Quero achar meu filho.

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Enquanto ele dormia, fiquei pensando em o que eu poderia fazer com as habilidades recém descobertas sobre este corpo e sua dona, era incrível seu vocabulário grego, sua rapidez maior que os demais vampiros, sua percepção de mundo, mas ainda sim, sua mente era um algo que eu não obtinha acesso. Perdida em meus pensamentos, senti um cheiro próximo de sangue humano, aproveitei que estava faminta e meu hóspede estava desacordado e sai ao encontro do meu lanchinho.

_ Andando sozinho neste local, não parece algo muito inteligente de se fazer. - Disse o assustando.

_ Então você não é muito esperta, tá perdida? - Ele tinha um sorriso nos lábios e uma mente muito maliciosa, algo que meu deu nojo só de ver. Claro que uma pessoa assim, não faria faltas para o mundo.

_ Eu detesto pessoas como você, então não irei me desculpar por me alimentar de você, sabe.. eu procuraria coisa melhor, mas é difícil encontrar alguém idiota por aqui, então você serve. - Mostrei minhas presas e assustado ele saiu correndo.
_ Mas gente, eu nem cheguei perto ele já correu. - Dei uma vantagem a ele, mas ele acabou tropeçando, então facilitei o processo, finquei minhas presas em seu pescoço e me alimentei de cada gota de sangue do seu corpo, depois coloquei fogo, não precisava de vampiros nesta região, estava fugindo de conflitos desnecessários. Voltei para a cabana e ele ainda estava dormindo, me aproximei já sem paciência e deu um tapa nele que fez ele acordar em um pulo.

_ Katherine.. o que você está fazendo?

_ Estou atrás de respostas. Anda, me fala de quem era este seu corpo.

_ Te conto se me soltar.

_ Não vai rolar.

_ Tá, era do namorado da mulher que v9ce está no controle.

_ Se isso for verdade, então ele terá respostas da qual preciso.

_ O que está pensando?

_ Preciso que deixe ele tomar o controle.

_ Está ficando maluca, nem pensar. - Ele não estava facilitando as coisas para mim.

_ Vou fazer isso por bem, ou por mal você que escolhe.

_ Vai se ferrar!

_ Oblíquo. - Disse a palavra e ela tombou a cabeça para trás com dor.

_ Sua filha da mãe, para com isso! - Gritava, mas eu precisava do namorado desta mulher então faria o que for preciso para trazer ele de volta.

_ Deixe o garoto assumir o controle. - Ordenei mais ele continuava resistindo. Me sentei no chão e comecei a recitar baixinho, algo que começou com uma leve brisa, terminou com portas fechadas, ambiente escuro e um corpo desmaiado, após não resistir a tortura. Fui até ele e Sussurei em seu ouvido
_ Bruna.. - Assim que disse esse nome, o menino acordou. Coloquei a mão em seu coração e senti a pulsação estava normal. Minha avó sempre dizia que quando um corpo tinha mais que uma pessoa, o coração pulsava três vezes mais rápido, então apenas me certifiquei que estava falando com a pessoa certa.

_ Bruna? - Perguntou confuso.

_ Não, me chamo Katherine. - Disse me sentando em sua frente.

_ Que? O que está acontecendo Bruna? Não estou entendendo.

_ Vou resumir, meu nome é Katherine e sou hospedeira no corpo da sua namorada, vim através deste corpo procurar meu filho que foi arrancado de mim e preciso da sua ajuda. Caso me ajude, eu devolvo o corpo da sua namorada quando encontrar o meu. Você está entendendo?

_ Como... como isso aconteceu? - Perguntou ainda não entendendo muito bem.

_ A uns 14 anos atrás eu vivia na África com minha avó, mas depois de um envolvimento com um homem forasteiro, eu tive um filho, que após nascer foi arrancado de mim, eu apenas quero o meu menino.

_ E porquê acha que eu te ajudaria, se você está no corpo da minha mulher.

