Capítulo 42

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Respiro fundo, conforme vejo ele se afastar.

- Se realmente quisesse que eu o visse de forma diferente, deveria ao menos me deixar conhecer você - eu ainda estava irritada.

- Conhecer para quê? Para no final me apunhalar pelas costas? - ele diz, a voz raivosa.

- Vai continuar passando isso na minha cara? Você é um idiota - rosno.

- Claro que sou, sou muito pior do que isso, não é? - questiona, me encarando com sarcasmo.

- Tudo bem, continue se afastando, o final você já deve saber qual é - falo, desviando os olhos e caminhando até a porta.

- Você obviamente já deve saber, já que você causará ele, não é mesmo? - ele questiona, me fazendo parar na porta.

Olho para o macho, Aleksander tinha as mãos fechadas em punho, como se estivesse se contendo para não se aproximar.

"Aleksander está apaixonado por você"

- Por quê continua fazendo isso? Se quer me afastar tudo bem, mas não passe isso na minha cara - falo, minha voz baixa.

- Você não entende não é? - ele pergunta, sua voz baixando.

- O que eu deveria entender? - questiono, olhando-o exausta.

- Não entende o quanto você é perigosa pra mim, quer que eu te conte minhas fraquezas, me quer vulnerável, mas e eu? - pergunta, caminhando devagar em minha direção, até estar perto de mim novamente.

Os olhos brilhavam com mágoa.

- E como eu fico? Exposto assim, acha que é fácil ter uma fraqueza depois de milênios? Acha que é fácil se abrir com alguém que sequer sabe o que sente por você? Que a qualquer momento pode te odiar? - fala, a voz baixa.

- Eu não odeio você - revelo, vejo a surpresa brilhar em seus olhos, mas ele parece se negar a acreditar.

- Você disse...- eu o interrompo.

- Eu sei, mas eu não odeio você - a sinceridade em minhas palavras o convenceram.

- Por quê quer ver as cicatrizes? - pergunta baixinho , os olhos fixos nos meus.

- Você se machucou enquanto me ajudava e eu nem sei se é a primeira vez, não tenho coração de gelo, é inevitável não me importar - revelo, não desviando os olhos das orbes vermelhas.

- E se eu lhe mostrar? O que fará depois, vai dizer a sua família qual a minha fraqueza, vai dizer o quanto sou fraco? - fala, com uma raiva antiga e brutal na voz.

Franzo o cenho.
- Eu nunca faria isso e as cicatrizes não te tornam fraco - falo.

Ele ri com desdém.
- Claro que tornam, você não entende? Se eu tivesse...

- Para - falo com a voz alta, interrompendo ele.

Continuo.
- Ter cicatrizes não te tornam pior do que ninguém, isso não muda nada, cicatrizes demonstram força - falo, aproximando nossos rostos.

- As minhas não - ele diz baixinho.

O macho se afasta, me dando as costas.

- Aleksander...- chamo e ele segura a barra de sua camiseta.

- Se quer vê-las, tudo bem, mas não finja que se importa - ele puxa a camiseta pela cabeça, descartando a mesma no chão.

Sinto meu coração acelerar as batidas conforme ele se inclina sobre a mesa no meio do quarto, a mesma que me colocou quando...

O Vilão Onde as histórias ganham vida. Descobre agora