29. Ao Redor do Mundo

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305 Depois da Conquista

No mundo dos vivos, Adhara estava ansiosa observando o corpo de Daenerys sob uma mesa de pedra. Kuvira logo apareceu novamente.

- Tem certeza que vai funcionar? - ela perguntou. - Já faz muitos dias.

- Vai funcionar, pois ela ainda tem um propósito a cumprir - Kuvira disse.

- Eu deixei meus irmãos para trás - Adhara mexeu nos cabelos, nervosa. - Um deles estava desaparecido.

- Você está aqui por uma razão - a mulher disse. - Também tem o seu propósito.

- Traga ela de volta.

Quando Daenerys soube de Adhara que ela sonhou com todos da família delas, ela pensou que iria os reencontrar após a morte, tinha muitas perguntas a vários deles, era quase um alívio finalmente ter encontrado a paz da morte, mesmo que de forma brutal, mas não aconteceu. Pelo contrário, ela reviveu todos os seus momentos em vida, desde o nascimento até sua conquista ao Trono.

Ela viu o rosto do irmão Viserys, pela primeira vez em anos, vendo novamente como ele perdeu o controle, desesperado por retomar o que pertencia ao Targaryen. O último que restava de sua família, e ele caiu nas ruínas do desespero. Ela entrou por uma outra porta e viu seu casamento com Drogo. O nascimento dos dragões, o dia que conheceu Missandei, a conquista a Meereen, a traição de Jorah, o dia em que sua família reapareceu. Cada passo que ela deu, evoluindo e se tornando mais poderosa, sua vida nunca havia sido fácil, ela teve que ser uma lutadora desde o dia em que nasceu.

Ela viu o nascimento de seu filho, Daemon, enquanto ela gritava e fazia força, Rhaenys e Adhara a auxiliavam no parto. Durante as longas horas que a criança levou para nascer, Daenerys teve visões onde ela estava com os pés na areia das praias de Dragonstone, e o céu nascia no oeste e se pôs no oeste, ela viu montanhas voarem como folhas e os mares secarem e, então, seu filho chorou pela primeira vez.

Ela estava observando a si mesma, segurando o bebê pela primeira vez, foi a primeira vez que Daenerys sorriu em meses, e não durou muito quando ela teve que o entregar nos braços de Rhaenys. Ela havia dado tudo de si para conseguir o que queria, era o seu destino e sua vontade, e Daenerys sabia que não era má pessoa. O que é o bom e o mal em uma guerra e todos os lados pensam que estão certos, afinal.

Todos os títulos que conquistou, os povos que salvou, os homens que matou, toda a trajetória dela desapareceu como fumaça, como se fosse insignificante. O amor foi a morte. Daenerys observou cada passo de sua jornada até o seu último momento com Jon Snow, ela se aproximou dele e de si mesma.

- Não faça isso - pediu, chorosa e decepcionada. - Não me traia.

Jon Snow enfiou uma lâmina em seu coração. Ela observou o momento do golpe, depois tudo se tornou escuro. Parada na escuridão, ela pensou que aquele seria o seu fim eterno, sozinha para sempre, tentou andar mas não conseguia se mover e tudo ao redor pareceu quente. Ela se virou assustada ao ouvir um pequeno rugido, fogo de dragão iluminou tudo e ela percebeu que estava rodeada de dragões, de todos os tipos e tamanhos, todos a encarando. Seu coração morto e mutilado batia com força e rapidez em seu peito.

Ela se virou para encarar os dois dragões mais próximos: os filhos dela. Viserion não estava como da última vez que o viu, com olhos azuis. Ele a encarou de perto, até tocar nela com o rosto, Rhaegal também a observava, e ela tocou nele.

- Então este é o meu fim - falou consigo mesma, mas estava errada.

Os dragões dela se afastaram, erguendo as cabeças e abrindo a boca, Daenerys não sentiu medo, pelo contrário, se sentia eufórica. Ela encarou enquanto Rhaegal e Viserion cuspiam fogo nela, como se renovassem seu espírito.

Renascença | GOTWhere stories live. Discover now