Dizem que os melhores acontecimentos de nossas vidas são os que não foram planejados, mas será ela se permitirá aproveitar o que o universo tem lhe reservado?
Mal sabia Mavis Verlac, que ao desembarcar em solo Britânico, toda sua percepção de vida m...
Sonhe, sonhe, sonhe Sonhe até que seus sonhos se tornem realidade Dream On, Aerosmith
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Eram quase quatro horas da madrugada quando fui puxado abruptamente do meu sono, esfreguei os olhos antes de forçar novamente minha visão ao despertador eletrônico, mas o som que me despertou não vinha dele, o que emitia aquele barulho era o celular que estava em cima da escrivaninha, caminhei até ela com sonolência e atendi a maldita ligação, ao ver de quem se tratava.
– O que foi? – Perguntei sentando na cama.
– Cara, só tenho algo a te falar, seu mais novo pesadelo veio em forma de sonho. – Tom disse do outro lado da linha, sua voz o entregava, havia bebido essa noite.
– Do que está falando? – Questionei, não estava entendendo nada.
– O fotógrafo do Backstage. – Foi a única coisa que disse.
– Ah, agora eu entendi, o meu pesadelo. Por que em forma de sonho?
– Porque é claramente a mulher mais linda e divertida que eu já vi.
– Então meu novo pesadelo é uma mulher, que ótimo. – Ignorei o restante das coisas que ele disse. – Tome cuidado Tom, para não ter histórias da sua vida publicada em alguma página de fofoca.
– Você deveria ir na confraternização de amanhã, ela estará lá, uma oportunidade para conhecê-la. Certamente gostará dela.
– Certamente que não, tenho muitas coisas para fazer. – Respondi. – Era só isso? Se for, vou desligar, preciso dormir.
– Espero você lá Ewan. – Falou encerrando a ligação.
Joguei meu peso para trás, caindo deitado no colchão, fechei os olhos para voltar dormir. A tentativa falhou, encarrei o teto por alguns minutos até que decidi sair da cama, meu sono se foi, mas as palavras do Tom ecoava em minha mente.
Sonho. Por quê seria meu sonho? É apenas uma mulher, e para piorar, fotógrafa. Depois do último fotógrafo ter tentado vender informações da minha vida para aqueles sites e revistas de fofoca, o ódio que eu sentia por eles multiplicou em centenas de vezes.
Desci a escadaria decidido que tomar uma xícara de café melhoraria meu humor, passei o café, como minha mãe fazia para mim, quando eu ainda era uma criança. A bebida quente em meus lábios me trouxe um resquício de vida e lembranças de quando ainda morava no interior e minha paz não era consumida constantemente pela mídia e sua indústria doentia, amo o que eu faço, atuar é minha paixão, mas o preço que se paga pela fama é dolorido, exposição, mentiras inventadas para alcançar números exorbitantes, comentários maldosos, sobre a aparência, sobre o modo de vida, sobre a atuação, tudo isso causa feridas que nem o tempo é capaz de curar, ele apenas alivia.
