𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 25

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CAPÍTULO 25:
Não pode acabar assim.

⊰◎⊱


Essa casa é tão grande que vou demorar dias para decorar os cômodos básicos. Diego me leva até um quarto médio, onde a cama tinha lençóis lilás e desbotados, mas ainda assim estavam perfeitamente esticados e limpos.

— Foi mal pela abordagem. Como você chegou com o Cinco, achei que tinha sequestrado ele todos esses anos.

Eu dou uma risada pelo pensamento dele. Logo minha feição é triste novamente.

— Eu errei feio com o seu irmão. Acho que ele nunca vai me perdoar — eu desabafo, apoiando minhas costas na porta, enquanto Diego caminha pelo quarto e verifica as janelas.

— Quanto drama. Nada nesse mundo é imperdoável — ele diz com desdém, dando uma risadinha.

Será mesmo, Diego? Cinco estava com um olhar tão machucado que não sei se isso pode ser verdade. Odeio ter feito isso com ele.

— Eu vou indo, a minha parceira deve estar me esperando. Prazer em conhecer você… — ele levanta a ponta do dedo, tentando lembrar meu nome.

— Eleanor.

— Isso. Eleanor — ele acena com a mão. — Pode ficar o tempo que quiser. Nós não moramos aqui de verdade, então fique à vontade. Tem um banheiro aí nesse quarto e toalhas no armário.

Ele passa por mim para atravessar a porta, e antes de ir, cochicha:

— Eu vi o Cinco ir para a biblioteca. Vá atrás dele se quiser resolver — Diego pisca para mim, como se fosse meu cúmplice para uma futura reconciliação com Cinco. — Até mais.

— Até — aceno de volta, um pouco menos cabisbaixa com a esperança que ele me deu.

Pode ser que eu tenha uma primeira impressão errada de Diego, mas ele ainda parece ser um cabeça oca.

Eu entro no quarto e deixo minha bolsa em cima da cama. Essa viagem no tempo me deixou com fome, mas não sei o caminho para a cozinha, nem para a porta de saída. Acho que vou ter que vagar por essa mansão feito uma alma penada até encontrar outro ser humano.

Saio do quarto e logo de cara tenho três caminhos diferentes, formados por corredores. É a porra de um labirinto. Eu sigo no corredor de frente, e viro todas as esquerdas que encontro. Eu escuto uma voz, e então tento achar um caminho até ela.

— Tá perdida? — Klaus diz para mim, assim que encontro ele na ponta de uma escada.

— É, tô sim.

— Quem você quer encontrar? — ele tira um isqueiro do bolso e acende seu cigarro.

— A dispensa. Estou morrendo de fome.

— Vem comigo — Klaus diz e eu o sigo. Parece muito que estou entrando numa armadilha, mas ele parece inofensivo.

Klaus caminha por aqui de olhos fechados, acho impressionante. Depois de vários corredores e escadas quase infinitas, finalmente chegamos à cozinha.

— Vamos pedir pizza hoje? — Klaus pergunta para os seus irmãos que ainda estão em volta da mesa.

— Mais respeito, por favor? Hoje foi o funeral do nosso pai — Luther exige. Klaus se defende dizendo que uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Então, o funeral era do pai deles. O pai de Cinco. Ele não parecia muito abalado quando viu a notícia no jornal, parece que não sentia nada ao chegar no mesmo dia da morte de seu pai.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora