𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 17

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CAPÍTULO 17:
Fugir juntos?


⊰◎⊱


Me afasto de seu peitoral e vejo os olhos verdes tão lindos dele. Está curioso e quase está me mandando falar logo.

— Deixaram um papel na minha mesa, dizia "Eu sei do seu segredo". Acha que alguém sabe da gente?

Cinco pensa um pouco, apertando a minha cintura com firmeza. Seus olhos se desviam dos meus. Ele deve estar olhando algum quadro atrás de mim, e seus lábios se pressionam com dúvida.

— Não se preocupe. Não tem como saberem da gente.

— Você ainda não disse se acha.

— Não. Não acho.

Levo essa resposta como verdade absoluta e me forço a acreditar que aquele papel era um trote, apenas alguém blefando para ver se pega uma consciência pesada.

Lentamente, Cinco puxa meus quadris para mais perto dele, enquanto que por conta própria eu me aproximo de sua boca. Eu o beijo, mas combinamos de não haver selinhos, então infelizmente sou obrigada a terminar esse beijo com intensidade. Seguro o cabelo dele, me forçando ao máximo para não puxar. Odeio que eu tenha tanta vontade de ficar com ele de novo. Parece que eu não canso de fazer escolhas erradas.

— Espera um pouquinho, gata — Cinco diz, enquanto se afasta da minha boca. — Onde tem caixa de curativos?

— Pra quê você quer caixa de curativos?

— Você precisa. E vou acabar esquecendo do seu pescoço — ele aponta, como se beijar meu pescoço fosse me machucar.

Por que tão cuidadoso? E por que ele ficou muito mais atraente sendo atencioso? Ah, não vou ficar pensando no seu cuidado como se eu estivesse apaixonada. Que patético.

— Ali no banheiro.

Saio de cima dele, que vai a porta que indiquei e traz a caixa. Cinco se senta ao meu lado e tira alguns algodões. Observei cada movimento dele, desde molhar o algodão com álcool, até afastar o meu cabelo para o lado, limpando devagar a área.

— Parece arranhões, não parece?

— Tipo unha?

— É. Tem quatro linhas aqui, bem parecidas com unhas — ele diz.

Essa história fica cada vez mais macabra. Cinco termina e pega um tecido bem fino, passando em volta do meu pescoço e finalizando com uma fita. Não ficou nada mal, não está folgado e nem apertado. Está… perfeito. Esse Cinco Gentil leva a caixa para o banheiro e retorna ao seu lugar.

— Onde paramos?

Ele segura a minha cabeça e me impulsiona para o sofá, se deitando sobre mim. Com a delicadeza de quem não faria mal a uma mosca, ele deposita um beijo no canto da minha boca.

— Vou te fazer uma melhor companhia se eu dormir na sua cama.

— Boa tentativa — respondo.

Ele não vai dormir comigo.

Apesar de eu estar quase implorando por intensidade, ele desce seus beijos leves e cuidadosos pelo meu colo. Tenho certeza que sentiu meu coração acelerado, e meu peito o atrapalhando com a minha respiração frenética.

Mas, por que estou tão nervosa? Por que meu coração está batendo tão rápido? Não é a nossa primeira vez, mas há algo agora que não havia na outra.

Foi o apelido que nos deixou íntimos? O ato de ele preferir dormir no sofá a ter que ir embora e me deixar sozinha? Priorizar cuidar do meu machucado a ter que me beijar? Ou seus beijos realmente ficaram melhores, se é que é possível?

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now