Capítulo 06

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Sina Deinert

— Você me chamou de quê?
— É surda, é?
— Só estou perguntando para ter certeza, você é louca garota?
— É claro que não.
— Essa é a única opção para uma pessoa que eu nunca vi na vida começar a me maltratar do nada ou a culpa é sua Noah no mínimo não comeu essa daí direito por isso está fazendo essa cena aqui.
— Cala a boca, Sina.
— Vai se foder, se pensa que vou deixar o projeto de puta me xingar aqui.
— Quem é puta aqui, hein? Miniatura de ser humano.
— É surda, por acaso, é você mesmo?
— Vou te arrebentar, garota.
Levanto-me na hora.
— O que você está esperando para tentar.
Antes que ela coloque um dedo em mim. Noah entra no meio com uma cara de demônio saindo do inferno, a procura de mais uma alma.
— Você — fala apontando para mim — é a última vez que aviso. Cala essa maldita boca, agora! E você, Rebeca, quem você pensa que é para atrapalhar o meu jantar? Saia da minha frente agora antes que eu mande um dos meus seguranças te colocarem para fora daqui.
— Você não teria coragem Noah.
— Você sabe que tenho coragem para muito mais, então suma da minha frente.
Ela olha para mim de novo e sai resmungando. Sento-me e bebo um gole do vinho.
— Garota mais louca, né.
— Você me paga, quando chegarmos em casa.
— Não estou te devendo nada, da próxima vez controle as suas putas, meu bem.
— Fique tranquila não haverá próxima vez, antes disso te mato.
— Sabia que já estou até me acostumando com as suas ameaças?
Quando ele ia responder o garçom chega com o nosso pedido. Olho para o meu prato e só tem uma pequena porção no meio com umas coisinhas verdes em cima. Não é possível ser só isso não.
— Noah.
— O que foi?
— Só vem isso de comida?
— Você pensa que isso aqui é o que, hein, restaurante à quilo?
— A culpa é sua! Se tivesse me levado para comer em uma lanchonete isso não estaria acontecendo.
— Culpa minha não, você que come igual a um sem teto.
— Seu rabo.
— Você tem uma linguagem ridícula principalmente para uma garota da sua idade.
— Você é muito velho, por um acaso, hein?
— Não, mas tenho educação, uma coisa que você deveria aprender, seria ótimo.
— Uma coisa que você deveria aprender, Noah Urrea , é que tenho educação sim, mas a uso só para quem mereça e você com certeza não é essa pessoa
— Se eu fosse você terminaria de comer logo, talvez seja a sua última refeição.
Desisto de ficar discutindo com ele e coloco um pouco na boca. Meu Deus está tão gostoso, o que dificulta ainda mais! Vou querer comer mais, só que tenho certeza que ele não vai me dar.
Um casal mais velho se aproxima do Noah.
— Senhor Urrea , que prazer te encontrar aqui.
O Noah se levanta.
— Senhor Lourenço, como estás?
— Estou bem, espero que possa ir ao leilão no domingo. — Esse povo não tem o que fazer.
— É claro que estarei lá.
— E essa moça linda, quem é?
Um sorriso se forma no meu rosto que logo morre quando olho para o infeliz.
— Não é ninguém importante.
Minha língua coça para responder, mas aguento firme, dou um sorriso sem graça para o casal e logo eles já se foram.
— Não sou ninguém importante é? Quem aqui de nós está fazendo alguma coisa em relação ao seu dinheiro?
— Até agora você não fez nada de importante.
— Se você não tivesse matado o seu hacker já saberíamos o que aconteceu.
— Tarde demais para isso, aquele infeliz já deve estar no inferno.
— Igual a você.
— O que você falou?
— Nada não.
— Já terminou?
— Até parecer que tinha algo aqui para terminar, ainda estou com fome.
— Azar o seu.
— Bem que podíamos passar em algum lugar para comer outra coisa hem!
— No seu sonho, talvez.
— No seu sonho, talvez — o imito.
O Noah paga a conta e saímos. Entramos no carro, encosto o rosto no vidro e fico pensando na pizza que tinha na minha geladeira. Fico com mais raiva ainda.
— Inferno.
— Para de ficar resmungando garota, você me irrita ainda mais.
— Tudo isso é culpa sua.
— O que é culpa minha?
— Sério? Primeiro você me sequestrou, depois me levou para outro país e depois me nega comida. Tudo isso é ridículo e a culpa é sua, seu demônio.
— Vejo que já sabe o meu apelido.
— Tenho que admitir combina perfeitamente com você.
Ele cruza as pernas e pega o seu celular do bolso sem levantar o olhar responde.
— É o que dizem por aí. — Decido fica calada tudo isso já está me deixando com mais raiva.
Paramos em frente ao seu prédio e saímos. Estou cansada a única coisa que quero é dormir e acordar em meu apartamento e perceber que tudo isso foi apenas um sonho.
— Vê se descobre alguma coisa em relação à conta que eles colocaram o meu dinheiro.
— Claro, patrão. Vou providenciar isso.
Ele me prende mais uma vez na parede e com uma mão prende os meus braços para trás. Com a outra ele aperta o meu pescoço fazendo menos força que da última vez. Chega com a sua boca próximo da minha orelha, o que faz com que sinta o seu perfume invadir no meu nariz instantaneamente.
— Você com certeza é a garota que mais me tirou do sério até hoje. Penso que você esteja precisando de um homem para te ensinar o seu lugar.
Tento soltar-me e nada. Ele solta o meu pescoço, o que faz com que eu respire normalmente.
— O que eu preciso não é da sua conta. Me solta.
Ele passa a mão pela lateral do meu corpo e vai subindo devagar até chegar ao meu rosto. Passa o dedo indicador no contorno da minha boca o que faz com que o meu coração traidor acelere ainda mais.
— Você não é uma garota feia, Sina.
O meu nome saindo da sua boca com essa voz rouca faz um arrepio passar por todo o meu corpo.
— Pode negar a vontade, mas você também está sentindo o que está acontecendo entre nós .
Aproveitando a sua distração, posiciono o meu joelho no meio de suas pernas. Aproximo-me dele o que o leva a dar um sorriso safado para mim,
retribuo do mesmo jeito quando ele se aproxima para me beijar dou uma joelhada em cheio no meio da sua parte íntima.
Ele se curva no chão de dor e saio de perto dele e falo.
— Bem feito para você.
Saio correndo o mais rápido possível em direção ao meu quarto e antes de fechar a porta o ouço gritando na sala.
— Si-naaaaaaa
Fecho a porta com a certeza que acabei de fazer uma merda das grandes.

A Nerd na MáfiaWhere stories live. Discover now