Capítulo 24

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Babilônia

01:45 me despedi do meu docinho com um beijo e um abraço, ela pediu pra eu me cuidar e disse que eu podia voltar quando quisesse. Entrei naquele elevador com um sorriso do tamanho do mundo e quando cheguei lá em baixo fui andando só na paz.

Mas quando tava chegando perto da minha moto senti alguém me puxar, teve nem conversa, foi só na ameaça mermo.

--- Tava fazendo o quê aí? - colocou a arma na minha cabeça.

Babilônia: Te interessa não. - falei cheio de marra mermo, tô nem aí se ele vai me prender ou não.

--- Tá atrevido demais, né? - bateu no meu rosto. Olhei pro lado, engolindo seco só de ódio. - presta atenção, teu contrato com nós é não bobear na pista. Agora sou eu, mas se for outro tu roda na mesma hora.

Babilônia: Tem papo de outro não, eu tô pagando pra isso. Se eu cair vocês também cai, baixa tua bola. - bati no peito dele.

--- Baixar a bola? Se a gente cair... - apontou pra parte de cima do prédio. - se tu pelo menos pensar em falar alguma coisa essa tua amiguinha vai dar um passeio de viatura lá no fundo do mar.

Babilônia: Tá chapando, parceiro? Eu mando arrancar a tua cabeça.

--- Vacila não. - deu as costas e saiu.

É isso que dá fechar contrato com covarde. Esse alemão acha que pode chegar e botar arma na minha cabeça a hora que ele bem entende, mas sinto muito porque o engano é grande.

Essa vida não tá mais me agradando, tô querendo mudar. Tô ligado que se eu continuar Cristian vai crescer sem pai, mas tenho medo de ser preso e nunca mais sair de lá, tá tudo dando no mesmo. Também não sei como tá minha ficha, não sei quantos anos vou ficar se eu me entregar.


Quero levar adiante meu lance com Valentina, mas desse jeito não dá. Parece que ela continua gostando de mim, mas não é essa a vida que ela quer, nunca quis.

Ela leva a vida dela na paz, sem esses monte de caô que vive me rondando. A necessidade me fez entrar no crime e a muito tempo eu já podia ter saído. Sinto raiva de mim mesmo, papo reto.

...

Nataly: Que foi, Tony? Tá assim por quê? Parece até que não dormiu.

Até tentei mas não deu. Cochilei só meia hora e depois voltei a pensar num monte de coisa novamente.

Babilônia: Várias parada me atormentando, passei a noite acordado mermo. - Cristian subiu no sofá, puxando a blusa dela, que pegou ele no colo botando o peito pra fora. - larga essa sola véia rapá.

Cristian: Não. - falou sem tirar da boca. Ela riu, passando a mão no cabelo dele.

Vou levar meu pivete pra atualizar a régua, morre de medo da máquina mas eu consigo distrair ele numa boa. Tá sendo difícil tirar as manias que a avó botou nele, mas nada é impossível. Às vezes me estresso, brigo e tal só que nada pra fazer chorar, até porque ele não entende muita coisa e se eu ficar gritando com ele isso pode prejudicar mais lá na frente.

Olga: Nataly?! - chamou batendo na porta. Abri a porta e a velha fez mó cara de nojo. - tá fazendo o quê aqui? - além que não interessa, eu não tô afim de responder.

Babilônia: Tô partindo já. - beijei a cabeça de Nataly, dei a benção pro meu filho e peguei minha pistola que tava em cima da estante.

Olga: Tá certo! Tanto que eu te eduquei, fiz de tudo pra tu ter um futuro e olha só, te envolveu justo com bandido. - parei na frente dela e encarei bem. Talvez se ela se cuidasse do jeito que cuida da vida dos outros, ia tá bem mais preservada. - e não me encara, porque de vagabundo eu não tenho medo.

Babilônia: Eu só não estouro a tua cara aqui e agora porquê respeito a mãe do meu filho e primeiramente, respeito ele também. - ela ficou toda sem jeito, murchou na mesma hora.

Nataly: Deixa, não dá atenção. - olhei pra ela por cima do ombro e baixei a cabeça, olhando mais uma vez pra aquela mulher.

Babilônia: Cuidado pra não acordar com a boca cheia de formiga. - bati no ombro dela. Indo embora.

Só não dou um fim nela por causa de Nataly. Pode ser o que for mas é a mãe dela e filho nenhum merece sentir a dor da perda.

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