Eu não deveria saber?

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Não tive jeito, sabia que ele viria então sai antes. Decidi visitar Lá push, este horário era pra ele estar em aula mas ele mais falta do que vai, mas mesmo assim, eu ainda tinha esperanças que ele não aparecesse.

Desci as escadas normalmente, para que ninguém percebesse a minha intenção, mas acho que a Alice tinha faro para essas coisas, já que ela brotou do nada em minha frente, ainda enquanto tentava descer os degraus faltantes em direção a porta, pelo barulho, não estavam todos na casa a essa hora.

_ Vai a onde, será que posso saber? - Perguntou analisando minha postura e parando o olhar em minhas mãos que estavam dentro do bolso do moletom. Hoje estava frio, embora não era para mim sentir ele.

_ Vou sair. - Falei, até que não menti, mas ela não se contentou com isso.

_ E para onde você vai sair? - Perguntou ainda à minha frente.

_ Para fora, que pergunta, Alice. - Tentei, mas acho que não deu certo.

_ Sozinha? Você normalmente espera o cachorrinho. - Embora ainda estivesse chateada com Seth, não deixaria que falassem assim dele.

_ Por favor Alice, até você. Ele tem nome.

_ Tá bom Bruninha, não vai esperar o Seth? Tenho certeza que ele deve estar a caminho.

_ Não vou. Se respondi a sua pergunta, agora eu preciso ir. Te vejo mais tarde.- Não esperei ela responder, apenas corri para fora. Não sei como, mas senti a presença de Seth a muitos kilometros de distância e corri para o outro lado, o mais rápido que conseguia. Ou o máximo naquele momento.

Não sei quanto tempo fiquei correndo, mas foi o suficiente para chegar a Lá Push bem rápido.

A praia estava vazia, não tinha nem sinal de qualquer alma por ali, embora me senti bem por estar sozinha, as palavras daquela mulher ainda vagavam em minhas lembranças, o vago sentimento que ela me descreveu, me assombrava e a possibilidade daqueles que querem o meu mal e dos meus filhos se assim vierem a descobrir, nos encontrar e tentar algo. Mas tenho em mente que se qualquer criatura, seja mortal ou imortal, tomar a frente, eu não medirei recursos para os matar. Seja quem for, pois agora eu sei como me defender, sei usar meus poderes e sei que eu posso cuidar deles.

Comecei minha caminhada pela beirada da praia, as minhas mãos aquecidas dentro do bolso, os cabelos voavam na medida que o vento gélido os levantava, o nariz gelado e uma sensação de liberdade.

_ Pode parecer loucura, mas eu sinto tudo, sei que vocês me manteram viva naquele processo e eu vou fazer o mesmo por vocês, eu sinto muito por não saber antes. - Eu acho que estava delirando, mas apenas me senti confortável para conversar com eles dentro da minha barriga.

_ Tudo bem mamãe, você não teve culpa. - Ouvi eles dizerem em uníssomo. Esse dom era maravilhoso, poder entender e ouvir seus pensamentos, só nos fazia ficar mais próximos.

Continuei caminhando, até que decidi parar um pouco ao ver a imensa rocha lá em cima, onde as águas do mar batiam fazendo um contraste com ela, me chamando a atenção.

Me aproximei das rochas as tocando e sentindo o quão áspero era. Ao longe o som de patas ecoou em meus ouvidos.

_ Justo Agora? - Pensei. Olhei por entre as árvores e avistei o Seth em sua forma de lobo, eu não queria vê-lo, muito menos agora. Mas se eu corresse ele viria atrás, então apenas me virei com a maturidade que ainda habitava em mim e fui em sua direção. Corri para ser mais clara, eu preferiria falar com ele em sua forma de lobo, me parecia ser mais fácil.

_ Oi Bruna, tudo bem? Fui na mansão, mas a Alice disse que você saiu cedo e não disse para onde iria. - Falou em sua mente, acho que ele se esqueceu que eu não me lembrava que tinha esse poder.

A Primeira Loba - Seth Clearwater Where stories live. Discover now