Epílogo 4

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Eu escrevi a história com tinta azul em um fundo cinza.

Dancei a música clássica em meio a turbulência que foi o caminho até aqui.

Foi no meio do caos que a arte foi feita, como a cura e o escape aos delírios da humanidade.Park Jimin.

  Foi diante do último capítulo que Park Jimin escreveu sobre isso. Não era conhecido por ser um escritor. Ele era o artista que colocava fogo nos palcos com sua dança e que escrevia a sua própria história. Mesmo com os anos passados, ele não se arrependeu de sua decisão, ele soltou a mão de sua paixão, pelo seu amor. E nunca foi soltado. Os palcos esfriariam, embora o nome continuasse sendo falado de geração à geração. Afinal, Park Jimin reescreveu a história. As mãos que outrora escreviam já estariam cansadas demais ao ponto das canetas se tornarem pesadas entre seus dedos. As pernas que alcançavam mundos, um dia já não seriam as mesmas, mas ele continuaria...

   Park Jimin, nunca foi o protagonista dessa história, mas sim a vida do personagem que ele interpretou. Porque nunca foi sobre ele, nunca foi sobre nossas vidas, mas sobres os nossos personagens.

E essa era a reta final...

    A última gota de azul na extensão oceânica que a era a sua vida. A sua última apresentação. Não como o bailarino da ópera de Paris, não como o etoile na ópera de nova Iorque, ele era simplesmente, Park Jimin.

   "Gardez votre posture!" ─ o primeiro flashback o antigiu em cheio diante aquela última noite nostálgica. Parecia pouco, mas aquilo foi o início de uma realização agora finalizada. ─ "Um dançarino nunca perde a postura e nem se deixa intimidar pela presença de outros." ─ como se ainda fosse o aluno iniciante, ele endireitou a postura enquanto olhava orgulhoso para o seu reflexo no espelho.

   "Eu... é que... Désolé monsieur!"

  Ele se viu diante do Garnier aos setes anos. Ele viu o seu professor chegando com a face séria, ele viu o seu eu de sete anos nervoso, então, sua mente recriou aquela cena. Reviveu o sonho de infância, e isso foi o suficiente para o deixar choroso, com saudades, porque ele amava. Cada batida do coração dava ritmo as suas veias enquanto o seu sangue deslizava sobre elas.

       "Quel est ton nom?"

      "Park Jimin!" ─ disse, tentando baixar a cabeça mas fui impedido pelos seus dedos.

     ─ "Você é delicado enquanto dança, seus movimentos são leves mas desajeitados, você tem carisma quando dança, prende a atenção e aprende rápido." ─ ele dizia ainda sério, eu mal entendia as suas palavras, mas eu via minha mãe emocionada, foi o suficiente para me deixar feliz. ─ "Porquê você dança, Jimin?"

      "Me sinto livre, toda vez que meu corpo reage a uma melodia, eu sinto meu coração a bater. Eu danço porque amo dançar."

     — Eu danço porque amo dançar. — embora fosse uma mera lembrança, ele repetiu as mesmas palavras ditas aos sete anos. Não importava qual rumo a sua vida seguisse, ele dançaria seja em palcos mundiais ou não, porque simplesmente ele amava dançar.

Park Jimin, era o que dançava.

Cada tom de sua personalidade.

   Limpou as lágrimas correntes quando ouviu a porta de seu camarim sendo aberta. Era a senhora Dupont. Isso o fez sorrir grande enquanto uma lágrima involuntária corria pelo seu rosto. Ela se aproximou e deixou um beijo nos cabelos loiros, limpando a lágrima em seguida.

INFINITE•Jikook MpregWhere stories live. Discover now