32- Gravidade.

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S/N P.O.V

Extremamente aliviada foi como eu me senti, após finalmente receber alta e ser liberada para poder sair do hospital. Entretanto, eu entendi que realmente era necessário ficar em estado de observação, então eu tentei ser paciente, mesmo tendo pânico de hospitais. O fato de precisar ficar deitada naquela cama o dia todo, e só poder me levantar para ir ao banheiro não ajudou em nada, até porque eu já me acostumei com a agitação de cada turno e com todos aqueles horários doidos. Outra coisa que também acabou comigo, foi precisar de auxílio para fazer quase tudo, ainda mais eu que aprendi a ser independente desde cedo. Eu me senti inútil. E, um pouco impotente.

Foi maravilhoso quando eu coloquei os pés para fora, e pude sentir aquele sol maravilhoso entrando em contato com a minha pele. Eu havia me esquecido do quão gostosa é a sensação, de sentir todos aqueles raios uv’s invadindo meus poros e me fornecendo uma boa dose de vitamina D.

Esse alívio durou pouco. Pois, no exato minuto em que eu entrei no carro, a realidade caiu sobre os meus ombros. Ainda resta saber porquê eu levei um tiro, porque a minha namorada sofreu um acidente e o quê o Johnny quer tanto falar comigo.

A preocupação logo tomou conta de mim. Há algo muito importante em jogo por aqui: a segurança da minha namorada. Eu sei que estou impossibilitada, infelizmente, mas, isso não vai me impedir de ir atrás da pessoa responsável pelo acidente.

- Mesmo prestando atenção na rua, eu consigo ver a fumaça saindo de dentro da sua cabeça. - escutei Hailey falar, em seguida senti que uma das suas mãos migrou para a minha nuca e iniciou um carinho leve.

Suspirei em sinal de frustração.

- Você quer falar sobre isso? - Hailey perguntou, atenciosamente.

- Eu estou preocupada. - eu admiti, mordendo o canto da minha boca. - Eu não sei o que vai acontecer agora, e isso me assusta.

- Bom, você sabe que independente de qualquer coisa, eu estarei com você. - Hailey disse, fazendo-me sorrir. - Vai dar tudo certo, meu amor.

- Tomara que sim. - eu suspirei, vendo-a entrar na rua do distrito.

Algumas lembranças dolorosas me vieram à mente, e aparentemente isso não ocorreu apenas comigo, já que Hailey entrou diretamente na garagem. Eu soltei todo o ar que nem percebi estar prendendo, assim que me dei conta de que estávamos em um local fechado. Eu estava segura. E o mais importante, ela também estava.

Depois que ela estacionou seu carro em sua vaga de sempre, nós duas saímos e subimos as escadas que nos levaram ao segundo andar.

- Olha só quem voltou. - Kevin falou, assim que notou a minha presença. - Você mal saiu do hospital e já quer voltar ao trabalho?

- Vocês não sabem o prazer que é está de volta. - eu falei. - Aposto que sentiram a minha falta.

- Você não acha que anda muito convencida? - Jay arqueou uma sobrancelha ao questionar. Eu acabei rindo. - Bom, isso não é uma novidade. Pelo jeito você já deve estar curada.

- Uai. Que culpa eu tenho se vocês não conseguem viver sem mim? - eu murmurei, de maneira presunçosa.

- Sim, você tem razão. - Kim afirmou. - Eu realmente não consigo viver sem aquelas panquecas deliciosas, com aquela geleia de amora caseira que você faz.

- Interesseira? Jamais. - eu ri, negando com a cabeça. - A cara nem treme.

Todos nós rimos. Eu sorri olhando para todos eles, percebendo que sou muito sortuda por ter essas pessoas na minha vida. Eles são uma verdadeira parte de mim. A minha família. Eu senti tanta falta de todos.

Simplesmente Acontece (Hailey Upton/You G!P).Onde histórias criam vida. Descubra agora