_ É até faz sentido, mas eu estou no controle, isso faz de mim alguém que não se pode tocar, a não ser que queira que ela morra.

_ Você não faria isso, eu sei o quanto ela é incrível, você não a machucaria, você precisa dela.

_ Tem razão, eu sou... - Comecei a sentir algo em minha boca.

_ O que foi? - Perguntou e não consegui responder, só consegui correr até o lado de fora e colocar todo o sangue que consumi para fora. O que estava acontecendo? Enquanto pensava, novamente coloquei tudo para fora e algo surgiu em meus pensamentos me dando uma resposta, voltei para dentro e ele estava tentando se soltar.

_ Me responde uma coisa, se você é um lobo, por que simplesmente não se transforma? - Perguntei enquanto limpava minha boca.

_ E fazer o quê? Você está com o corpo da minha noiva.

_ Ah, supera. Vou te fazer uma pergunta, então não estranha. Qual foi a última vez que dormiu com a sua... noiva?

_ O que? Você tá doida... eu não vou falar isso para você.

_ Tá, nem precisou você é um mente aberta. - Disse após ver o sua mente e me sentei em cima da mesa.
_ Vou ser direta, sua garota está grávida. - Disse e seu rosto mudou.
_ Não me pergunte como, eu só sei. Uma mãe sabe reconhecer outra.

_ Está mentindo, isso não é possível.

_ Posso provar. - Me aproximei dele e peguei sua mão levando até minha barriga.
_ Sente algo? - Perguntei e ele negou, segurei sua mão, com as minhas duas mãos.
_ Se concentre, use sua audição para ouvir o estranho coração, que pulsa dentro dela. - Ele continuava não acreditando, mas fez o que eu falei.

_ Isso... isso não é possível, eu escuto... eu escuto!! - Disse feliz, quem me dera quando foi a minha vez, alguém tivesse ficado feliz assim.

_ Parabéns papai, prometo não machucar sua família, se você cooperar.

_ Mas eu não sei como é seu filho, não se sabe se ele ainda está...

_ Vivo? Não se preocupe, eu sei que está.

_ Eu não sei como te ajudar.

_ Mas conhece a Bruna, sei que ela é poderosa o suficiente para fazer isso.

_ Mas você está no controle.

_ Sim, mas não consigo ler sua mente, por mais que esteja em seu corpo, não consigo ter acesso a nada, por isso você está aqui. - Ele começou a pensar em algo, sério? Ele me achava com cara de trouxa por acaso.

_ Conheço quem pode ajudar.

_ Acha mesmo que sou idiota, eu não iria até a família dela, eles me matariam.

_ Eles não machucariam ela, eu não iria deixar.

_ Você é só um.

_ Por ela, eu dou minha vida. Te prometo que vamos encontrar seu filho, mas se você machucar minha família, assim que estiver livre, eu mato você.

_ Eu aceito o acordo. - Concordei e o soltei, assim que ele estava solto ele mexeu em seu braço e o segurei.
_ Qualquer gracinha, seja ela qual for. Eu mato ela e seu filho juntos. - Disse e ele tirou minha mão do seu braço.

_ Eu já te prometi, mas se você machucar ela, vai ser a última coisa que você vai fazer na vida.

_ Tecnicamente, eu estou morta mesmo, mas nao se preocupe, cumpro o que prometo. Você é um bom namorado, ela tem sorte. Se prepare amanhã de manhã, vamos para Forks, descanse vou procurar alguma coisa para comer.

_ Alguma coisa?

_ É, me parece que ela tem intolerância a humanos. Vou procurar um cervo na floresta.

_ Eu vou com você. - Ele parecia um cachorrinho preocupado então aceitei, assim ficaria de olho nele também. Quando me alimentei ele fez cara de nojo e até vomitou, era só o que me faltava, virar babá do namorado dos outros.

A Primeira Loba - Seth Clearwater Onde histórias criam vida. Descubra agora