Capítulo 19

41 5 0
                                    

Valentina

Deitei na minha cama e me senti uma criança novamente. No teto, o meu universo ainda estava pintado, um pouco sem cor mas ainda era possível perceber que era um universo.

Virei pro lado da parede e lá estava várias datas, não sei dizer o significado de cada uma delas e nem a importância, mas lembro que eu gostava de colocar na parede. Dias felizes eu costumava "eternizar".

Lembrei de uma caixa que eu guardava os presentinhos que eu ganhava dos meus amigos, levantei e fui procurar a mesma. Tava na parte de cima do meu guarda-roupa, peguei e coloquei no tapete, sentando lá e abrindo ela.

Bruna tinha mania de me dá tudo o que ela achava interessante, ou seja, de tudo um pouco. Tinha várias cartas, flores feitas de papel, e entre elas uma concha.

Babilônia: Uma linda obra da natureza para outra linda obra da natureza. - me entregou a concha. Sorri toda boba, ele me puxou e me deu um abraço apertado. - a lua é maravilhosa igual tu. - observei ela beijando o mar e foi a coisa mais linda que já vi.

Me senti tão especial naquele momento que meu coração poderia sacar facilmente, minhas mãos ficaram frias e meu estômago estava até parecendo o Polo Norte.

Valentina: Tu realmente me ama? - arrisquei em perguntar.

Babilônia: Ainda tem dúvida? O que eu sinto é tão verdadeiro quanto todas essas estrela que tão brilhando no céu.

Eu e Babilônia temos uma história, não posso negar. Sinto que tudo foi recíproco da parte dele, nós vivemos momentos inesquecíveis.

Me arrependo porque eu fugia de casa pra encontrar ele, fazia tudo o que meu pai dizia pra eu não fazer e no final isso gerava mais confusão dentro de casa.

O clima ficava tenso, eu passava dias sem falar com meu pai e nem voltava atrás pra pedir desculpa, ele que vinha e se desculpava mesmo não estando errado.

Errei muito com meu pai, tudo por libertinagem. Regras eram algo que eu odiava, Bruna sempre foi contra a lei e Babilônia ria da cara do perigo, quando nos juntavamos meu pai enlouquecia.

O tempo muda tudo. Eu agradeço por ser quem sou hoje, porque o que eu era antes não ia me levar a lugar nenhum.

Porém confesso que fiquei completamente desmontada com o que aconteceu hoje na casa do Babilônia. Um misto de sentimentos renasceram dentro de mim e a minha única vontade era ficar ali com ele pra sempre e nunca mais sair, apenas continuar e me permitir viver tudo de novo, só que dessa vez da forma correta.

O bebê dele é uma gracinha, nada anticoncepcional ele me mostrando os brinquedos e falando daquele jeitinho fofo que eu não tava entendendo nem uma letra. Mas será que Babilônia ainda mora com a mãe do bebê? Acho que ele não seria capaz de tamanha covardia que seria trair ela comigo. Tudo é possível nesse mundo.

Ao terminar de ler cada carta e me emocionar com todas aquelas coisas, levantei do chão e coloquei a caixa dentro do guarda-roupa novamente. Vou levar algumas coisas daqui pro meu apartamento, minhas roupas antigas vou doar e os sapatos também.

Pus a toca de cetim no cabelo, desliguei a lâmpada e deitei, me cobrindo com o edredom. Escolhi o mais quentinho, porque aqui no Rio o clima tá bem geladinho.

Pérola teve que sair, não sei que horas ela voltará. Tá tarde, o frio tá de arrasar, tô sozinha e com sono, o que restou foi relaxar e dormir.

Guerra e Paz Onde as histórias ganham vida. Descobre agora