Capítulo 28

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Babilônia

Com a medida que os dias iam passando tudo só ia me sufocando mais e mais. Me perguntam do que eu quero fazer daqui pra frente mas ninguém tá ligado como o futuro me preocupa.

Tá tudo sem saída, Valentina pergunta o que tá acontecendo mas eu fico na minha. Não quero preocupar ela com meus bagulho, mas tá complicado.

Hoje ela vem me ver, talvez durma aqui em casa. Nós num tamo namorando, tá ligado? Mas é daquele jeito, ela dorme aqui ou eu durmo lá, a gente sai junto e assim tamo levando. Tava jogadão no meu sofá, fumando na boa quando ela chegou.

Valentina: Quando vai parar de fumar essa porcaria?

Babilônia: Pensei até que tu ia demorar. - ignorei a pergunta dela. Levantando, indo beijar ela.

Valentina: Não, nem chega perto com esse cigarro. - hoje não tô com cabeça, então fui jogar o cigarro fora. Passei perfume e voltei pra onde ela tava. - agora sim. - me beijou. - por que tá com essa cara? Que foi? Parece que não tá feliz em me ver.

Babilônia: É uns caô, mó b.o mermo... - ia continuar falando mas aí lembrei que ela não tem nada haver com minhas parada. Pô, nós tamo mó tempo sem se ver e tal, aí na hora ela chega aqui e eu fico só reclamando ou colocando essas coisas no meio. Mancada! - não, não é nada demais.

Puxei ela pro meu colo, dando um abraço apertado, mas quem disse que resolveu? Enrolar Valentina não é tão fácil assim, ela fica cheia de neura, quer saber à fundo o que realmente tá acontecendo e eu sempre tenho que explicar.

Valentina: É sobre o teu trabalho, não é? - perguntou um pouco triste, saindo do meu colo e ficando do meu lado. Desviei o olhar, preferi não falar nada. - responde, Antony. É sobre o teu trabalho?

Babilônia: Não, mano, relaxa. - ela colocou a mão em cima da minha, acariciando com o polegar.

Valentina: Você mente muito mal.

Babilônia: Deixa isso quieto, tá?

Valentina: Eu queria, queira muito mesmo, mas não dá. - a noite podeira ficar melhor? - não é essa a vida que quero pra mim. Nós dois mal podemos sair juntos, fora que não é certo o que você faz... Vamos ser sinceros com nós mesmos, Antony, não tá dando mais.

Babilônia: Cê quer que eu faça o quê? Me entregue pra polícia? Parceira, não é tão fácil assim. Não sei como minha ficha tá lá, se vacilar eu pego até doze anos preso. Tu fica nessa mas quando me conheceu eu já tava no movimento. - falei sem paciência e logo após me arrependi ao ver ela murchando igual planta sem água.

Ela nada respondeu. Nitidamente chateada balançou a cabeça em forma de concordância, levantou e se retirou dali.

Não tava tarde, eu ainda nem tinha jantado e acho que ela também não. Depois de um tempo refletindo sobre o que eu ia fazer fui tentar conversar com ela novamente. A mesma já estava deitada.

Entrei no quarto, parei na frente dela e fiquei esperando ela abrir os olhos, o que não aconteceu.

Babilônia: Valentina?! - chamei baixo.

Valentina: Hum?

Babilônia: Vamo conversar.

Valentina: Nós já conversamos e você tá certo. Quando eu te conheci você já era envolvido com tudo isso, errada sou eu de querer mudar algo.

Babilônia: Não é bem assim... - ela ficou calada novamente, e é isso que me mata por dentro. Sentei na beirada da cama, passei o braço por cima do dela e esperei ela pelo menos se mexer. - levanta, Valentina. Amanhã tu vai trabalhar e aí nem sei quando vamos se ver de novo, ainda tá cedo e tal bem que a gente podia assistir um filme ou fazer qualquer coisa.

Valentina: Tô indo pra casa. - meu coração acelerou de uma tal maneira que eu não sei nem explicar.

Talvez é o medo de perder ela, porque tô ligado que isso qualquer hora pode acontecer. Tento andar na linha mas sempre a vida bandida me persegue e muda meu rumo. É isso que atrapalha meus planos.

Babilônia: Fica aqui, não precisa ir. - ela pegou  a bolsa e saiu. Ouvi o barulho da porta fechando e fiquei me perguntando apenas uma coisa. - isso é o fim?

Valentina é e sempre foi muito decidida, talvez agora ela deve tá pensando em nunca mais me ver e sinto medo disso. Não quero perder ela novamente.

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