𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 21

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CAPÍTULO 21:
Isso é amor?

⊰◎⊱

Cinco passa seu crachá no aparelho preso à parede e o mesmo faz um apito agudo, liberando nossa passagem. Nunca cheguei a ver os dormitórios pessoalmente, era sempre pelos protótipos que os supervisores mandavam para a aprovação. Aqui é melhor do que eu pensava.

Há um corredor enorme, gigante, mal consigo ver o final. Para os dois lados. Cinco segura a minha mão e me guia para a esquerda, eu acabo acomodando minha bochecha em seu ombro enquanto andamos.

— Não vou encontrar nenhum sutiã jogado no seu quarto, né? — pergunto, enquanto caminhamos lentamente. Acho que eu teria um pouco de ciúme se tiver.

Cinco dá uma risada pelo nariz, como se o que eu acabei de dizer fosse um absurdo. Gosto assim. Saber que ele não faz do próprio quarto um motel me deixa menos ciumenta.

— Eu tenho princípios — diz ele, encarando como uma ofensa.

— Chama "pegar garotas no vestiário" de princípio?

— Eu chamo "não levar qualquer uma pra minha cama" de princípio — ele corrige, orgulhoso. — Não deixar qualquer uma fugir comigo também é um princípio.

Tá bom, ele ganhou um ponto.

Após vários minutos caminhando, Cinco solta a minha mão e caminha para uma das porta. 433. Ele pega a chave em seu bolso e destranca. Não sei porquê, mas ele impulsiona a minha cintura para que eu entre primeiro, e assim eu fiz. Depois ele entra e fecha a porta, que se tranca automaticamente. Deve ser algum sistema de segurança agora que ele tem um cargo superior.

Cinco larga o terno que estava em seu ombro, o deixando jogado na poltrona escura que tinha. Depois, ele vem até mim e segura meu rosto, permanecendo contato visual. É nítido o quanto ele está cansado. Matar a presidência depois de uma reunião importante, não deve ter sido uma tarefa fácil.

— Vou tomar um banho — ele diz e pressiona sua boca na minha. — Se quiser ir, tem outras toalhas ali dentro.

Eu assinto, vendo Cinco jogar as chaves em cima de uma mesa, e depois caminhar para um outro cômodo.

Penso que é melhor ele relaxar sozinho.

Enquanto isso, eu observo o dormitório dele. A cama, que é um pouco maior que uma de solteiro, está com o lençol levemente bagunçado. Tirando isso, o restante do quarto é super organizado. A mesa redonda não tem mais nada além das chaves que ele jogou.

Vou até o armário que ele apontou e tiro uma toalha. Eu tiro por completo o meu uniforme, e sinto vontade de rasgar essa gravata já que nunca mais vou usar. No armário, procuro alguma roupa dele para usar, porque estar só de lingerie me parece atacada. De todas as camisas esquisitas e sem graça, eu escolhi a xadrez azul.

Interessante. Nunca vi ele usando nada que não seja um terno.

E, caramba, agora consigo ver que ele confia mesmo em mim. E o quanto confia em mim. Estou no seu dormitório, com suas chaves à minha disposição em cima da mesa, e ele apenas no banho. Eu nunca faria algo para machucar ele agora, mas sinto culpa em ter todo esse privilégio de confiança enquanto continuo omitindo para ele.

— Você é sempre organizadinho assim ou tem uma camareira? — forço uma expressão impressionada quando o vejo sair do banho.

Ele está secando o cabelo com a toalha, e está mais atraente do que qualquer outra pessoa no planeta secando o cabelo.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now