O Vilão

Capítulo 29

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Há milênios atrás:

Aleksander caminhava tranquilamente entre as ruas da cidade que ele em breve dominaria.

Obviamente mudanças seriam feitas, essa cidade estava um caos e ele duvidava que alguém reinasse por aquelas terras.

As ruas eram esburacadas e escuras, os prédios eram velhos, antigos e obviamente não eram confiáveis de se morar.

Haviam tavernas sujas e com machos que aparentemente não viam um banho há semanas, além das pessoas vestidas como se não comprassem uma roupa decente há anos, vestiam trapos.

Barracas estavam dispostas nas ruas, e Grão-feéricos vendiam variedades de coisas, desde comida, roupas e até mesmo armas, mas ninguém parecia ter dinheiro para comprar qualquer uma dessas coisas.

Aquele lugar não duraria muito.

Ele franziu o cenho com nojo quando sentiu alguém bater contra si.

Uma criatura com um terço de seu tamanho tinha esbarrado contra ele e o macho franziu o cenho ao notar que era um garoto.

Uma...criança?

Ele não estava naquele mundo há muito tempo, conseguiu sair do caldeirão há poucos dias e tinha aprendido poucas coisas com aqueles seres, ninguém sabia quem ele era, ficaria no anonimato por enquanto, até que aprendesse o suficiente sobre aquele povo e só aí os governaria.

O garoto se assustou com o macho.

Não era pra menos.

Aleksander estava vestido com uma capa preta que não deixava nada além dos seus olhos à mostra
.
Sem falar em sua altura, a criança provavelmente tinha se assustado com os seus olhos.

O menino era um Grão-feérico, tinha a pele clara, mas seu rosto era coberto por sardas avermelhadas, ele tinha cabelos escuros e médios, estes batiam pouco abaixo de seu ombro e os olhos eram azuis turquesa.

- M-me perdoe – ele gagueja, parecia mesmo assustado.

Aleksander o ignorou e seguiria seu caminho se a criança não tivesse falado novamente.

- Seus olhos...- ele parou de falar por um segundo.

- Assustadores, não é? – sorriu viperino, na intenção de assustar o garoto.

Mas para a surpresa de Aleksander, o menino sorriu, o susto inicial parecendo se esvair.

- São legais, eu queria ter olhos iguais os seus – ela diz.
Aleksander franze o cenho, mas interesse nubla as suas feições.

Ele não tinha visto uma criança de perto ainda e não sabia que seriam tão pequenas.

Ele quase entendeu por que as pessoas queriam tê-las.

- Você é novo por aqui? – o garoto pergunta.

- Sou – é a única coisa que ele diz.

- Qual o seu nome? – A criança se aproxima, realmente admirado.

- Aleksander...garoto – ele diz e faz menção de caminhar, mas o garoto novamente entra na sua frente.

- O meu é Kieran, é um prazer conhecer o senhor – ele estende a mão.

Aleksander arqueia uma sobrancelha.

- Você não tem outro alguém para incomodar? – fala frio, soando rude.

Os olhos da criança se arregalam e logo se enchem de lágrimas.

Ele começa a chorar alto, soluçando, Aleksander arregala os próprios olhos e franze o cenho irritado, então usando a sua magia ele faz uma adaga média para a criança.