Capítulo 01

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Mêses depois...

A escova desliza pelos meus fios loiros devagar, a empregada amarra eles em um coque baixo, e coloca a presilha com pedrinhas.

- Thess, você ficou linda nesse penteado. - Donatella, minha irmã, murmurou sentada na cama.

- Obrigada...

- Theresa? - ouvi a voz da minha madrasta. - Está pronta? - acenei para ela.

Iríamos até a cidade experimentar meu vestido de noiva, ver se ele estava pronto, até por que, eu me casaria amanhã com Dom Geovanni Bokosvik, dono da Máfia Italiana, herdeiro de tudo que Os Bokosvik consquistaram ilegalmente aos longo dos anos de vida criminosa.

Saímos de casa com um carro atrás do nosso, por segurança, na cidade olhei tudo ao redor. Era difícil sair de casa, eu e Dona estudamos em casa com ótimos professores, meu pai não me queria estudando com outros garotos, nem sequer vi outros garotos da minha idade, ou tive contato.

Eu sou uma moeda de troca, por via das dúvidas, sou dada a um cara perigoso, e em troca eles ficam em paz, sem guerras, sem derramamento de sangue, sem desconfianças.

Assim que cheguei na loja com minha irmã e minha madrasta, Lúcia, as garotas nos atenderam bem, deram a atenção necessária. Assim que vesti o vestido, caiu como uma luva, eu não tinha tantas curvas, nem era avantajada, apenas uma garota normal de hoje em dia.

- Ficou perfeito, Theresa. - Lúcia disse sorrindo.

- Ficou...- sorri mínimo. Eu não queria me casar, mas nem ao mesmo tenho voz, ou opinião de escolha, quando nasci já estava tudo premeditado.

- Vamos, você ainda tem que ter seu dia no SPA. - falou. Suspirando tirando meu vestido e voltei a vestir minhas roupas que cobriam todo meu corpo.

Uma calça jeans, uma camiseta sueter branca, e botas. Saindo da loja, seguimos caminho para casa, aonde tinha algumas mulheres já nos esperando.

- Por onde podemos começar? - a mulher indagou.

- Não faço ideia. - murmurei.

- Comecem pela depilação. - Lúcia falou. E a mulher assentiu, Lúcia saiu me deixando com a Dona e as garotas.

Primeiro elas tiraram os pelos da minha perna, e nossa, doeu na alma, quando pensei que tinha acabado, era a hora das axilar, e meu Deus, como as mulheres se sujeitam a essa tortura?

Quase chorei quando elas começaram a tirar minhas sobrancelhas, enquanto quatro delas estavam cuidado das minhas mãos e pés. Uma tortura sem fim.

.

- O que você acha? - Lúcia perguntou me mostrando os pares de brincos esmeraldas. Fiz uma careta.

- São feios. - ela riu colocando novamente no mesmo lugar. - Será que você não tem alguma joia da mamãe?

- Eu guardei todas elas, você quer uma ou todas? - indagou.

- Posso escolher? - murmurei e a olhei.

- Claro, vou buscá-las. - acenei, Lúcia saiu, Dona entrou no quarto logo depois.

- Oi. - falou se sentando na cama e olhando as joias. - Escolheu alguma? - neguei. Segundos depois Lúcia voltou com uma caixa preta com selo dourado.

- Aqui. - mumurou e colocou a minha frente a caixa. - Pode escolher uma também Dona.

Dona colocou seus cabelos escuro para trás e abriu a caixa, meus olhos bateram no colar fino com uma pedra de diamante única, peguei rapidamente lembrando que minha mãe usou ele no casamento dela entre meu pai. Eu tinha pego algumas fotos que tinha ela e guardado, meu pai mandou guarda todas as coisas que lembrava ela, até que Lúcia chegou meses depois da morte da minha mãe.

Apenas disseram que ela ajudaria a cuidar de mim e da dona, e ela tem feito isso sempre desde então.

- Esse é lindo. - falei. - Acho que vou ficar com esse. - ela acenou, Dona por outro lado, pegou dois brincos de esmeralda, e um colar com rubi.

- Quero que as duas dividem entre si. Afinal é da mãe de vocês. - disse.

- Okay. - murmurei. Me levantei e coloquei o colar no meu pescoço, tinha ficado lindo, até. Olhei pela janela vendo algumas pessoas arrumando tudo no jardim, o casamento seria amanhã, as 9hrs e 30min, a tarde seria de festa, e a noite.... a noite de núpcias. Não sabia se ficava assustada, ou morria de medo.

- Você já tem um objeto do passado, o que significa nunca esquecer o mesmo. - Lúcia falou atrás de mim.

- Ah, os objetos... - murmurei. Ouvi baterem na porta em seguida dona foi até lá abrindo a mesma, e vi uma empregada entrar.

- Senhora, seu marido pediu para lhe entregar. - falou para Lúcia. A mesma foi até lá e pegou a caixa, abrindo e vendo o que tinha dentro, a caixa era pequena não tão grande.

- Você já tem um segundo objeto, Thess...- falou e tirou uma pulseira de ouro de dentro da caixa, e veio até mim. - É totalmente de ouro. - falou colocando no meu braço. - Ficou perfeito.

- Que lindo. - Dona falou alegre. Era realmente lindo, era uma das poucas coisas que meu pai tinha me dado.

- Você ainda tem que ganhar mais três presentes. Definitivamente a tradição italiana é a mais linda que tem, mesmo que as circunstâncias não sejam boas. - Dona disse balanço as pernas.

- Você ainda não se acostumou não é? - Lúcia disse dispensando a empregada.

- É... - coçou a testa.

Nessa mesma noite, Lúcia mandou preparar um banho com pétalas para mim, ela e dona me banharam enquanto conversamos sobre coisas aleatórias.

Dona dormiu comigo depois de uma breve noite, mas que não me fez esquecer que na manhã seguinte eu iria me casar, com alguém que eu não amava, nem mesmo tinha sentimentos. Eu seria tratada como uma esposa troféu, sem me impor, sem dar minha opinião, sempre calada e oprimida. Dom Bokosvik não era diferente do resto dos homens, nem aqui, e nem mesmo nos meus sonhos.

No sábado, eu me chamaria Theresa Bokosvik, mulher de Dom Geovanni Bokosvik, seria a mulher do homem mais poderoso de Roma. Se tinha lados bons, eu não sabia, mas torcia para nunca conhecer o lado ruim dessa união.

Marcas Esmeralda. - Saga Marcas 1. Where stories live. Discover now