𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐇𝐚𝐦𝐛𝐮́𝐫𝐠𝐮𝐞𝐫𝐞𝐬

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   Terminei de fritar as últimas carnes que faltavam, restando assim a tarefa de montar os hambúrgueres. A comida preferida do Denki.

   O problema é dele! Pois eu fiz esses três hambúrgueres somente para mim. Se ele quiser, ele que faça

Talvez eu esteja irritada.

Talvez uma ova. Quem aquelazinha pensa que é?

   Ouvi a porta do nosso apartamento se fechar junto de um "Cheguei, meu amor.", e alguns segundos depois, uma mão na minha cintura e um beijo no topo da minha cabeça.

Não se derreta só por isso, S/N.

   Kaminari: Boa noite, minha linda. Como foi o seu dia? -Me concentrei em terminar de montar o último hambúrguer.- Uou, meu prato preferido, e quando é você quem faz fica melhor ainda.

    Tirei o prato do lugar ao mesmo tempo em que ele ia pegar uma porção. Me esquivei da mão dele na minha cintura e andei pisando forte em direção à sala.

   Kaminari: Amor...? -Senti seu olhar queimando nas minhas costas, ele provavelmente está bem confuso.

   E eu sei que não deveria estar brava com ele. Mas porra, é difícil.

   Sentei no sofá, pegando o controle da TV, mas antes que eu pudesse ligá-la, a mão dele segurou a minha, me impedindo de ver minha série.

   Kaminari: Certo. Você só me ignora quando está brava, isso eu já entendi. Mas o que aconteceu dessa vez, vida?

   Me contentei em olhar para ele. Não estou com vontade de falar agora. Soltei nossas mãos e consegui colocar a série que eu estou terminando.

   Kaminari: Poxa amor, três anos de casados e você consegue me ignorar tão fácil assim? -Se levantou e começou a andar em círculos pela sala- Vou ter que sair de casa, trabalhar o dobro para pagar as contas e algum lugar para ficar. -Soltou um suspiro exagerado- É, se a sua esposa não te dá atenção, a sua vida acaba.

Revirei os olhos. Como ele consegue ser tão dramático sem esforço algum?

   Kaminari: Opa! Temos um avanço, você reagiu ao meu drama. -Fez uma comemoração tosca e se sentou de volta no sofá- Vamos fazer assim, eu vou falar algumas situações e se eu acertar você fala. Pode ser?

Não respondi.

Eu estou sendo muito idiota?

   Kaminari: Vou entender seu silêncio como um sim. -Olhou para o teto, pensativo- Eu deixei de fazer alguma tarefa na casa?... Certo, nenhuma reação. Então... eu fiz algo em casa que você não gostou? Tipo deixar a toalha molhada na cama de novo? -Antes fosse- Nada de novo, Ok....

    Como ele ainda não percebeu? Está estampado na minha testa "Uma garota muito oferecida ficou dando em cima de você."

   Kaminari: Provavelmente não foi nada com mulheres, já que eu só fui entrevistado por algumas e estou falando com você agora... Poxa, eu realmente não tenho ideia. -Suspirou e me puxou para ele, me abraçando de lado.- Me conta o que aconteceu, amor.

   Respirei fundo e mudei para o canal que é focado, especialmente, no trabalho dos heróis no dia a dia. Não demorou muito para aparecer a notícia de que "O herói Chargebolt derrotou um vilão muito procurado pelas autoridades e salvou todas as pessoas que ele mantinha de reféns em um prédio, sem ajuda de outros heróis."

   Ele não tem ideia de como eu fico feliz por isso, mas essa felicidade acabou no instante em que aquela jornalista entrou na tela.

   — Você quer saber o que aconteceu? -Murmurei- Essa vaca aí aconteceu. -Apontei para ela com o controle remoto que estava na minha mão.

    Kaminari: Fico feliz que tenha, finalmente, falado comigo. Mas o que a Jules tem a ver? -Perguntou, realmente confuso.

Mas... Jules?

