Capítulo 38

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Valentina

Tô preocupada com Pérola, ontem quando eu tava no hospital com ela a mesma estava tremendo, suando frio e quando conseguiu acordar disse que "as vozes" queriam matar ela.

Pelo que entendi ela está tendo alucinações, de vez em quando até vê e fala com meu pai, como? Não sei. Tá bem complicado porque ela não quer ajuda, disse que uma garrafa de vodka e alguns baseados podem resolver.

Ofereci levar em um psiquiatra, mas se não quer também não vou insistir. Ela sabe que o problema é sério, que isso pode piorar, mas quer ficar nessa de resolver com droga e bebida.

Agora são exatamente 12:40 e ela ainda está dormindo, dei um calmante pra vê se conseguiria dormir bem. Preparei o almoço bem gostosinho e tô esperando ela acordar.

Limpei a casa, abri as cortinas e inclusive mudei todas. À semanas que eu não vinha aqui, não imaginava que a situação tava tão precária assim.

Quando entrei aqui senti o cheiro de abafado, tudo escuro, parecendo até filme de terror. Meu pai nem nos piores dias ele gostava de ver a casa do jeito que tá.

Na geladeira tinha um resto de galinha frita, água, gelo e nada mais além disso. Se eu imaginasse que ela estava nessa situação eu teria feito um esforço pra vir antes e passar alguns dias com a mesma.

Mas mudando de assunto e agora pra um que me deixa super feliz, faltam só três anos pro meu amor se libertar. Tá, pode parecer tempo demais e que tô me animando cedo, mas agradeço por não ser mais do que isso.

Conto os dias no dedo, tento não ser tão ansiosa mas é impossível. Cristian só falta explodir de felicidade quando alguém fala que logo o pai dele vai sair da prisão.

Quando ele sair vai de surpreender com tudo o que já fiz. Abri a minha própria clínica de odontologia, outras pessoas trabalham comigo nela. Tô querendo abrir outra clínica, mas por enquanto esse plano continua só no papel. Já investi em uma loja de sapatos e tá me rendendo muitos lucros também.

Ser patroa é uma coisa ótima, isso confesso. E devido isso consigo tirar um tempo pra mim, para a minha família e posso focar em outros assuntos sobre em quais outros negócios quero investir.

Babilônia também vai precisar pensar nisso, porque se vai sair dessa vida do crime precisa ter um trabalho digno. Quero que ele escolha uma profissão, faça faculdade e dê a volta por cima. Por enquanto estou cuidando disso aqui fora, pra quando ele sair descansar e não ter que se preocupar com dinheiro.

Vamos nos casar, então tudo o que é meu é dele também. Quando ele estiver mais estabilizado aí sim vamos ver o que ele realmente quer cursar e trabalhar.

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