Capítulo 01

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Noah Urrea

— Temos um problema, Noah
— O que foi? Porra... não vê que estou ocupado. Dou mais dois socos na costela do infeliz que está amarrado na minha frente. — E ai, Miguel decidiu se vai falar? Estou adorando passar esta tarde com você — falo me aproximando da mesa. Passo a mão pela sua lateral pensando em qual vou usar. Para falar a verdade gosto de usar a faca militar então a pego, me viro chegando mais perto desse miserável, e a enfio na sua perna esquerda. Os gritos que ele dá são como música para os meus ouvidos, uma música gloriosa, por sinal.
— Por favor, senhor. Eu já falei tudo que eu sabia, eu... tenho família
— Você acha que falando que tem família pouparei a sua vida? — Balanço a cabeça com um sorriso irônico, chegando o mais próximo do seu rosto. — Sabe o que eu gostaria nesse momento?
— Não, senhor.
— Gostaria que a vadia da sua mulher estivesse aqui para ver merda que é o seu marido implorando por misericórdia. — Puxo a faca da sua perna e a passo pela sua garganta dando um fim nesse desgraçado. E lá se foi mais um terno italiano. Limpo a mão na lateral da calça retirando o sangue. Viro e encontro o meu consigliere na porta me esperando.
— O que é tão importante para você estar aqui atrapalhando, Josh? — Temos um problema.
— Isso você já falou!
Chego mais perto. Ele sabe que a minha paciência já se acabou há muito tempo e o vejo engolir em seco.
— As nossas contas da Suíça... foram roubadas.
— O que você falou? — O pego pela gola da camisa encostando-o na parede
— O Pierre descobriu há mais ou menos uma hora.
— De quanto estamos falando?
Afasto-me já imaginando a dor de cabeça que isso vai dar.
— Duzentos milhões.
— Você só pode estar brincando com a minha cara, porra!
— Eu gostaria que fosse uma brincadeira, mas é sério. Alguém entrou no nosso sistema e conseguiu transferir duzentos milhões para uma conta fantasma.
— Como alguém entrou no nosso sistema? O Pierre não era o melhor hacker que você conhecia.
— Pelo visto não é mais.
— Você tem noção do que isso significa?
— Sim.
— Não... você não tem. O conselho de capôs usará isso para tentar me derrubar. Quero que isso fique somente entre nós dois, entendeu?
— E o Pierre?
Apenas viro e saio, ele já sabe a minha resposta. Dentro da máfia não tem lugar para erros.
— Onde ele está? — falo abrindo a porta do carro.
— Está em seu apartamento, tentando descobrir quem fez isso.
— Ótimo, me encontre lá. — Entro no carro e tento relaxar um pouco, suspiro alto, coisa impossível para um chefe da máfia.
— Para onde senhor?
— Apartamento do Pierre Lucena
— Ok.
Tento relaxar, fecho os olhos, mas só dura cinco minutos. O meu celular não para de tocar. Inferno. — Alô!
— Oi! Noah, meu amor, que horas você vai vir, estou aqui nesse apartamento morrendo de saudades.
— Quem te disse que poderia me ligar, Rebeca?
— Pensei que poderia, afinal já estamos juntos há mais de um ano.
— Quer saber de uma coisa? Você não tem que pensar! — Já estou gritando. —Porque afinal, você só presta para abrir as pernas.
— Nossa... Noah eu não sou uma prostituta você sabe disso.
Oh mulher insuportável! Me arrependo amargamente de ter trepado com ela. Respiro profundamente antes de responder.
— Não você não é, porque uma prostituta sabe o seu lugar, você é uma puta mimada que pensa que depois de ter me dado tudo o que eu queria, eu iria me casar com você. Vou deixar claro, já que é burra. Eu nunca me casaria com você. Então vá procurar um velho rico e me esquece, não quero ver você no meu apartamento quando eu chegar.
— Isso não vai ficar assim, Noah você me pagar!
— Já paguei te dando vários orgasmos, querida. Desligo não querendo ouvir mais aquela voz irritante.
— Problemas, senhor?
— Todo dia um diferente.
— O senhor dará um jeito.
Não o respondo apenas contínuo olhando às mensagens que não param de chegar.
— Chegamos senhor.
— Ok. Vamos começar a festa...
Saio e o Josh já está me esperando na portaria do prédio.
Entro e já vou direto para o elevador. Um silêncio reconfortante se instalar entre nós, ele sabe que odeio conversa fiada. O elevador para e já na porta do apartamento um Pierre totalmente assustado nos recebe.
— Gostaria de alguma coisa, senhor?
Entro e caminho em direção ao sofá me sentando, coloco uma perna sobre a outra encosto ainda mais e dando um longo suspiro o encaro.
— Gostaria sim. — Dou um sorriso de lado
— Gostaria que você, me explicasse como outra pessoa conseguiu invadir o nosso sistema, e me roubasse duzentos milhões.
— Bem como eu tinha falado para o senhor Josh...
— Quero que você fale para mim.
— Ha... ok, claro e quero dizer a pessoa que invadiu o sistema entrou e em menos de cinco minutos conseguiu transferir a quantidade que o senhor sabe para uma conta fantasma, mas a encontrei.
— Conseguiu? Como?
— Na verdade, eu também achei estranho é como se ela quisesse ser encontrada.
— Ela? — falo levantando uma sobrancelha.
— Ah, sim, é uma garota, estudante de ciências da computação de Harvard.
— Uma estudante conseguiu ser melhor que você? — Desculpa por isso, senhor.
— Mais alguma coisa?
— Sim, aqui está tudo sobre ela.
Pego o papel e dou uma olhada rápida.
— Ótimo.
Vou em direção a porta, paro e me viro para ele.
— Ah, já ia esquecendo. Eu não tolero erros.
Retiro a minha pistola, Taurus 875 da cintura e dou dois disparos na sua cabeça. Ele cai e já tem uma poça de sangue a sua volta, respiro profundamente aquele cheiro maravilhoso.
— Cuide disso.
— O que você vai fazer, Noah?
Pego na maçaneta e me viro para o Josh.
— Parece que vamos fazer uma visita para a Srta. Sina Deinert.
Caminho para fora daquele prédio com a certeza que essa garota não faz a mínima ideia no que se meteu.

A Nerd na MáfiaWhere stories live. Discover now