9- Tempos difíceis.

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Hailey P.O.V

Eu nunca fui o tipo de pessoa que costuma demonstrar emoções, tanto que desde pequena já camuflava tudo aquilo que sentia através de expressões frias e indecifráveis. Mas assim que eu soube sobre a morte do Alvin, não fui capaz de conseguir esconder a tamanha tristeza que senti.

Ainda mais quando eu descobri que o ocorrido sucedeu devido a uma antiga desavença, que consequentemente se tornou uma represália contra o Sargento. Tudo, contando a partir do momento da prisão, até o homicídio foi friamente calculado em seus mínimos detalhes há meses por Denny Woods.

É triste saber que para ele e para os outros envolvidos, o um incidente não passou de algo banal, sendo que Alvin claramente não merecia ser acusado por um crime que não cometeu e depois morrer, defendendo aquilo que realmente acreditava.

Aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo sabem que ele foi um verdadeiro herói e sempre será lembrado como tal, pelo menos para nós.

- Sentido!

Todos nós nos colocamos em posição e batemos continência, após carregar o caixão do nosso amigo até a traseira do carro funerário.

Eu sou o tipo de pessoa que acredita que a morte não é o fim e sim um rito de passagem, entretanto o ato de sepultar o corpo é muito deprimente. E mais doloroso que isso era ver a forma como todos estavam sofrendo.

- Descansar!

Baixamos as nossas mãos, voltando à posição normal.

As portas do carro funerário foram fechadas e o automóvel seguiu rumo ao cemitério. O restante de nós logo se dispersou, cada um em seu carro correspondente, mas todos tinham o mesmo destino.

Orações, discursos, homenagens e agradecimentos foram prestados a Alvin Olinsky durante o decorrer do velório, este que durou pouco mais de uma hora.

Mas quando o sepultamento terminou, não demorou muito para que as pessoas começassem a se despedir e fossem embora, assim como eu e o restante da equipe.

(...)

Hoje já estamos de volta ao trabalho, pois cada um de nós tirou uma semana de licença por ordem do Sargento.

E sem o Alvin, o distrito parece estranho. A mesa dele está vazia e já não há mais as suas piadas e os seus comentários aleatórios em relação aos casos.

Todos nós ainda estamos  cabisbaixos e as emoções de alguns estão à flor da pele. Principalmente as da minha parceira e eu não estou gostando nem um pouco disso, não por ela estar deprimida, mas sim pelo fato dela estar descontando as suas frustrações em mim.

Quer dizer, que culpa eu tenho em relação a isso?

O Corpo de Bombeiros pediu a nossa ajuda para desvendar um incêndio criminoso. Nesse exato momento, Adam, S/n e eu estamos prestes a interrogar um dos filhos do nosso possível suspeito, na intenção de obter algo que nos leve até o pai.

Adam e eu tentamos alertar que fazer isso seria uma péssima ideia, considerando o fato de que o garoto é possivelmente inocente e não há evidência alguma relacionada a ele. Nós investigamos de cima a baixo e não encontramos nenhum tipo de contato que ele teve com a família nos últimos anos.

Contudo, não havia outra opção, então cá estamos nós três. Também tem o fato da S/n ter conseguido persuadir o Sargento a aceitar isso, eu nem preciso dizer que isso deu muito certo.

- O que está havendo? - o filho mais novo perguntou desconfiado, após termos nos apresentado como detetives.

- A sua família está meio enrolada. - S/n esclareceu. - E precisam da sua ajuda.

Simplesmente Acontece (Hailey Upton/You G!P).Where stories live. Discover now