   — Ah, nada demais. É só que a Jules, Ao invés de fazer a reportagem sobre o que você fez hoje, ficou o tempo todo tentando se esfregar em você e perguntando "Qual o seu tipo ideal?" ou se "A sua esposa atende a todos os padrões necessários?" já que aparentemente, o ideal é ser uma jornalista que aparece toda tarde na TV.

Ok, eu fui muito idiota?

   Meus olhos começaram a arder e lágrimas vieram logo em seguida. Droga! Agora não. Ele não precisa saber que grande parte disso é porque, comparada a Jules, Eu não sou grande coisa. Tanto fisicamente quanto socialmente.

   Kaminari: Certo, acho que eu entendi. -Respirou fundo- Vem aqui. -Bateu em suas pernas, sinalizando o seu colo.

   Passei a mão no rosto querendo tirar qualquer vestígio de lágrimas, esperando que funcione. Assim que sentei em seu colo ele me abraçou apertado.

Muito apertado, na verdade.

   Kaminari: Eu nem sei por onde eu começo... -Falou baixo, enquanto colava sua testa na minha- Eu notei sim ela vindo para cima de mim, mas eu quero que você saiba que eu não fiz nada porque ela não é uma opção. Ninguém é. Você é a única que eu quero, minha linda. E eu não quero que você se compare a ela, porque cá entre nós... -Se aproximou como se fosse contar um segredo- Ela não chega nem nos seus pés.

   Tentei afastar as lágrimas que ameaçaram cair, e embora não tenha dado certo, Denki segurou meu rosto e passou os polegares pelos rastros de água, os limpando. E depois deu um beijo em cada lado da minha bochecha.

   Kaminari: E não mostraram isso, mas sobre a "Minha esposa estar nos padrões", eu falei a ela que não interessa padrão nenhum. Porque além de nenhuma garota precisar segui-los, a minha mulher quebra todos eles, ela me aceitou e aceitou ser a minha esposa. -Deu ênfase na última frase- Até que a morte nos separe, lembra?

   Não consegui formular nenhuma frase. Se tem uma coisa que o Kaminari sabe fazer é falar as coisas certas no momento certo. E me desestabilizar com isso também.

   Ficamos nos olhando por alguns segundos sem saber o que fazer, mas talvez tenha sido por tempo demais, já que ele ficou com uma cara de "Eu não sei se eu disse as palavras certas, por favor alguém me ajuda."

   — Eu te amo, sabia? -Isso o pegou desprevinido, deu para ver pelo olhar dele- E obrigada. Acho que eu precisava ouvir isso há um tempo. Mas me desculpa também, eu fui meio idiota e infantil com esse negócio de te ignorar.

   Kaminari: Eu não usaria essas palavras, não. Mas, por favor, não faz isso de novo. -Me abraçou, colocando o rosto no meu pescoço, e instintivamente, minhas mãos foram para seu cabelo- Eu sempre acho que eu te magoei feio, e isso me destrói. A última coisa que eu quero é você triste, Ok?

   — Ok! Prometo conversar com você antes de qualquer coisa. -Mexi no cabelo dele- Ah, eu acabei ficando com dó e fiz hambúrgueres para você também. Estão na geladeira. -Ele se afastou e me olhou com os olhos brilhando, abrindo o sorriso mais lindo que eu já vi.

   E assim que eu percebi, ele estava me beijando. Enviando leves choques pelo meu corpo. Ele Literalmente está enviando choques no meu corpo.

Amo quando ele faz isso.

   E ele sabe que eu amo, já que sempre que tem a oportunidade, ele faz isso em um beijo.

   Nos afastamos buscando por ar e ele, delicadamente, me colocou no sofá. Pegou o cobertor que deixamos no canto do sofá e me cobriu, me entregando o controle em seguida.

   Kaminari: Eu vou lá na cozinha pegar os hambúrgueres, escolhe alguma coisa para a gente ver enquanto isso, pode ser? -Beijou a minha testa e se afastou, mudando de cômodo- Eu te amo. -Gritou da cozinha.

   — Eu também te amo. -Gritei de volta.

E como eu amo.

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