Capítulo 10

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Sina Deinert

Entro no carro com o Noah e na hora já fico sem graça lembrando de minutos atrás quando recebi o seu elogio.
As minhas mãos estão suando até demais, não quero acreditar que seja por estar com ele no mesmo ambiente não é não.
Limpo o suor que está se acumulando no vestido, fico brincando com ele tentando esquecer o seu cheiro que insiste em permanecer presente no ambiente. Um cheiro forte, não só do seu perfume, um cheiro só dele.
Ele não fala nada comigo, o que eu acho ótimo, o nervosismo só aumenta ainda mais quando sinto a sua mão próxima da minha. Ele entrelaça a sua mão na minha, nesse momento o meu coração começa a bater muito mais rápido e tento me soltar, o que o faz apertar ainda mais.
— O que você está fazendo?
— Segurando a sua mão.
Ele olha para mim como se fosse óbvio.
—Sei disso, quero saber por quê?
— Sua mão é muito delicada, sempre que olho para ela sinto uma necessidade de tocá-la.
— Você é a pessoa mais estranha que já conheci e olha que já fui na Comic Com muitas vezes.
— Comic Com?
— Você nunca ouviu falar da Comic Com?
— Eu tenho uma vida Sina, não frequento esse tipo de lugar.
— Nossa você não sabe o que está perdendo, lá é perfeito.
Ele não responde então fico olhando para a rua lá fora, tantas vidas e tantas histórias. Gostaria de estar no meu país, na minha vida, nunca imaginei que fosse gostar de ficar sozinha, mas vejo que estava errada em relação a isso.
O motorista para e o Noah sai, quando vou abrir a porta ela se abre sozinha para revelar ele do lado de fora estendendo a mão na minha direção.
A minha cara deve ser a mais estranha nesse momento, porque ele me dá um sorriso lindo, único. Depois pega na minha mão levando-me para a entrada do hotel todo iluminado e com vários fotógrafos presentes.
— Não pensei que seria um evento tão grande.
Ele me conduz para tirar várias fotos, nunca estive mais sem graça como agora. Percebendo o meu desconforto ele me puxa em sua direção e passa o braço pela lateral da minha cintura me aproximando ainda mais do seu corpo. Ele chega perto do meu ouvido e sussurra:
— Finja que somos somente eu e você aqui, Sina.
Pronto, agora ferrou. Sinto a sua barba por fazer arranhar o meu pescoço e um pequeno calafrio se faz presente em mim agora.
— Vamos.
Vou com ele em direção ao hall de entrada. Passamos por lá e vamos em direção a uma porta. Ele continua a segurar a minha cintura firmemente.
— Pode me soltar agora?
— Não, eu gosto.
Fico sem resposta para ele e extremamente sem graça com a sua revelação, continuamos a andar.
O salão está todo decorado com fotos de crianças africanas, o meu coração se aperta em imaginar o que elas passam naquela pobreza extrema, por isso que faço o que faço, tento ajudar ao máximo.
O local está todo cheio de pessoas elegantes homens em seus ternos caros e mulheres em seus vestidos que com certeza devem valer um rim no mercado negro.
Andamos até chegar a uma das mesas espalhadas pelo local.
— Aqui é um local muito bonito.
— Tudo que é caro, é bonito.
— Se você está falando!
Ele puxa a cadeira para que me sente e se senta ao meu lado. Um homem beirando seus cinquenta anos se aproxima.
— Que bom que pode vir, Noah.
— Francesco que bom te rever.
— Igualmente, bambino e essa linda jovem que é?
— Essa é Sina Deinert. — Ele olha para mim e dá um sorriso. — Ela é uma amiga.
— Prazer, minha jovem, você é muito bella igual o seu nome.
Levanto-me e cumprimento ele.
—O prazer é meu, senhor...
— Francesco, só Francesco.
Apenas balanço a cabeça concordando com ele.
— Qualquer coisa que precise, só me procurar.
O Noah se despede dele e sentamos de novo vejo uma mesa logo à nossa frente e aquela mesma mulher do restaurante está sentada com um casal mais velho.
— É Noah você está meio ferrado, a sua ex está bem ali.
— Ela não é minha ex, é apenas uma das mulheres que trepei quando tive vontade, e ela sabe disso.
— Não me parece que ela saiba disso.
Ele não responde, apenas fica olhando para mim daquele mesmo jeito de antes.
— Está com ciúmes, Sina? — Sua voz sai ainda mais rouca.
— Para de me chamar desse jeito.
— Esse é seu nome, não é?
— O jeito que você pronúncia o meu nome, e o seu tom de voz.
— O meu tom de voz é normal, você que se sente atraída por mim por isso você vê a diferença.
— Continue sonhando, Noah.
— Só se for com você — ele chega mais perto e encosta o seu nariz na lateral do meu pescoço.
— Você tem um cheiro muito bom.
O mesmo arrepio de antes, só que mais forte agora.
— Você é louco, olha onde estamos, para com isso.
— Que todos aqui vão para o inferno, não estou preocupado com eles.
Chega um garçom até a nossa mesa e nos serve duas taças de champanhe e umas coisinhas que tenho quase certeza que sejam canapés. Sirvo-me com uns quatro de uma vez.
— Tinha até me esquecido que você gosta de comer.
— Tenho que aproveitar já que você não tem comida em casa.
Ele levanta uma sobrancelha e não fala nada. Continuo a comer e beber o champanhe até que tem um gosto bom, quando vou pegar mais uma taça o Noah me impede.
— Isso não é suco. Sina se controle. Você já é insuportável, imagina bêbada.
— Falou o doce em pessoa.
— Vem dançar comigo e cale essa boca.
— Eu não sei dançar.
— Não lembro ter perguntado se você sabe.
Ele se levanta e me puxa com ele em direção ao salão, que já tinha vários casais dançando uma música melosa pra caralho.
Ele me conduz até o meio e coloca uma mão na minha cintura e com a outra segura firmemente a minha mão.
Começamos a nos movimentar lentamente ao som de uma orquestra, ele se aproxima do meu ouvido e fala.
— Respondendo a sua pergunta de mais cedo, estou louco sim, louco para beijar a sua boca.

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