Problemas

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Ainda em silêncio meu pai e eu corriamos lado a lado naquele imenso corredor escuro.

_ Isso está muito estranho. - Disse colocando a mão na frente de seu corpo o parando no lugar.

_ Está sim, estou percebendo isso desde a hora em que saímos do quarto. - Disse olhando para trás e não vendo ninguém.

_ Como vocês entraram? - Perguntei.

_ Seth disse que tinha uma entrada por trás do castelo...

_ O Seth disse isso? - Perguntei cortando sua fala.

_ Sim.

_ Como Seth comece uma entrada para o castelo?

_ Ele não disse... - Naquele momento meu coração se apertou e o ar me faltou, como Seth sabia como entrar no castelo sem nunca ter vindo aqui antes.

_ Pai, você precisa fugir daqui. - Disse segurando em suas mãos o fazendo olhar para mim.

_ O que? Não de jeito nenhum.

_ Pai, por favor... Aí!! - De repente minha cabeça começou a queimar, como se estivesse em chamas.

_ Bruna!! - Gritou tentando me ajudar, mas foi inútil.

_ Vai embora!! - Ordenei, mas era tarde demais.

_ Mas o quê? - Disse meu pai desacreditado com o que viu, assim como eu.

_ Não, por favor... - Disse ainda tentando me manter acordada, a dor era insuportável.

_ Disse para não fugir. - Reconheceria aquela voz em qualquer lugar, o motivo das piores atrocidades, a considerada número um por Aro, Jane.

_ Faça o que quiser comigo, mas ele não, por favor... - Implorei, mas nada mudou sua feição rígida.

_ Pietra, faça o que tem que ser feito.

_ Não! - Derepente surgiu uma força de dentro de mim, que corri ainda com dor até Pietra e enfiei um pedaço de madeira em sua garganta, sei que isso não a mataria, mas me daria tempo. Ela ficou sem ar e aproveitei para torcer seu braço a fazendo gemer de dor. Naquele instante, mãos me puxaram para longe e não vi mais nada.

Alguns dias depois.

Os dias passaram sucessivamente para todos, menos para mim, que ainda estava inconsciente. Com dificuldade e com uma dor razoável recuperei minha consciência, me lembrava de ter tentando fugir com meu pai, mas Jane e os outros nos capturaram novamente. Aquele lugar estava exatamente como da última vez em que estiverá aqui, tão sinistro e solitário quanto da outra vez e eu presa novamente. Já não suportava mais nada, fiquei me perguntando se fiz alguma coisa de errado para passar por todo esse sofrimento, eu era um erro cósmico, além de causar confusão, ainda colocava minha família em minhas burradas, até quando seria assim? Eu só quero que isso acabasse. Apoiei meus braços em torno de minhas pernas e as abracei, fiquei naquela posição até que as lágrimas vieram em baixa intensidade e comecaram a escorrer em minhas bochechas.

Após um momento para mim, ouvi em baixo tom, passos vindo em minha direção e não me importei, fiquei do mesmo jeito em que estava.

_ Vim visita-la, fui notificado que acordou agora a pouco é uma ótima notícia.

_ Creio não poder dizer o mesmo, preferiria não ter acordado, adoraria ver a cara de Aro ao saber da terrível notícia.

_ Não fale assim, você não vai morrer, eu não vou deixar.

_ Guarde seus sentimentos para você Demetri, se gostasse de mim o quanto diz que gosta, eu não estaria aqui. Porque quem gosta, quem gosta de verdade, faz de tudo para ver a pessoa bem, nem que para isso tenha que ver ela sendo feliz com outro. Você sabe que meu coração já pertence a alguém, e nada no mundo vai mudar o que eu sinto.

A Primeira Loba - Seth Clearwater Where stories live. Discover now