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Oi anjos! Resolvi postar a atualização hoje em vez de segunda pq segunda eu não vou ter tempo de atualizar...

Comentem bastante e não se esqueçam da estrelinha, vcs n sabem o quanto ajuda na motivação pra escrever, e eu amo ler os comentários de vcs

Espero que gostem desse capítulo!! <3

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Chegamos no portão da minha casa as 11h30 da noite. Fiquei preocupado, pois Jimin voltaria sozinho aquelas horas e a sua moto não parecia muito barata. Então, sendo levado por puro impulso e fazendo a primeira coisa que me passou pela cabeça, propus que ele passasse a noite ali e voltasse pela manhã.

Jimin me encarou visivelmente surpreso, e eu tive medo que ele recusasse, medo que talvez não se sentisse confortável comigo, na minha casa, porque não nos conhecíamos bem, ou talvez porque estranhasse o bairro e a humildade de onde eu morava. Ele claramente tinha dinheiro, com uma moto como aquela e amigos como o Hosa, que viviam na Urca a cinco minutos da praia... mas Jimin não recusou como eu pensei que recusaria. A sua cara logo se desfez numa expressão terna, e antes de responder, ele perguntou se meus pais não veriam problema nisso. Eu disse que morava apenas com o meu pai e que ele era tranquilo, para então ouvi-lo murmurar:

— Então eu fico — Ele esboçou um sorriso miúdo e agradecido, e levou a moto para dentro como aconselhei, escondendo-a na parte de trás da casa.

Meu coração não parava de bater, bater como nunca, e por mais que fosse cada vez mais frequente (e sempre na presença de Jimin) eu me perguntava se um dia me acostumaria com isso, com o tanto de sentimento incompreendido batucando no meu peito.

Naquele momento não houve tempo de pensar muito. Não pensei que eu não tinha quarto de visita e que no meu só havia uma cama de solteiro, ou na pensei na possibilidade de acordarmos na manhã seguinte sem sabermos como agir na presença um do outro. Foi mais forte que eu perguntar, como pareceu ser mais forte que ele aceitar.

Era como se fosse uma evidência Jimin ficar.

Demos a volta na casa, tirando os sapatos na varanda da frente. Destranquei a porta de casa e entramos, encontrando a sala escura e silenciosa.

Acendi a luz, vendo Jimin piscar os olhos com a claridade repentina e começar a observar o que o rodeava. O sofá de tecido marrom já usado e desgastado, com rasgos nos cantos. A mesinha de vidro no centro, em cima do tapete que minha mãe havia comprado na Coreia do Sul, a muitos anos atrás. A televisão de tubo tela plana com 29 polegadas sobre uma mesinha de canto. A cristaleira que meus pais ganharam quando casaram. E os retratos em família em cima das cômodas, prateleiras e até mesmo pendurados nos muros, comigo criança em poses vergonhosas, onde dava para acompanhar o crescimento do meu cabelo e da minha pessoa, até os meus sete anos, porque não havia nenhuma foto dos anos após a morte de minha mãe (tirar foto era mais uma coisa dela do que minha e do meu pai, e era estranho pegar a câmera para um retrato sem que ela estivesse ali, nos mandando sorrir e ficar parados).

Olhei para Jimin encontrando-o olhando para uma foto em especifico, onde eu estava enterrado na areia com a cabeça de fora e os cabelos espalhados de qualquer jeito sobre ela. Meu corpo pequeno de uma criança de seis anos estava todo encoberto pela areia, onde minha mãe tinha delineado o formato da calda de um tritão.

— Que fofura! — sussurrou Jimin sorrindo o sorriso mais bonito que ele havia me dado até agora, um em que seus olhos se fechavam e o seu nariz achatava um pouco, e o seu rosto inteiro parecia cheio de uma luz contagiante.

Foi impossível não sorrir junto.

— Você tem o sorriso de um coelho — disse ele tomando tempo de me observar. Senti os seus olhos viajarem pelo meu rosto todo, indo e voltando sem medo e de graça.

Carioca Trash • pjm + jjkWhere stories live. Discover now