Capítulo 09

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Sina Deinert

Entro no meu quarto e tranco a porta, uma sensação de impotência toma conta de mim. Vou para ao banheiro e abro o chuveiro.
Sento-me no chão do box e choro tudo que vinha sendo guardado. O meu coração parece que vai sair de tanto medo que estou sentindo agora, abraço as minhas pernas na esperança que isso possa me confortar.
O que é meio impossível no momento, juro que pensei que ele fosse me violentar naquele quarto mesmo, e um desespero toma conta. A água vai levando as minhas lágrimas e o meu sangue que escorre do meu braço.
Eu nunca me senti tão mal como agora. A única coisa que quero é ir embora, voltar para a minha vida, só isso. Não sei quanto tempo fiquei no banheiro, decido sair e quando vou pegar uma roupa vejo uma bandeja em cima da cama.
Uma angústia toma conta de mim, vou até a porta e vejo que está destrancada. Torno a fechá-la e em cima da cama tem um prato de macarrão
com um molho estranho, uns pãezinhos de um lado, um copo de suco e um pedaço de bolo de chocolate.
Termino de me trocar e passo um pouco de álcool no meu braço.
Fico até às três horas da manhã acordada, toda hora que eu fechava os olhos e lembrava cada cena que passei no seu quarto uma dor tão grande toma conta do meu corpo e apago.
Abro os meus olhos e o meu coração começa a bater muito mais rápido, o Noah está na frente da cama me observando atentamente.
Sento-me próximo da cabeceira e puxo o edredom para mais perto de mim na triste esperança de me proteger contra ele.
— O que você está fazendo aqui?
— O apartamento é meu.
— Você entendeu.
— Você gosta de me desafiar, Sina vejo que não aprendeu nada em relação a isso ainda.
— Ah! ... Aprendi muito, obrigado pela aula.
Ele vem em minha direção e tira o edredom que me cobria.
— Hoje você irá comigo ao leilão.
— Mas não vou mesmo, principalmente com você
— Não é um pedido, Sina , é uma ordem.
— Por que justo eu tenho que ir, é por falta de opção, é?
— Entenda uma coisa, eu mando você obedece.
— Continue sonhando com isso.
— Se vista iremos comprar uma roupa que não foi feita para uma criança.
— Não preciso da sua ajuda.
— Precisa sim, em vista do que venho vendo você evestir, não tenho o tempo todo estarei na sala.
Inferno, mil vezes inferno. Tomo um banho rápido e nem lavo o cabelo que tenho que dar um jeito de cortar, ele já está na cintura e tenho que retocar a raiz.
Sei me arrumar, de vez em quando. Só não estou a fim fazer isso aqui. Pego um vestido azul clarinho que não chega ao joelho e um par de tênis preto. Deixo o meu cabelo solto e pronto saio do quarto.
Chego à sala e ele está no sofá olhando o celular.
— Decidiu mudar de estilo?
— Sempre tive vários estilos, só não gosto de mostrar principalmente para você.
— Pode ficar tranquila você não tem muita coisa para mostrar, mais parece uma adolescente de quinze anos e não dezenove.
Fico resmungando até chegar ao carro, me sento ao seu lado o mais longe possível o que não o impede de se aproximar de mim.
— Você sabe que tem mais espaço aqui dentro né, chega para lá, Noah.
— Você fica incomodada com a minha proximidade, então é aqui que vou ficar.
Olho para ele.
— Por que será né?
— Talvez seja porque tenho vários motivos para isso— Ele chega mais perto segura uma mecha do meu cabelo.
— Você fica melhor de cabelo solto.
Dou-lhe um tapa na sua mão.
— Tira a mão.
Ele pega na minha perna e começa a apertar com força.
— Coloco minha mão onde eu quiser, está me entendendo?
Não falo mais nada apenas e fico quieta, por enquanto. Vamos para o centro da cidade e paramos em frente a uma loja.
Agora estou aqui em uma loja linda que com certeza nunca entraria em outra ocasião.
Uma vendedora de terninho preto e branco está nos atendendo.
— O que o senhor deseja?
— Encontre algo que não a deixe com cara de criança.
A vendedora pega vários vestidos um mais revelador que o outro.
— Não vou usar isso.
— Por que não? Você tem um corpo tão bonito, tem que valorizar.
— Esse — falo mostrando os vestidos em cima do balcão —, não é o meu estilo.
— O rapaz que está com você pediu um vestido de festa então tem que ser um desses.
Merda
— Ok, então pode ser esse branco.
— E os sapatos?
— Oh! Droga tinha me esquecido, será que tem como ir de tênis?
— É meio impossível, mas vou tentar encontrar um mais baixo.
— Muito obrigada, moça.
— Não por isso, e pode me chamar de Ana
— Muito obrigada, Ana.
Ela sai para pegar os sapatos e fico olhando outros modelos de vestidos.
— Julgo que esse serve.
Fala me mostrando um par de sapatos dourados delicados, mas com um saldo estilo boneca.
— Perfeito.
— Que bom que gostou. Você vai querer mais alguma coisa?
— Não, só isso mesmo.
O Nível paga as coisas e saímos. Pensei que iríamos para o seu apartamento, mas ele me leva para uma cafeteria muito linda ali próximo mesmo.
Acabei pedido um café com vários tipos de bolinhos diferentes.
Ele não falou mais comigo o que dou graças a Deus, estou tão estressada que seria capaz de lhe matar ali mesmo.
Chegamos ao apartamento e já eram umas cinco horas, o tempo passou voando. O leilão era às oito o que dava um pouco de tempo para começar a ver o que eu achava da tal conta.
Abro o meu notebook e começo a hacker a conta. Entro no sistema do banco de novo e vou à procura. Dez minutos depois já tenho um nome, mas que irei guardar até ter a garantia que irei sair dessa bem.
Conhecendo o Noah tenho certeza que daria um fim na minha vida logo após entregar a pessoa que o roubou. Tenho que descobrir o porquê me envolveu nisso tudo o mais rápido possível.
Tomo um banho e começo a me arrumar para essa merda de leilão. Faço um coque que aprendi no YouTube e a maquiagem também. Passo um batom vermelho e pronto.
É hora do vestido, ele é branco com uma fenda na lateral o caimento dele é lindo. Com esse brilho todo tenho certeza que estou sendo vista até de Marte, por último pego as lentes de contato que tenho guardada.
Tenho um pouco de dificuldade de me locomover com os sapatos.
— O que esse povo tem contra o tênis?
Viro o pé duas vezes antes de conseguir descer as escadas paro na sala e o Noah já está aqui.
— Vamos acabar logo com isso.
Ele se vira e me olhar de cima a baixo dá um sorriso que faz com que uma covinha apareça na lateral da sua bochecha e começa a ir em direção a porta.
— A propósito, você está linda.

— A propósito, você está linda

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Vestido da Sina

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Vestido da Sina.

A Nerd na MáfiaWhere stories live. Discover now