7- Confiança.

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S/N P.O.V

Faz dois dias que estamos tentando solucionar o homicídio de Scott Jensen e ainda não chegamos nem perto de conseguir uma confissão vinda do Booth.

Eu estou seriamente preocupada com o estado mental da Hailey, principalmente depois de descobrir o que realmente aconteceu na noite do Ano Novo. Isso só reforçou a minha decisão de estar presente em cada encontro que ela teve com aquele cara. Fiquei atenta às escutas a todo momento, e passava em seu apartamento no final da noite para vê-la com meus próprios olhos.

- Chegou tarde. - me pronunciei assim que vi Hailey trancar a porta.

Eu tenho uma cópia da chave desse apartamento só por precaução.

Ao ouvir a minha voz, Hailey gritou de susto e levou uma mão em direção ao peito.

- Meu Deus, S/n! - ela acendeu as luzes. - O que você está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa?

- Bom, sim. - suspirei. - Nós precisamos conversar.

- Pelo seu tom, assunto é sério. - ela se sentou na cadeira, ficando de frente para mim. - Agora eu fiquei preocupada.

- Você não ia me contar? - eu perguntei sem rodeios. - Só resolveu fingir que nada aconteceu e ainda tentou encobrir.

- Contar o quê? - ela franziu o cenho confusa. - Do que você está falando?

Eu abri o relatório e mostrei as fotos retiradas da Hailey naquela noite, evidenciam que ela foi espancada com extrema brutalidade, chegou até a desfigurar seu rosto.

- Estou falando disso. - eu falei. - Aconteceu no dia trinta e um de Dezembro, véspera de Ano Novo.

Hailey ficou encarando aquelas fotos por um bom tempo, até que se levantou e saiu da sala me deixando lá com cara de pastel.

- Espera aí. - não me contentei e fui atrás dela. - Nós temos que conversar sobre isso.

- Ah, então agora você quer conversar? - ela elevou seu tom de voz. - Depois de ter falado com o Rafferty pelas minhas costas.

- Acontece que você não me deu escolha! - eu retruquei no mesmo tom. - Eu sei que você odeia o Booth e quer prender esse cara, mas é perigoso.

- Faz parte do trabalho. - ela justificou. - Eu não ligo se é perigoso ou não.

- Você pelo menos está se escutando? - perguntei incrédula, devido ao absurdo que eu acabei de escutar. - Céus!

Suspirei em sinal de frustração e passei a mão nos meus cabelos.

- Tudo bem. - eu respirei fundo, acalmando meus nervos. - Eu não suporto ficar discutindo, ainda mais porque fazer isso não vai nos levar a lugar algum.

- Pois é.

- Nós somos parceiras, Hailey. - eu me aproximei dela. - Precisamos confiar uma na outra, por isso peço que me conte o que aconteceu. Eu só quero ajudar.

- Booth tinha voltado de Saint Louis, depois de ter ido falar com um chefão que os federais queriam identificar. - ela começou a contar, após se manter em silêncio por alguns minutos. - Aconteceu uma festa na véspera de Ano Novo, eu o encontrei bêbado e sozinho. Tentei conseguir um nome, mas ele queria outra coisa de mim.

Engoli em seco.

- E ele conseguiu? - eu perguntei, com medo da resposta ser sim. Desde que eu soube da existência desse arquivo, fiquei com medo de algo a mais ter acontecido.

- Não. - ela respondeu, fazendo-me sentir aliviada. - Eu fugi e Garrett me levou ao hospital.

- Você precisa contar ao meu pai sobre isso.

Simplesmente Acontece (Hailey Upton/You G!P).Where stories live. Discover now