Capítulo 20

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Amélia on:

Naquela manhã enquanto tomava café da manhã sozinha, refleti sobre o que eu e meu pai conversamos.

Eu usava couro illyriano, meus cabelos estavam presos em uma trança raiz e uma espada estava presa em minha cintura, uma adaga média presa do lado oposto.

Tio Cassian fez questão de preparar nossos suprimentos, afinal, passaríamos alguns dias fora se não tivéssemos sorte em encontrar a adaga no primeiro dia, o que era bem provável.

A conversa com meu pai mexeu com a minha cabeça e eu estava me levantando para procurar a minha mãe, mas ela aparece na sala de jantar e me chama primeiro.

- Amélia, podemos conversar? – sua voz estava insegura e eu assenti, vendo o arrependimento em seus olhos.

A segui até a sacada, ambas em silêncio, eu voaria até a casa do vento, por isso fomos até lá.

Ela se vira para mim, parecia um tanto ansiosa.

- Me perdoe – é a primeira coisa que diz.

Sou pega de surpresa com essas palavras repentinas, mas antes que eu possa dizer qualquer coisa, ela fala primeiro.

- Eu não deveria ter falado aquilo, eu admito que fiquei brava com você por ter falado com Aleksander e não ter nos dito nada, mas eu não deveria descontar outras frustações em você e eu peço que me perdoe, de verdade – fala de uma vez.

Solto um suspiro.

- Sinto muito também, eu não deveria ter escondido algo tão importante de vocês e não deveria principalmente ter falado daquela forma com você, me perdoe mãe – peço.

Vejo um sorriso desenhar seus lábios e ela se aproxima, segurando meu rosto.

- Eu sei que agiu na melhor das intenções e sei que quis ajudar, peço desculpas por ter pensado em te mandar embora, e me desculpe por ter te chamado de egoísta, isso é uma coisa que você não é e nunca foi.

- Eu te amo, mãe – eu digo.

- E eu te amo, minha doce estrelinha – ela diz, beijando minha testa.

- Nos vemos em alguns dias – me despeço.

- Estarei esperando – ela sorri.

Retiro o encanto que esconde minhas asas e levanto vôo.

A ida para a casa do vento foi tranquila, a cidade ainda começava a acordar, já que era cedo, demais. Ainda sim eu me permiti admirar minha casa, meu lar, por alguns minutos.

Pousei na sacada da casa do vento, vendo Amren, Cassian e Nestha me esperando.

- Pensei que sairíamos amanhã – Amren resmunga.

Tio Cassian revira os olhos.

- Como esse mau humor todo cabe em um corpo minúsculo.

- E como alguém tão grande consegue ser tão imbecil?

Ergo as mãos em sinal de rendição.

- Passaremos alguns dias juntos, espero que não se matem.

Nestha revira os olhos.

- Está enxugando gelo, Amélia.

- Acho melhor irmos logo, antes que comecem de novo – falo, sorrindo quando tia Amren me lança um olhar feio.

Tio Cassian levou tia Nestha e eu carreguei tia Amren, quando saímos do limite da casa, atravessamos para o meio.

Não poderíamos usar magia lá, por isso atravessamos o caminho e voamos até o meio, onde começaríamos a caminhar, minhas asas sumiram assim que entramos no meio.

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