3- Superar?

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S/N P.O.V

Superar alguém é um processo que por muitas das vezes pode ser demorado, no começo vai doer e doer muito, até finalmente não significar mais nada.

Bianca ainda tenta falar comigo de todas as maneiras possíveis, apesar disso preferi ignorar, bloqueando o número e seus perfis existentes em todas as redes sociais. Acredito que alguns diriam até que isso é um claro sinal de imaturidade da minha parte, que eu deveria sentar e conversar com ela, mas não.

O nosso relacionamento durou por volta de um ano e meio e eu a conheço o suficiente para saber que um diálogo não adiantaria em nada, arrisco dizer até que poderia acabar saindo mais machucada ainda.

Contudo, meu ato de cortar qualquer tipo de contato com ela foi a maneira que eu encontrei para obter paz enquanto sigo em frente e tento superar tudo isso.

- A ação comunitária é muito mais que construir apenas cenários. - o presidente do Sindicato do Departamento de Polícia começou a dizer. - É construir pontes entre a polícia e os jovens em risco, que necessitam de ajuda.

Hoje todos nós estamos presentes em um evento organizada por ele há algumas semanas, devido ao projeto criado para ajudar as crianças a confiarem mais na Polícia de Chicago. O meu pai apoia muito essa causa desde que foi fundada, tanto que alguns policiais do distrito sempre são designados para participar, dando aulas de autodefesa e até mesmo conselhos para esses jovens.

- É gratificante saber que as crianças têm a honra de conhecer as pessoas por trás do distintivo em um momento diferente, onde não estão fazendo perguntas, efetuando prisões ou até mesmo investigando um caso. Em vez disso, estão lhes ensinando lições de perspectivas, liderança, resolução de conflitos, empatia e sobretudo confiança.

Esse é Ray Price, um amigo de longa data do meu pai  que se tornou presidente do sindicato do Departamento Policial há alguns anos. O conheço desde pequena e sei que ele é uma das pessoas que realmente tentam fazer o bem para a sociedade, por isso eu também apoio a causa e costumo participar do programa quando posso.

- A ação comunitária depende de pessoas de bem assim como vocês, e quando eu digo pessoas de bem estou falando daquelas que são preocupadas e sensíveis, dispostas a abrirem suas carteiras.

As risadas começaram a ecoar ao redor do salão e na nossa mesa, eu apenas ri baixo e balancei a cabeça negativamente. Depois voltei a prestar atenção nas palavras dele.

- O fato é que essa é a Chicago que todos queremos: um local familiar e um refúgio da violência armada. - Ray comentou. - E graças a vocês isso está se tornando possível. Muito obrigado!

Não demorou muito para que palmas e assobios começassem, fazendo Ray ficar todo envergonhado e agradecer mais uma vez a todos, até o barulho cessar.

- Tá afim de ir embora? - Eu perguntei para Hailey, assim que nos levantamos da mesa e começamos a andar em direção ao bar.

- Daqui a pouco, já que o nosso turno termina em dez minutos. - ela respondeu, após confirmar o horário em seu próprio relógio de pulso.

- Certo. - eu falei, assentindo. - Então vou esperar por você.

- E aqui tem champanhe de graça. - ela acrescentou, me fazendo rir. - O que? É verdade.

- Eu não bebo uma gota de álcool. - murmurei dando de ombros. - Então não posso dizer que concordo.

- Isso é bom, assim você pode cuidar de mim quando eu estiver bêbada. - Hailey piscou para mim e se virou para pegar uma taça de champanhe, eu semicerrei os olhos e balancei a cabeça em sinal de negação.

Simplesmente Acontece (Hailey Upton/You G!P).Onde histórias criam vida. Descubra agora