Capítulo 38

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Sina Deinert

Ouvir suas palavras me deixa sem chão, ter o Noah perto e saber que ele sente a mesma coisa que sinto por ele faz com que meu coração se encha de felicidade e esperança.
Esperança que enfim eu possa ser feliz como sempre sonhei com uma família e uma amiga que nunca pensei em encontrar, mas que a sua presença está guardada em meu coração. Meu único desejo é que ela seja feliz, ela não entra em detalhes mais sei que a sua vida não foi fácil, só espero que dê tudo certo na sua vida.
— Não esquece, amanhã voltaremos.
— Eu sei, tenho que conversar com a Any e o dono do pub.
— Qualquer coisa me ligue.
— Ok.
Ele se aproxima e deposita um beijo na minha boca e outro na minha barriga. Saio do carro e abro a porta, não vejo a Any na sala então vou para o seu quanto, a encontro digitando no seu notebook.
— Como foi ontem?
— Legal — falo me deitando do seu lado.
— Só legal?
— Não vou ter conta os detalhes.
— Aconteceu alguma coisa?
— Por que a pergunta?
— Sei lá você está estranha.
— Ele falou que me ama.
— Sério, que bom Si. Você merece ser feliz depois de tudo que passou.
— Obrigada, Any, por ser essa pessoa tão especial.
— Você não tem que agradecer boba, eu te amo você sempre vai ser a minha irmã.
— E você a minha.
Chego perto e a abraço, vou sentir tanta falta dela que dói.
— Vou ter que voltar para a Itália.
— Eu imaginava.
— Não quero ficar longe de você.
— Eu também não, quando vocês vão partir?
— Infelizmente amanhã.
— Tão rápido?
— Se fosse por mim, ficaria aqui com você para sempre, mas preciso
resolver as coisas por lá.
— O mesmo falo para você, minha barriguda.
— Acho que vou morrer de saudades.
— Eu também.
Saí com a Any, para pode resolver as coisas com o dono do pub e agradecer por tudo que ele fez por mim, afinal nem todos contratam alguém grávida. Ela me ajuda a arrumar tudo, como hoje era nossa folga facilitou bastante.
— Não esquece vamos nos falar todos os dias, tá!
— Claro você vai ficar enjoada de tanto ouvir a minha voz.
— Any,entenda uma coisa, eu nunca vou me enjoar de você.
— Pode parar Sina, daqui a pouco eu vou chorar.
Eu já estou chorando desde que saí de casa e vim para o aeroporto.
O Noah chega perto de mim passa o braço pela minha cintura me aproximando ainda mais dele.
— Eu gostaria de te agradecer, Any, por ter ficado com a Sina todo esse tempo, se algum dia precisar de algo me ligue.
Fala lhe entregando um cartão, ela fica um pouco sem graça, mas acabar aceitando.
— Eu faria tudo de novo, afinal a Sina é minha irmã.
Ele apenas concorda, e se retira ficando perto do jatinho.
— Assim que você chegar, me liga, por favor.
— Pode deixar.
— E cuida da nossa filha, se acontecer qualquer coisa me ligar.
— Pode ficar tranquila ligo para você primeiro, antes até do Noah.
— Assim fico mais tranquila.
Nós nos abraçamos e entro no jato, mas um pedaço do meu coração fica aqui com ela.
— Logo vocês vão ficar juntas novamente.
— Não tenho tanta certeza disso.
— Você vai ver.
Não respondo apenas aproximo a cabeça do seu ombro.
— E o Josh?
— O que tem ele?
— Ele não vem conosco?
— Decidiu ficar aqui, me disse que tinha um assunto para resolver.
Rezo para esse assunto, não seja a Any.
No jato eu durmo a maior parte do tempo. Depois de duas horas e meia chegamos e um carro está a nossa espera. Em menos de trinta minutos chegamos, juro que pensei que nunca voltaria para cá, continua do mesmo jeito.
Entramos e vamos para o elevador, em nenhum momento a sua mão sai da minha cintura.
O seu apartamento continuar o mesmo, não mudou em nada subo as escadas e abro a porta do meu antigo quarto, este continua igual só um detalhe está diferente, me viro para ele.
— Cadê as minhas coisas?
— Estão no nosso quarto. Esqueci-me completamente.
— Ah! Claro.
Ele abre a porta, entro e coloco a minha bolsa em cima da cama.
— Deita um pouco, deve estar muito cansada.
