𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 3

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CAPÍTULO 3:
Acordo pacífico.

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𝙼𝚒𝚜𝚜𝚊̃𝚘 094:   𝚁𝚘𝚖𝚊, 𝙸𝚝𝚊́𝚕𝚒𝚊.
𝙴𝚕𝚒𝚖𝚒𝚗𝚊𝚛:   𝙰𝚗𝚝𝚘𝚗𝚒𝚘 𝚁𝚒𝚌𝚌𝚒.
𝙴́𝚙𝚘𝚌𝚊:   1939.
𝙾𝚛𝚍𝚎𝚖 𝚎 𝚊𝚞𝚝𝚘𝚛𝚒𝚣𝚊𝚌̧𝚊̃𝚘:   𝙶𝚊𝚋𝚒𝚗𝚎𝚝𝚎 𝚍𝚎 𝙴𝚡𝚎𝚌𝚞𝚌̧𝚊̃𝚘 𝙾𝚎𝚜𝚝𝚎, 𝙰 𝙲𝚘𝚖𝚒𝚜𝚜𝚊̃𝚘.

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Vou à sala de maletas e passo meu crachá, logo em seguida me inclino para analisarem minha retina. Com a permissão, busco uma maleta e um revólver qualquer, provavelmente barulhento. Hoje não estou a fim de ser silenciosa, na verdade, eu quero gritar.

Ainda não faço ideia se Cinco é um espião da Comissão para testar o meu serviço ou se ele realmente tem essa vontade nobre de salvar o mundo. A Comissão tem esses truques para investigar e analisar seus funcionários para que o trabalho seja sempre impecável. Para ter certeza das escolhas que estão fazendo.

Não quero que pensem que foi um erro me colocar como supervisora do caso confidencial. Que não tenho profissionalismo e libero o arquivo pro primeiro idiota que aparece querendo ele.

Quanto mais o tempo passa, menos excelência meu trabalho tem. Eu tenho um prazo para resolver esse caso, evidentemente, de dois meses, e se eu demoro demais, eles vêem menos competência no meu serviço, algo como: "Se ela fosse boa mesmo, teria resolvido isso em dois dias".

E se Cinco porventura estiver falando a verdade, acho que eu devia ajudá-lo. É a porra do fim do mundo, são bilhões de pessoas. Talvez eu encontraria a minha redenção, por tirar tantas vidas. Eu daria um jeito de ele pegar o caso sem que ninguém soubesse, mas o problema é saber se ele realmente tem intenções genuínas.

Serviço de Remoção de Cadáver — eu falo e logo guardo o rádio no quadril, deixando o corpo do garoto para trás.

Uso a maleta para voltar para a Comissão e a deixo na sala que a pertence. Vou para o meu escritório, mesmo com a merda dos saltos e a gravata que está me enforcando. Todo esse incômodo não é maior que o dilema que estou passando.

Meu trabalho é híbrido: eu sou agente de execução — alguns preferem chamar de assassina — e sou supervisora que manda aqueles papeizinhos do inferno pelo tubo. Mas nesse momento, eu queria cem por cento do trabalho focado no escritório, para que eu possa pelo menos averiguar o caso confidencial com mais controle e serenidade.

Fecho as janelas com a vista para um muro cinzento e sem vida e me sento na cadeira. Dou uma boa olhada na minha sala. É como um purgatório do inferno e minha zona de relaxamento ao mesmo tempo. A sala é bem pequena, mas o suficiente para me manter com minhas pilhas de documentos sem que eu perca a cabeça.

Normalmente é Susan quem organiza para mim, ela faz questão de deixar em ordem alfabética, e só por esse motivo não tenho do que reclamar da minha assistente.

Sentando na minha cadeira, eu jogo todo o peso da minha cabeça para frente, apoiada nas mãos, fechando os olhos e ocasionalmente desejando uma vida diferente. Pelo menos tenho o privilégio de ter uma sala só para mim, é o que eu penso. Outros supervisores são obrigados a trabalhar numa sala com outros cem ou mais.

Eu me atrevo a destrancar minha gaveta e posteriormente retirar o caso do fim do mundo, na mesma hora em que escuto batidas na porta e ela se abrindo em seguida. Meus olhos são levados instantaneamente aos dele, e esse encontro foi como uma fusão nuclear.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now