Simplesmente Acontece (Hailey Upton/You G!P).

11- Negação.

Hailey P.O.V

Depois que S/n e eu nos separamos, eu simplesmente não sabia o que deveria fazer a seguir.

A agitação e o desespero começaram a tomar conta de mim imediatamente, então eu respirei fundo tentando acalmar as minhas emoções, que estavam à flor da pele naquele momento. Sem obter sucesso, passei a mão pelos meus cabelos nervosamente, conseguindo sentir o olhar da S/n queimar sob mim, mas apenas ignorei.

Tomei o restante do whisky que ainda continha no copo em uma só golada, sentindo aquele líquido ardente descer pela minha garganta.

Aquilo só poderia ser algum tipo de brincadeira de péssimo gosto, que o meu corpo estava adorando fazer acontecer. Eu não deveria estar me sentindo tão nervosa assim. E na verdade, nem sei porque passei tanto tempo admirando seus olhos castanhos claros - e eu nunca tinha visto um par de olhos tão lindos.

Olhei para a S/n, que estava totalmente focada na missão de fazer Kim tomar água e comer alguma coisa, foi quando os flashes e as sensações de alguns minutos atrás voltaram a tomar conta de mim, novamente.

A música começou a se distanciar dos meus ouvidos e as pessoas andavam tão lentamente, como se os segundos tivessem sido diminuídos a milésimos. Mas, o meu coração decidiu não acompanhar o ritmo do tempo, ao invés disso começou a bater de maneira frenética e acelerada dentro da caixa torácica.

As minhas mãos descansavam em seus ombros e se mantiveram ali, enquanto as suas estavam espalmadas na minha cintura. E não soube reagir e fiquei estática com aquilo, pois não esperava que a minha parceira fosse estar ali para me segurar, muito menos que os seus olhos fossem tão bonitos daquele jeito. É sério, chega até ser covardia.

Foco, Hailey. Foco.

Você não pode achar a sua parceira de trabalho atraente!

Balancei minha cabeça e fechei os meus olhos ao mesmo tempo, tentando afastar aqueles pensamentos da minha terrível mente traidora.

Não vou ser hipócrita e dizer que nunca reparei nela antes disso, porque aí eu estaria mentindo. Mas, sim. Nós trabalhamos juntas e nos vemos frequentemente, obviamente não há como deixar de reparar que a S/n é bonita e perigosamente atraente, com aqueles músculos que estão sempre em evidência graças as camisas justas que ela gosta de usar.

E sim, eu sei sobre a intersexualidade. Para ser sincera, já havia reparado antes e a mesma me falou sobre isso um dia, eu não tenho preconceito nenhum - ainda mais por ser bissexual - e fiquei super de boa quando conversamos sobre.

- Olá, moça bonita. - uma voz soou de repente, me tirando dos meus devaneios. Girei o meu pescoço para ver de quem se tratava e encontrei um cara moreno que me lançava um olhar sedutor e um sorriso de canto estava estampado nos seus lábios. - Será que eu posso te pagar uma bebida?

A minha reação imediata claramente seria negar e dispensá-lo, principalmente pelo fato de que eu não aceito bebidas de estranhos. Qual é, eu sou policial há quase dez anos e sei muito bem o quê esses caras de balada têm em mente.

Contudo, eu precisava esquecer aquela atração momentânea que rolou com a minha parceira. Fora que eu também não quero criar expectativas quanto a isso. Eu sei que S/n é uma ótima pessoa, inclusive já conversamos sobre isso algumas vezes, aquela professora teve uma baita sorte de em ter a minha parceira ao lado dela, apesar disso, não quero me machucar.

- Ainda não. - respondi. - Primeiro, eu quero saber um pouco mais sobre você.

Isso foi suficiente para fazer o sorriso dele aumentar e um sorrisinho de lado brotar no meu rosto.