Capítulo 18

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Amélia on:

Algo se moveu na escuridão.

E eu corri.

Um grito de puro horror saiu da minha garganta quando senti braços me segurarem e meu corpo bater contra algo duro.

Algo não, alguém.

Senti um cheiro familiar e a voz de Aleksander chegou aos meus ouvidos, me acalmando.

- Amélia?

Alivio me invade assim que ouço sua voz e suspiro.

Olho para Aleksander, ele está com o cenho franzido em confusão e um sorriso torto nos lábios.

- Eu esperava uma luta e alguns xingamentos, mas não estou reclamando da recepção que me preparou, embora eu esteja confuso.

Me afasto dele, mas olho para trás, onde senti que algo me encarava

Não havia mais nada.

A sensação de que algo me olhava tinha sumido.

Me virei para Aleksander, que me encarava, seu sorriso torto tinha sumido e ele me encarava sério.

- Algo aconteceu?

Cogitei negar, mas talvez o que quer que estivesse aqui voltasse e eu ainda estava com medo.

- Tinha...algo aqui, quando chegou?

Talvez Aleksander estivesse me pregando uma peça?

Não, sua expressão deixava claro que ele sequer sabia do que eu falava.

E eu não deveria estar tão calma na presença dele, mas eu ainda estava pensando no que vi.

Ou senti.

- Eu acabei de chegar, o que estava aqui?

Neguei com a cabeça.

- Acho que vi coisas.

Me viro para sair da biblioteca, mas travo.

O medo que senti talvez tivesse me anestesiado da presença de Aleksander, mas agora eu me dei conta de quem estava aqui.

Ele ainda olhava para a escuridão da biblioteca, mas me fitou assim que me virei para ele.

De repente tudo que senti nos últimos dias me atingiu com força.

Toda a raiva, todo o ódio.

- O que você está fazendo aqui?

Ele sorri.

- E lá se vai minha recepção calorosa.

Me aproximei, uma adaga se materializando em minha mão.

- Veio ameaçar minha família novamente? Veio matar de novo?

Ele inclina a cabeça para o lado.

- Vamos lutar de novo? Já não deixei claro que não lutarei com você?

- O que você está fazendo aqui? – rosno.

- Eu estava com saudades – seu tom era levemente sarcástico.

- Eu descobri o que a sua maldita tatuagem faz.

Pela primeira vez, vejo Aleksander ficar confuso.

- E o que exatamente você descobriu?

Ele se aproximou, ficando perto e eu segurei em sua túnica e o joguei contra a estante de livros próxima, pressionando minha adaga em seu pescoço.

Aleksander grunhiu de dor.

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