Capítulo UM

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Notas da Autora: Espero que gostem da história é um dos primeiros livros de romance que eu li em 2013 e amei.
Escritas em itálico retratam pensamentos dos personagens.

Boa leitura.
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Quinze anos antes, na Escola de National City


Ao cruzar o estacionamento da escola até a loja de arte da avenida escolar, Lena Luthor não conseguia tirar os olhos de Kara Danvers, que estava às gargalhadas com algumas amigas do time de beisebol.

Nenhuma das outras meninas de sua classe conseguia tirar os olhos de kara também, portanto ela não se destacaria. Pelo menos não por esse motivo. Os dedos e as roupas sujas de argila, mais o aviso de "menina nova na escola" que ela sempre tinha a impressão de carregar nas primeiras semanas em uma escola nova faziam isso sem precisar da ajuda de Kara ou de sua absurda boa aparência.

Em geral, ela conseguiria ignorar o rosto bonito de kara sem dificuldade. Como artista, sempre procurava enxergar além da superfície, a fim de encontrar a real essência de uma pintura, escultura ou canção. Fazia isso com gente também. Principalmente com rapazes que, até onde sabia, tinham um só motivo para dizer o que as moças queriam ouvir.

Mas não, o que a atraíra em Kara Danvers havia sido o fato de ela estar sempre rindo. Mesmo sem ser a palhaça da turma, ela tinha o dom de deixar as pessoas à vontade e se sentindo bem.

Antes que pudesse se conter, ela levou os dedos aos lábios... imaginando como seria o beijo de kara.
Afastou a mão da boca. Não só porque sonhar com beijos beirava o patético diante da improbabilidade dessa cena, mas também porque precisava se concentrar em sua arte.
Ela não era só mais uma aluna devaneando com a garota mais gostosa da escola.

Estava estudando sua inspiração.
Lena nunca havia se interessado por esculpir bustos. Pessoas velhas, cinzentas, mortas e muito sérias não tinham a ver com ela. Mas bastaram alguns minutos com Kara durante o almoço na escola em sua primeira semana para ela querer capturar o sorriso dela na argila.

Desejava chegar mais perto daquela alegria fácil, mesmo que fosse só para compreender como traduzi-la com seus dedos.
Sim, pensou, com um leve sorriso, podia muito bem sofrer pela arte.
Principalmente se isso significasse ficar olhando para Kara Danvers.

O semáforo mudou do vermelho para o verde, e ela pôde retomar o passo e cruzar a rua. No entanto, estava tendo dificuldade para ajeitar o canto dos olhos e da boca de sua escultura da garota sorridente. Sabendo que Kara e suas amigas não a notariam, ela diminuiu a distância entre elas do modo mais desinteressada que conseguiu, olhando-a sub-repticiamente por entre a franja, que havia crescido demais durante o verão.

Uns segundos depois, as amigas de kara a cumprimentaram com um tapa na palma da mão e foram embora. Kara curvou-se para terminar de arrumar a bolsa comprida e escura a seus pés, que ela supunha conter os equipamentos de beisebol.

E se ela falasse com kara, pensou, apreciando a flexibilidade dos músculos dos braços e dos ombros enquanto a mesma pegava a bolsa? O que ela diria se lhe propusesse francamente que posasse para ela?

Estava prestes a rir alto diante desses pensamentos loucos quando ouviu um guincho no estacionamento. Numa fração de segundo, percebeu um carro desgovernado indo na direção de Kara.

Não havia tempo para pensar nem planejar. Lena cruzou correndo a distância que as separavam e se jogou sobre Kara.

- O carro!

Quero Ser Sua - SupercorpWhere stories live. Discover now