— Até que não, e o meu pai?
— Conversei com ele mais cedo, ele virá aqui te ver mais tarde.
— Ok. Vou ligar para a Any.
Ele se senta, pego o meu celular e ligo para ela no segundo toque ela atendeu.
— Sina, você está bem e como foi a viagem? Estou morrendo de saudades.
— Uma pergunta de cada vez. Sim estou bem, a viagem foi tranquila, e também estou morrendo de saudades de você.
Ficamos conversando por uns dez minutos, e desligo. Vai ser difícil sem ela do meu lado.
— Por que você não vai tomar um banho? O seu pai já deve estar chegando.
— É melhor mesmo.
Termino de tomar um banho me visto com um vestido simples na cor azul, e vou para a sala o Noah está sentado bebendo alguma coisa, chego perto dele e me sento do seu lado, estou nervosa finalmente vou conhecer o meu pai.
Ele segura na minha mão, esse gesto me traz uma grande tranquilidade.
— Calma vai ficar tudo bem, vou estar aqui com você o tempo todo não se preocupe.
— E se ele não gosta de mim?
— Isso é impossível... você é especial Sina, mesmo sendo chata às vezes, você é uma mulher incrível ele tem sorte de ser seu pai, nunca se esqueça disso.
— Eu te amo tanto.
— Eu também te amo.
Minhas mãos estão tremendo. O coração parece que vai sair pela boca. A porta se abre, ele está do mesmo jeito que eu me lembrava com um terno na cor preta, não parece real tenho um pai, um pai, meus olhos se enchem de lágrimas.
— Noah
— Esteves
Ele me procurar com o olhar quando finalmente ele me vê, sinto uma alegria tão grande.
— Filha.
Essa palavra saindo de sua boca, finalmente tenho uma família. As lágrimas que tentei segurar começam a rolar pelo meu rosto.
— Pai.
Jogo-me nos seus braços, sinto o meu coração acelerar a cada instante, é tudo como imaginei. O calor dos seus braços a felicidade de finalmente ter alguém para chamar de pai, se eu pudesse definir essa cena em uma palavra, essa palavra seria sonho.
Um sonho que se tornou real.
— Eu deveria ter percebido, você é tão parecida com a sua mãe. Me desculpe por tudo que a Verônica fez com você.
— Você não tem culpa.
— Espero poder te conquistar, a cada dia e te dar todo amor que você merece, meu anjo.
Ficamos conversando por umas duas horas seguidas, a única coisa que quero é saber tudo da sua vida, a felicidade dele de tocar a minha barriga e saber que será avô de uma menina.
Como esperado a Valentina não veio, afinal acabei ficando com o homem que era sempre pensou que seria seu marido.
Ficamos de nos encontrar amanhã, para almoçar juntos. Já tem uma semana que chegamos, a cada dia conheço mais o meu pai, a falta que sinto da Any dói a cada dia que passa sinto saudades de conversar cara a cara com ela, olho para o Noah na minha frente e começo a sorrir sem parar.
— O que é tão engraçado?
— Você se lembra quando fomos naquele, restaurante na primeira semana?
— Sim, o que tem?
— Lembro das suas palavras, quando te pedi para me levar em uma lanchonete, a sua resposta foi que se um dia te visse em uma lanchonete com certeza teria um problema, e agora estamos aqui comendo sanduíche e bebendo refrigerante em uma lanchonete.
Ele dá um enorme sorriso para mim, segura a minha mão firmemente.
— Para você ver, você, Sina Deinert, sempre foi o meu problema.
— E espero ser o último.
— Isso eu já não posso garantir, porque se a nossa filha puxar a sua personalidade, sei que os meus problemas só estão começando.
Quando vou responder o meu telefone toca.
— Any, aconteceu alguma coisa?
— Tenho uma notícia para você
— Você está bem?
— Melhor impossível, se lembra das editoras que mandei o meu livro?
— Sim, o quê que tem?
— Se prepara Sina, o meu livro vai ser publicado por uma editora da Itália, estou indo para morar aí, finalmente vamos poder ficar juntas.
Não consigo nem responder, estou tão feliz e louca para vê-la de novo. Finalmente estou vivendo o meu felizes pra sempre depois de tanta dor.

Fim

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