18. Vila Kallin, o refúgio dos ciborgues

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Mia estava sozinha na cama. Se esforçava para lembrar-se quando e como foi parar ali, mas não funcionava muito bem pela manhã. Aprontou-se e foi logo descendo para descobrir onde estava Zoro, já que o espadachim parecia ser alguém que se metia em confusão facilmente.

- Bom dia, senhorita! Espero que o quarto tenha sido o suficiente para o seu descanso, veja bem. Prometo que irei resolver o mais rápido possível a questão da energia para que tenham uma estadia confortável. - O concierge fazia mesuras, constrangido pela falta de qualidade do aposento.

- Não se preocupe, Alfred, está tudo perfeito. Estou muito satisfeita com tudo. - Um longo ronco pôde ser ouvido e Mia cora, envergonhada. - Mas talvez seja melhor tomar o café da manhã.

- Não seja por isso, senhorita! Chamei o cozinheiro e pedi para ele caprichar. Espero que seja do seu gosto. Se houver quaisquer desejo, por favor, não hesite em pedir.

Os pratos estavam deliciosos! Alfred assistia a hóspede, contente por ter conseguido satisfaze-la, quando um rebuliço começou do lado de fora do hotel. Curiosa, Mia levantou-se e aproximou-se da janela, afastando um pouco a cortina branca. Três pessoas muito bem vestidas e distintas batiam em alguém, com socos, pontapés e bengaladas. Mia estava para abrir a porta do hotel, quando foi impedida por Alfred.

- Espere, senhorita, por favor! Não se envolva com essas pessoas, elas... elas podem matá-la!

- Mas.. Precisamos ajudar! - Mia, ao observar a feição preocupada do concierge decidiu obedece-lo. Esperou até que fossem embora e atravessou até o outro lado da rua. Era um senhor idoso, magro e calvo, suas roupas outrora bem limpas e conservadas, agora estavam em farrapos, cheia de terra e rasgos. Calmamente, observou o braço ossudo caído no chão. - Como eu suspeitei. Vocês não são humanos, né?

- E o que tem? Só por causa disso acham que podem nos tratar feito lixo? - O senhor caído vira raivosamente, mostrando o rosto no qual uma metade era feita de metal. Com o outro braço, quase em pedaços, tentava encaixar o membro que estava no chão de volta no ombro, sem muito sucesso.

- Deixe-me ajudá-lo. - Quando Mia tentou se aproximar, o velho sacudiu o braço solto na direção de seu rosto, fazendo um pequeno corte na bochecha. Alfred tentou se intrometer, mas a inventora o impediu apenas estendendo a mão. O sangue escorria, mas Mia não ligava. Pegou uma pequena bolsa que deixava pendurada na parte de trás da saia. Era um estojo de ferramentas. - Venha, se não colocarmos logo os nervos eletrônicos irão oxidar e parar de funcionar. - O senhor tentava protestar, mas como sentia muita dor, deixou que a mulher cuidasse dele.

Em poucos minutos, o braço estava de volta no corpo magro, que estava impressionado com o trabalho feito.

- Está... perfeito! Não, está melhor do que antes! Quem é você, menina? Ohhhh! - O queixo pontudo do senhor caía de espanto até o peito quando finalmente analisava sua salvadora. Gotículas de suor escorriam de sua testa. - O q-que... P-por que... Você... Digo, senhorita Mia Laurent! - Agora ele fazia reverências, encostando a testa no chão. - Perdoe-me pela minha petulância! Muito obrigado pela sua gentileza! Por favor, sou apenas um velho, mas irei servi-la para onde a senhorita for!

- Ahahaha, como assim? Alfred, diz para ele que está exagerando. Alfred? - Mia levanta a cabeça para o concierge, mas ele não responde porque estava em choque, pálido como um fantasma.

- Eu não mereço viver. Eu desonrei seu nome, senhorita Mia, não lhe ofereci o tratamento devido para uma pessoa tão importante. Ficarei feliz que o meu núcleo seja destruído pela senhorita. - Lágrimas torrenciais escorriam dos olhos do pobre Alfred, que abria sua camisa incrivelmente impecável para tirar o núcleo do seu peito.

- Calma gente, vocês estão exagerando. Agora me lembro, Alfred, nós não chegamos a conversar, certo? Eu não estava envolvida na sua construção, foi uma das minhas equipes, por isso não nos reconhecemos. - Ela olha para o senhor de idade, carinhosa. - E o senhor Prefeito continua muito bem, pelo que vejo.

Laços verdadeiros [One Piece x OC] [+18]Where stories live. Discover now