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Oi! Feliz Natal amores! <3

Resolvi fazer uma att surpresa hoje, espero que gostem desse capítulo! 

Ele não foi revisado, então me perdoem por qualquer erro. 

Se puderem, comentem bastante e não se esqueçam de deixar aquela estrelinha marota :)

Boa leitura!!!


〚☘〛


Eu chegaria atrasado — muito atrasado — ao ensaio da banda de Jimin. O ônibus estava preso no transito a mais de meia hora, parado, sem esperanças de um dia chegar a sua destinação. E a bateria do meu celular tinha acabado porque eu tinha esquecido de carregar a droga do aparelho antes de sair de casa para ver Taehyung jogar bola.

Fazia um calor sufocante dentro do ônibus e a barulheira estava tanta que eu sentia o cansaço tomar conta de mim, mesmo estando sentado sem fazer nada, apenas olhando a vista lá fora. Se um dia eu chegasse na Urca, esperava que Jimin e o resto da banda não me odiassem muito pelo atraso, ou que o ensaio já não tenha acabado até lá.

Passei um dedo contornando a parte inferior dos olhos, sentindo pele naquela região molhada de suor. O lápis de olho preto que eu havia passado, junto da sombra roxa, havia escorrido, e eu provavelmente estava com cara de quem levou uma surra bem dada na fuça. Caramba! Era impossível ficar decente no calor do Rio de Janeiro, ainda que o verão estivesse no seu fim.

Quando finalmente cheguei na mureta da Urca, com duas horas de atraso, o sol ainda queimava no asfalto e os carros iam e vinham sem parar. A rua estava bastante movimentada, de gente de biquíni e chinelo indo para a praia vermelha com cadeiras e caixas de isopor para aproveitar o finalzinho de tarde, ou de gente bem vestida de terno e gravata saindo de carros escuros, voltando do trabalho.

Jimin obviamente já não estava mais lá me esperando e por um instante senti uma palpitação no peito, algo perto de angustia, que cavou um buraco em mim e me deixou perdido. Eu não vinha muito para aquela parte da cidade e o sentimento de abandono repentino me fez segurar o ar por tempo longo demais, lembrando-me da vez em que perdi minha mãe no supermercado com seis anos e achei que nunca mais fosse vê-la na vida, para um ano depois perde-la de vez e realmente, para o câncer. Só sai do transe quando ouvi o som da buzina de um carro e percebi que eu tinha atravessado a rua sem esperar o sinal abrir.

Tive tempo de correr até a calçada, sentindo, no entanto, o vento do movimento do carro, que passou por mim de raspão gritando mil e um palavrões que fizeram o sangue ferver quente no meu coração angustiado.

Caminhei até o primeiro orelhão que consegui achar e disquei o número de Jimin que eu havia memorizado no instante em que ele me enviara aquela primeira mensagem (com sorte eu tinha uma ótima memória). Eu ainda estava perdido pelo quase atropelamento e toda a confusão de sentimentos repentinos, quase desejando ter ficado em casa, e minha mão tremia ao discar os números no aparelho.

Tentei três vezes, antes de Jimin finalmente atender.

— Alô? Jimin? É o Jungkook, o garoto do...— ouvi um riso do outro lado da linha, cortando a minha fala embolada pela falta de ar. Tudo bem, Jimin não se esqueceu de mim, pelo menos. — Jimin, desculpa, o ônibus... o ônibus parou no transito e meu celular ta-tava sem bateria e...

— Jungkook, onde você tá?

— Na mureta.

— Me espera aí, estou chegando.

— Tá... — murmurei antes de Jimin desligar.

Repus o telefone no gancho e caminhei de volta para a mureta. Quando eu estava prestes a sentar nela, vi Jimin cruzar a esquina e atravessar a rua em passos largos, vestindo uma blusa do Joy Division, uma calça jeans preta furada e um par de All Star de cano alto da mesma cor.

Carioca Trash • pjm + jjkWhere stories live. Discover now