Capítulo 41

18 2 0
                                    

Valentina

O dia foi calmo, almoçamos na casa de Bruna, Nataly foi com os filhos e o marido. Foi um dia realmente ótimo e relaxante, estávamos todos precisando.

Já era noite e antes de voltarmos pra casa Babilônia quis visitar alguns amigos. O bonito esperou ficar tarde pra finalmente querer ir embora.

Babilônia: Tu viu como geral já tem um guri? - entrelaçou nossos dedos, balançando nossas mãos como se fossemos crianças. - parece até que esse povo não tem televisão em casa. Vida deles é fazer criança.

Valentina: Ih, tá incomodado? É só você fazer um também. - ele me olhou no deboche, segurando a risada.

Babilônia: A torcida do Flamengo, cê topa?

Valentina: Vai sonhando. - gargalhamos.

Escutei alguém gritar alto e olhamos pra trás vendo que era Pérola, ela tava com uma faca na mão vindo na direção dele. Antes que ele conseguisse reagir eu me coloquei em sua frente.

É incrível como somos capazes de fazer loucuras pelo amor. Podemos morrer, matar, roubar, fugir, enlouquecer, podemos fazer qualquer coisa por amor e ainda sim consideramos como algo normal.

Infelizmente temos a oportunidade de viver isso em apenas uma única vida, não somos iguais os gatos que têm sete vidas. Talvez eles podem sentir um amor puro sete vezes, nós não, sentimos uma única vez e ainda nos arriscamos dessa maneira.

Em vista de quem não sabe amar a gente poderia fazer diferente e evitar perder ou deixar esse amor, mas até mesmo quem não quer perder se arrisca deixar.

Babilônia: O que tu fez? - perguntou desesperado, me segurando por trás.

Pérola: Eu não queria... Não, não... Não era pra ela. - gesticulou chorando. Eu queria falar algo mas não conseguia de forma alguma. Ela tentou segurar meu rosto e Babilônia empurrou ela.

Babilônia: Sai de perto dela. - gritava alto.

Pérola: Me deixa ajudar. - se afastou.

Logo alguns moradores apareceram e eu vi alguém vindo na nossa direção, não reconheci pois a minha vista estava escurecendo.

--- Segura meu fuzil aqui pô. - ouvi uma voz familiar bem perto de mim. Me pegaram no colo e me tiraram dali. - traz um carro, rápido!

Eu sentia o objeto ainda cravado no meu estômago e isso tava doendo mais que qualquer dor que já senti em toda a minha vida. Quando praticamente me jogaram dentro do carro e saíram disparados eu abri meus olhos novamente.

Babilônia: Tenta ficar acordada, tá bom? - pôs sua mão trêmula sobre o meu rosto. As lágrimas bailavam em seus olhos, se arriscavam em descer mas continuavam no mesmo lugar, uma enfim se aventurou, escorreu pelo rosto dele e caiu na minha bochecha. - Acelera aí mano. - falou com a voz quase falhando.

O carro praticamente voou sobre a lombada e foi como se a minha alma tivesse sacado do corpo e voltado novamente. A dor que senti foi tão grande que fechei com força os meus olhos.

Babilônia: Ei, dorme não. - as pontas dos meus dedos gelaram, o frio percorreu por todo o meu corpo e as forças que até então eu tinha, sumiram.

Ares: Minha filha nessa vida que nós leva nós tem que tá pronto pra guerra. - colocou os laços nos meu cabelo e me passou perfume.

Valentina: Mas no final vem a paz, papai?

Ares: Faz assim. - fez biquinho e eu fiz o mesmo. - não, não existe essa de guerra e paz, sacou? É só guerra, apenas. - passou o batom rosa nos meus lábios. - às vezes sim, tipo nos filmes, mas às vezes não.

Valentina: Poxa, que triste. - baixei a cabeça e ele pegou no meu queixo, fazendo eu levantar novamente.

Ares: Mas mesmo nas guerra nós tem que tá de cabeça erguida. - beijou meu rosto.

Guerra e Paz Onde as histórias ganham vida. Descobre agora