𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 32

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CAPÍTULO 32:
Escondendo evidências.

⊰◎⊱

Quando acordei, demorei para me lembrar da noite de ontem. Não lembrava se aquilo era um sonho ou realmente aconteceu. Ando pelo apartamento e vejo as velas na mesa ao lado da minha blusa.

Realmente aconteceu.

Acho que eu ainda tinha esperanças de encontrar Cinco por aqui, mas ele não estava. O que encontrei foi um pequeno papel recortado em cima da mesa, e estava escrito:

𝙴𝚞 𝚊𝚖𝚎𝚒 𝚊 𝚗𝚘𝚒𝚝𝚎

Sorri ao ler. Que merda, eu sorri com um bilhete. Dobro o papel e coloco no meu bolso.

Fico no sofá a manhã inteira suspirando e lembrando de cada segundo da noite de ontem, enquanto obviamente como alguns pedaços do bolo de limão. Pego a minha blusa de cima da mesa para ter certeza que o cheiro dele ainda estava lá.

Na verdade, ainda está por essa casa inteira. Principalmente na minha cama.

Não dá para eu tirar ele da cabeça nem se eu quisesse.

Inclusive, minha campainha acaba de tocar. Deixo o prato, com um sorriso, e vou atender a porta. Assim que abro, levo um golpe no rosto de imediato. Foi um susto e não me preparei para isso. Eu devia ter checado o olho mágico.

Com a força do soco, acabo caindo para trás e ajustando meu equilíbrio segurando o balcão. A pessoa que me golpeou entrou no meu apartamento seguido por outra, ambas com máscaras da Comissão.

Que merda.

Eles me acharam. Mas não vão sair daqui para dizer minha localização. Não vão mesmo. Corro até a cozinha e pego a maior faca que tenho. Minha sorte é que eles não utilizam armas, além do soco-inglês com pontas para perfurar.

Hora de testar minha pontaria. Com a faca escandalosamente afiada, arremesso na segunda pessoa, mas não tenho sucesso. Vai ter que ser a moda antiga. Caminho até o agente mais próximo de mim e passo a faca sobre sua garganta, já o segundo, perfuro seus órgãos vitais.

Não foi tão fácil quanto parece. Até eu conseguir acabar com os dois, me machucaram muito com a rasa habilidade deles.

Mão de obra local… — murmuro, assim que vejo os corpos no chão.

É por isso que é tão difícil achar bons agentes como eu. Esses não tiveram o mínimo de preparação e organização. Alguém contou que eu era uma das mais bem treinadas? Tenho que parar de julgar os serviços alheios e começar a limpar minha cozinha.

Perco o meu tapete novinho e fofo para enrolar um dos corpos. Que falta faz o serviço de remoção de cadáver. Já o segundo, não sei o que fazer. Talvez a cortina? Foi o que usei.

Eu já estava exausta e ainda precisava limpar o sangue. Gostaria de poder botar fogo em tudo. Pego os produtos químicos e começo a limpar, imaginando o que fazer com aqueles corpos que acabei de colocar no quarto de hóspedes.

A campainha toca.

— Porra, Cinco! — digo baixo, mas não sei se é de raiva ou alívio.

Hoje é sábado, e depois do nosso jantar de ontem, achei mesmo que ele viria.

Vou até a pia e tiro minhas luvas, enquanto a campainha não para de tocar, repetidas vezes. Que irritante. Chego perto da porta e, aprendendo a lição, confiro pelo olho mágico. É Cinco.

Abro a porta e o vejo com uma bolsa rosa pequena em seu ombro. Ao lado, um pouco mais embaixo, a pequena Claire entretida com seu sorvete rosa e amarelo.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now