𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 45

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CAPÍTULO 45

⊰◎⊱

Deixo a mala de lado e me sento na cama. Só por tempo suficiente para a dor de cabeça pela viagem espacial passar.

O cachorro parece tão enjoado quanto eu. Ele caminha pelo quarto de Cinco, provavelmente se acostumando com o mapa.

Já Cinco, age naturalmente e vai direto ao seu armário, colocando o terno preto que usa em suas reuniões. Agora minha pressão baixa tem dois motivos.

Voltamos direto da Itália porque sua reunião está próxima. Eu sabia que França estava bom demais para ser verdade, mas talvez possamos fazer outra viagem no período de folga que ele tem.

Enquanto ele deixa seu cabelo perfeitamente penteado para o lado, eu faço um nó em sua gravata.

— Não me olhe assim — ele diz. Só agora percebo que estou o encarando sem a menor prudência. Não consigo esconder, Cinco está incrível. Ele segura o meu rosto e me dá um beijo apaixonado. — Até mais, gata. Eu te amo.

— Eu também te amo — respondo, enquanto ele beija minha mão, perto da aliança. Espero que isso vire hábito.

Cinco pega a maleta, troca os números e locais, desaparecendo em seguida. O silêncio agora é ensurdecedor.

Acabamos de chegar e aposto que ninguém mais dessa casa sabe a novidade. Eu até quero dizer para eles que serei cunhada para o resto da vida, mas vou esperar por Cinco.

Na sala, encontro Diego afiando uma faca. Tenho plena certeza que metade do tempo que o vi, ele tinha uma faca em mãos.

— Já voltou, esquisita? — ele diz, sem olhar para mim. Guardo minhas mãos no bolso e me sento no sofá de frente para ele.

— Já — respondo, mas ele não diz o que eu esperava. — Pergunta como foi a viagem.

Diego revira os olhos.

— Como foi a viagem, Eleanor?

Maravilhosa. Eu já tinha ido pra lá antes, mas nunca pra aproveitar de verdade. Eu até trouxe um presente para você.

— Pra mim?

— É, imbecil.

Não questiono sua surpresa, é compreensível. Peço para ele esperar enquanto vou no meu quarto buscar o presente. Quando volto, ele ainda está afiando sua faca.

— Abre.

Diego pega a caixa da minha mão e retira o plástico, revelando assim uma colher para bebês. É rosa e com desenhos de girafas. Quando vi, achei um ótimo objeto para equilibrar a quantidade de facas que ele tem.

— Essa é a razão pela qual não gosto de você — Diego joga a colher para o sofá, com uma risada debochada. — Onde está o Cinco?

— Reunião da empresa.

Assim que digo, ele fica pensativo. Sinto a pergunta que evitei todo esse tempo chegando.

— Vocês nunca falaram com o quê trabalhavam.

— Não é relevante.

Diego toma fôlego para fazer outra pergunta, mas Luther entra na sala com Claire no colo. Ela está com o olhar distante e alheia a qualquer situação, já seu tio tem preocupação em dobro.

— Alguém viu o pote de cereal dela?

Eu e Diego balançamos a cabeça, dizendo que não.

— Ah, olha a colher ali, Claire. Falei pra você não não deixar suas coisas jogadas — Luther vai até o sofá e pega a colher que acabei de dar de presente para Diego. — Ela esqueceu onde deixou o próprio cereal, vocês acreditam?

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now