ditado ridículo, já que teoricamente é impossível a montanha ter ido até ele.

— Então explica isso aí. — o pintor apontou com o queixo para uma direção da boate.

Namjoon gaguejou quando viu Taehyung se aproximar.

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Han quase escorreu como líquido quando Junghyun abriu a porta do carro. Quase se desmanchou quando estava dentro do abraço apertado e sentiu que explodiria quando a boca macia encontrou a dele num desespero sólido.

As mãos apertando os músculos firmes dos braços enquanto era apertado firme contra o corpo maior.

O peito queimando enquanto sentia os lábios esmagados pelo beijo faminto.

— Oi.

O médico se afastou só para poder olha-lo nos olhos, para se perder um pouco mais, para se embriagar pelo cheiro gostoso que vinha do outro.

— Você demorou. — acusou.

— E você 'tá lindo. — apertou mais os braços em volta do menor — Foram cinco minutos, 'tá tudo bem?