Capítulo 32

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Noah Urrea

Estou fazendo de tudo para evitar me encontrar com ela, toda vez que a vejo a minha única vontade e apertar aquele pescoço.
Aquela viagem foi um desastre em todos os sentidos, ela acabou com um negócio que eu estava trabalhando há três meses. Tento me aproximar da Valéria quando finalmente consegui, ela estraga tudo. Imagens dela com aquela roupa, isso se aquele pequeno pedaço de pano pode ser chamado de roupa. Cada homem que passava por ela a comia com os olhos. Só de imaginar a sua petulância desafiando-me na frente de todos. O meu sangue ferve de raiva.
Não sei como me controlei com aquele rapaz, o meu pensamento era matá-lo ali mesmo, o único motivo que não fiz isso foi quando olhei para ela e vi que esta estava apavorada.
Tenho que admitir que quando vi aqueles olhinhos cheios de água por algum motivo, quis tirar tudo que falei, mas não consigo.
No final é melhor assim mesmo, não suportando a Valentina tenho a obrigação de cumprir o acordo feito pelos nossos pais e conhecendo a Sina como eu a conheço, nunca que ela aceitaria se tornar a minha amante. Esta era a proposta que tinha para fazer para ela, hoje vejo que jamais aceitaria esse acordo.
Saio do meu quarto quando vou passar pela porta do dela e ouço um barulho estranho, abro a porta e nada entro e vejo que a porta do banheiro está aberta a vejo debruçada no vaso sanitário vomitando. Aproximo-me, quando ela me vê dá descarga e se senta na tampa.
Vejo-a abaixar a cabeça e ficar assim por um tempo. — O que você tem?
— Nada — fala limpando a boca na blusa.
— Então o que estava fazendo?
— Estava procurando o Nemo, pelo amor de Deus.
Ela se levanta e sai do banheiro me deixando aqui plantado igual um idiota.
Respiro fundo para não arrancar um dente da sua boca, vou atrás dela.
— Tem como você deixar de ser mal-educada e me responder porra.
— Não estou a fim, e tem outra já respondi. — Aperto a minha mão em punho para não a esganar agora mesmo.
— É impossível ter um diálogo decente com você, às vezes me esqueço o quanto você é infantil.
— Obrigada pela observação, mas dispenso. Se eu quiser uma análise procuro um especialista e tem mais, não sei o porquê da pergunta, até parece que se importa comigo.
Tento me conter, mas quando vejo já estou prensando-a na parede. Ela tenta se soltar, mas prendo os seus braços para trás.
— Me solta, Noah, que mania mais insuportável de me prender na parede, que inferno...
Não consigo prestar atenção em nada do que sai da sua boca, o meu único pensamento é em seus lábios nos meus e assim faço. Ela tenta se soltar, mas a seguro com mais força, quando penso que ela não vai mais lutar sinto um forte gosto metálico e a solto.
Encosto a mão na boca.
— Você me mordeu? — pergunto ainda não acreditando no que ela acabou de fazer.
— Você não tem o direito de fazer isso — responde passando a mão na boca.
Está com tanto ódio que o seu rosto está vermelho.
— Você... — fala apontando o dedo para mim. — Acha o que hein, que depois de me tratar como um lixo, eu vou fazer o quê? Ficar aqui pronta para a hora que quiser, está muito enganado quero que você vá para o INFERNO está me ouvindo? Eu tenho sentimentos sabia? Você me destruiu com palavras e acha que vai ficar tudo como antes? Está muito enganado, eu já te falei e vou repetir, eu não sou sua prostituta está me ouvindo.
A sua mão está tremendo, lágrimas já inundam os seus olhos.
— Sina, deste o começo, falei que era só sexo. O que você achou que iria acontecer que iríamos namorar ou o que, me fala?
Ela se senta na beira da cama, quando levanta o olhar por um momento apenas gostaria de lhe abraçar e ficar assim até vê-la melhor, mas não posso fazer isso, ela sabia que não iria haver nada a não ser sexo entre nós.
— Sabe qual é o problema disso tudo? É que por mais que eu não queira acabei me apaixonando por você, se não pode retribuir esse sentimento, então não tente me usar. Você não tem esse direito de brigar comigo na hora que bem desejar, eu não sou um objeto.
Estas palavras saindo da sua boca me desarmam imediatamente, sou um monstro e sei também que se ela fica do meu lado vai se destruir como todos a minha volta. Gostaria de retribuir o que ela sente por mim, mas sou incapaz de corresponder a esses sentimentos. Não só por ela, mas por ninguém. Mas lá no fundo sei que estou mentindo para mim mesmo, ignoro esse pensamento.
— Eu não posso retribuir este sentimento.
— Por que não?
— Sina, mesmo se eu pudesse retribuir, o único jeito de ficarmos juntos seria se você quisesse ser minha amante você aceitaria?
— Nunca.
— Eu sei disto, por isso não te fiz essa proposta, infelizmente tenho um acordo para cumprir com a Valentina e um acordo na máfia não é quebrado nem mesmo por mim.
— Me deixa ir embora, Noah
, por favor.
— Você sabe que não posso deixar.
Ela limpa o rosto e fica cara a cara comigo.
— Noah, tenho algo para te falar.
A sua expressão muda de tristeza para medo, tem algo errado.
— Fala.
— Descobri quem te roubou.
— Quem?
Ela fica em silêncio por um tempo, sei que ela está me escondendo algo.
— Responde, Sina quem?
— Verônica Mancini.
— O que? Você tem certeza disto?
— Sim — ela fala e abaixa a cabeça.
Por que sinto que tem mais alguma coisa?
— Você descobriu hoje?
Ela fica calada. Chego mais perto.
— O que você está me escondendo? RESPONDE.
— Noah! Por favor.
Ela está tremendo
— FALA.
— Não.
Já estou segurando o seu braço.
— Quando?
Ela olha para mim e começa a chorar.
— Na primeira semana.
Um ódio tão grande toma conta de mim seguro no seu pescoço.
— Vou te matar, Sina.

A Nerd na MáfiaWhere stories live. Discover now