Capítulo 37

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Pérola

E no ano seguinte seu vício ficou pior ainda...

Sentei naquela calçada imunda e via ele vindo andando na minha direção. Sorri feliz porque agora sim vou poder ir embora, que é tudo o que eu mais quero.

Ares: O que foi? Por que tá assim? . - se abaixou na minha frente.

Pérola: Elas querem me matar, me tira daqui, eu não quero enlouquecer. - tudo começou se distorcer como das últimas vezes e ele sumiu. Procurei, mas nada.

Cerol: Tá viajando, mano? Falando coisa com coisa aí. - esfreguei com raiva as mãos no rosto, juntando os joelhos, logo em seguida deitando a cabeça ali.

Minha mente tá mó embolo, vivo viajando pra outro planeta. Geral comenta que tô ficando louca, mas eu nem sei dizer o que tá acontecendo. A realidade tá se misturando com tudo, menos com ela mesma.

Pérola: Sai, me deixa aqui. - tirei a mão dele de cima de mim quando tentou me levantar.

Cerol: Bora, cara. - me pegou pelo braço. Relutei mas de uma hora pra outra me senti fraca, perdi o controle dos movimentos e não conseguia me mexer.

O silêncio ecoou pelos meus ouvidos e as mínimas coisas que ouvi foi Cerol pedindo ajuda. Tá ligado quando mata galinha só puxando o pescoço dela e ela fica molinha? Me senti assim. Mó sinistro.

Horas depois...

--- Mas foi do nada isso?

--- Foi, eu tava lá com ela e pá, aí ela começou falar um monte de coisa sem sentido. Aí depois deitou assim ó, tá ligado? E do nada caiu igual gelatina no chão, mó viajem.

--- Mas você sabe se ela tá usando algum tipo de droga?

--- Aí dona, isso aí eu já não sei dizer. Mas se liga, tô indo.

--- Tudo bem. Muito obrigada.

--- Precisar é só me chamar, tô à seu dispor.

Escutei mas não consegui reconhecer as vozes, muito menos abrir os olhos e me mexer. É como se eu tivesse dormindo.

Uma sensação estranha passou pelo meu corpo, não sei o que aconteceu e nem onde eu tava, mas pelos barulhos estranhos deu à entender que eu tava num hospital.

A agonia que dava era que eu não conseguia fazer movimento nenhum, minha vontade de gritar era tão grande que chegava a me fazer estremecer por dentro. As vozes vieram e pro meu azar dessa vez eram as da minha mente, elas me perseguem tanto que eu chego a perder o juízo.

--- Vem comigo. Vem comigo. - elas repetiam euforicamente.

Se eu não acordar vou ficar louca, é apenas o que sei. Essas vozes querem me destruir, elas querem que eu me mate. Todas as noites elas me fazem acordar, quando bebo ou fumo consigo ficar de boa, fora isso fico olhando umas parada sem nexo, escutando uns bagulho doido.

--- Vem comigo. - se misturavam em diversos sons e tons diferentes.

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