43. O Rei

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Meses depois

Daeren estava pronto para morrer. Daevon e Aerion estavam rindo do nervosismo dele, e ele podia jurar que bateria nos dois se ouvisse mais um risinho debochado de sua angústia. Ele estremeceu ao ouvir o grito de Adhara. Os homens estavam no corredor enquanto as mulheres ajudavam Daenerys e Adhara a darem a luz, porque sim, as crianças decidiram nascer todas no mesmo dia, complicadas desde o útero.

Ele também podia ouvir as lamúrias de Daenerys, queria apoiá-las, mas tinha a impressão que desmaiaria se entrasse no quarto. Ele tinha quase certeza que ouviu Adhara o amaldiçoando.

Tudo ficou silencioso. Alguns instantes depois, Rhaenys apareceu com um bebê no colo, Daeren olhou admirado para o filho, mas algo no olhar da irmã caçula dizia que algo estava errado. Os rapazes ficaram tensos.

— O que houve? — foi Aerion quem perguntou, pois Daeren estava meio atordoado, tocando a mão do bebê, mas preocupado.

— Daenerys está quase lá — ela informou, preocupada. — Este é de Adhara…

— Mas?

— Tem mais um — disse, tão tensa quanto eles. — E será difícil…difícil demais.

Rhaenys também não estavam em seu estado perfeito, qualquer um podia ver sua agitação. Daenerys empurrou pela última vez e um choro ecoou. Elia, agora uma Targaryen e também carregando um bebê, apareceu atrás dela.

— Daevon, segure-o — a esposa ordenou. — O Meistre já o viu, nasceu sem chorar, mas é saudável. Ande, Daeren não terá condições, e tudo aqui dentro está terrível.

Daevon logo obedeceu a esposa, tomando o sobrinho nos braços, pois o irmão estava um tanto estático, ele tentou ver melhor, já que nenhuma de suas esposas estavam em seu campo de visão, mas Elia sorriu levemente e fechou a porta na cara dele. Aerion tocou o ombro do primo, o confortando.

Dentro do quarto, Adhara estava prestes a morrer, ela tinha a certeza absoluta de estar se sentindo como se fosse Aenyx, e a dor era insuportável. Aparentemente, ela estava grávida de gêmeos, uma rara surpresa quando algo assim não é percebido, de acordo com o Meistre, e uma das crianças estava virada para o lado errado, outra coisa incomum para o homem. Daenerys olhava horrorizada com o próprio filho nos braços.

Estavam em dúvida se Adhara teria força para empurrar a criança, caso dessem leite de papoula para arrumar a posição do bebê na barriga, a resposta era não. Teriam que arrumar com a rainha o mais consciente possível. Alissanie ajudaria, enquanto Rhaenys, Elia e as criadas seguravam Adhara, que sequer sabia qual era o rosto do primeiro filho, ela se desesperou ao não ouvir um choro antes.

Quando começaram, ela gritou e se debateu como nunca, o rugido de Aenyx pode ser ouvido bem acima do castelo, os braços e pernas de Adhara logo ficaram vermelhos tamanha força que era necessária para segurá-la. Aerion teve de segurar Daeren do lado de fora.

Daenerys tentou levantar, mas ainda sentia dor, o irmão mais velho do novo príncipe havia saído com muito mais facilidade. Por fim, a criança estava na posição correta.

— Precisa fazer sua parte agora, Majestade — o Meistre disse.

Adhara estava suada, dolorida, sangrando e com um ser vivo dentro dela pronto para ser expulso, mas não tinha forças. Mas ela podia ouvir os rugidos de Aenyx ainda, e a sensação de estar na pele do dragão era forte. Usando de sua conexão, ela se esforçou até que a criança nascesse. Dessa vez, a criança veio ao mundo mostrando que seus pulmões eram fortes. Mas a rainha desmaiou.

[...]

Um dia depois, Daeren parecia um tonto ao observar os três filhos. Aquele a quem Daenerys deu a luz recebeu o nome de Daelor, quanto aos gêmeos, estavam esperando Adhara acordar, ou ela mataria quem tivesse decidido o nome de seus filhos sem pedir sua opinião.

Renascença | GOTWhere stories live. Discover now