Capítulo 31

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Nataly

Deitei Cristian no berço dele e ajeitei a alça da minha camisola. Acariciei o rosto do meu filho e fiquei por alguns segundos observando o quanto ele está a cara do pai, a cada dia que passa fica mais parecido ainda. Puxou uns traços meus até, mas quase nem se percebe.

Minha maior benção é o meu filho, confesso que não foi planejado e nem esperava, mas não imagino o que seria de mim sem ele.

O pai dele não é a melhor pessoa do mundo, mas também não é a pior. É um pai e amigo excelente, nós temos uma boa e verdadeira amizade.

Minha mãe não gosta nem um pouco, diz que foi a pior coisa que fiz, que estraguei minha vida, mas o que ele faz da porta pra fora não me interessa, o importante é como trata o nosso filho e o respeito e consideração que tem comigo.

Peguei um livro e fui pra sala, sentei na cadeira de balanço e comecei ler. Me assustei quando alguém bateu na porta, continuei onde eu tava. Já é tarde, não tô esperando visita então por isso estranhei e ao mesmo tempo fiquei com medo.

Aqui na favela têm muita gente do bem, mas têm uns e outros que só esperam a noite chegar pra poder fazer o mal. Bateram mais uma vez e eu fui andando na pontinha do pé pra perto da porta.

Nataly: Quem é?

Babilônia: Sou eu, pô. Babilônia. - reconheci a voz e então abri a porta e destranquei o cadeado do portão. Ajudei ele entrar e tranquei tudo novamente.

Nataly: Quem fez isso contigo? - observei preocupada, ele tava todo machucado. Com certeza se envolveu em alguma briga.

Babilônia: Sei lá, mano. Tava no escuro, eu não sei. - passou a mão no nariz.

Nataly: E tu não sabe quem pode ter feito? Não conseguiu reconhecer de jeito nenhum?

Babilônia: Não, me pegaram desprevenido. - não fiz mais nenhuma pergunta e fui pegar algo pra limpar os machucados dele.

Dei remédio pra dor e algo pra ele comer, já que o mesmo ainda não tinha jantado nada. Ele ainda disse que tava sem fome mas eu insisti.

Ele conversou comigo sobre o que tava acontecendo e disse que quer sair do crime. Vai se entregar pra polícia e quer pagar pelos erros cometidos, eu fico feliz tanto por ele quanto pelo nosso filho que vai poder crescer ao lado do pai.

...

Cristian: Papai! - falou todo contente ao ver ele sentado tomando café.

Babilônia: E aí pretinho. - sorriu, colocando o pão em cima da xícara, pegando Cristian no colo.

Esquentei pão com queijo e presunto e fiz mingau enquanto eles dois conversavam, ou melhor, Babilônia fingia que entendia o que ele tava falando. Cortei o pão em pedaços pequenos, colocando num prato, o mingau na mamadeira e entreguei pra Cristian.

Cristian: Olha, papai, pão pra mim. - apontou pro prato. - minha mamãe que fez.

Babilônia: Olha que legal, pão pra ele. - engraçado é que ele come pão quase todos os dias e sempre age como se fosse a primeira vez. - e como que fala pra mamãe?

Cristian: Obrigado. - falou colocando a mamadeira na boca.

Tomamos café, quando terminamos eu fui lavar as louças, limpar o que sujamos e Babilônia foi dar banho e arrumar Cristian. Levou ele pra creche e depois passou aqui em casa só pra me avisar que ia sair e não sabia que horas voltaria pro morro.

Nataly - 23 anos

Nataly - 23 anos

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