Capítulo 03

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Sina Deinert

— Eu não vou nem morta, você pensa que é quem? Não vou com você para lugar nenhum.
— É até emocionante você pensar que tem alguma opinião aqui.
— Essa. — Falo mostrando o quarto. — É minha vida lutei muito para conseguir, o que tenho hoje não vou renunciar a nada, por ninguém.
— Agora você só tem vinte minutos.
— Vá para o inferno você e os seus minutos. Daqui eu não saio. — Sento-me na cama igual uma criança, mas não estou nem aí.
Demorei tanto para conquistar o que tenho hoje. Não foi fácil e agora esse cara pensaque pode invadir a minha vida e bagunçar tudo, mas não vai
mesmo. Que ele queime no mármore do inferno, esse demônio.
— Levanta daí e vá arrumar suas coisas, agora!
— Não vou mesmo.
— Vá agora!
— Não e não.
— Retiro o que disse, você não se veste só como uma criança tem a mentalidade de uma.
Quando penso que deu certo ele vem na minha direção.
— Você não vai levantar?
— Não.
Ele simplesmente começa a puxar-me pelo cabelo em direção ao banheiro.
— Você é louco, me solta seu homem das cavernas.
Sem pensar muito bem acabo acertando um tapa em seu rosto. Sabe quando uma pessoa fala que sentiu a alma sai do seu corpo? A minha saiu agora.
Ele solta o meu cabelo e me empurra contra a parede com uma força incrível. Sinto o meu ombro começar a doer na hora, quando vou segurá-lo, ele começa a apertar com força o meu pescoço. A dor que estou sentindo agora é horrível tento me soltar, chuto, arranho e dou tapas, mas nada.
Não estou conseguindo respirar meus olhos vão fechando gradualmente pequenos pontos começam a aparecer e apago.
Sinto-me diferente o meu ombro está doendo e a minha garganta está ardendo. Tento abrir os meus olhos, mas estão tão pesados.
Respiro profundamente tentando entender onde eu estava. Levanto a cabeça só para constatar que estou em um quarto extremamente luxuoso.
— Em dez minutos partiremos espero que esteja pronta. Ele sai como se não tivesse quase me matado, infeliz.
Levanto da cama. O quarto é todo decorado na cor escura. A cama cheia de almofadas, uma mais macia que a outra.
Olho para perto da porta e tem uma mala.
Pera aí! Essa mala é minha! Vou até ela e coloco-a em cima da cama abro, constatando que está cheia das minhas roupas.
Droga, droga, droga!
Pego uma calça jeans e uma blusa de moletom e procuro um banheiro.
A primeira porta que abro é um enorme closet repleto de roupas masculinas, principalmente ternos que tenho certeza que são super caros. Saio dos meus pensamentos e vou para a outra porta que dá em um banheiro, do tamanho do meu quarto.
Começo a tirar a minha roupa e entro debaixo do chuveiro. A água está bastante quente lavo o meu cabelo com os produtos que estão ali mesmo e fico um pouco mais que o normal.
Saio e pego uma toalha extremamente macia, me seco e começo a vestir as minhas peças íntimas. Coloco a calça jeans e depois o moletom do Harry Potter, calço o meu tênis All Star vermelho e vou dar uma olhada no espelho.
Estou com umas olheiras horríveis. O lado direito do meu rosto está um pouco inchado e meu pescoço está com marcas roxas dos dois lados. Decido deixar o meu cabelo solto e coloco os meus óculos.
Saio do quarto e vou para uma pequena sala, essa parte é ainda mais bonita.
Em uma mesa está o Noah e aquele cara do cativeiro penso que se chama Josh se não me engano.
O Noah me olha de cima a baixo, faz uma carreta e continua olhando o jornal e tomando o seu café tranquilamente. O outro se limita apenas a me dar uma olhada e continua a tomar a seu café como se eu não estivesse aqui.
Não sei o que fazer então eu fico parada na porta observando o local.
— Você vai ficar aí parada a manhã toda? Coma logo alguma coisa, nós já estamos quase saindo.
Gostaria de negar, mas é comida. Comida eu não nego nem se eu estivesse morrendo.
Vou até eles e me sento. A mesa está repleta de uma coisa melhor que a outra. Pego o café e me sirvo pego um pedaço de bolo enorme. Como tudo quase nem mastigando direito, já que não tenho muito tempo. Vou comer mesmo! Pego um pão e o devoro depois um bolinho meio estranho penso que é 'croissant' e coloco na boca. Sinto alguém me observando levanto o olhar, o Noah está parado olhando atentamente.
— O que foi? — falo com um pedaço de bolinho na boca.
— Só estava pensando aqui, como uma coisa tão pequena, consegue comer igual uma morta de fome.
Termino de engolir e o encaro.
— Não sou morta de fome só gosto de me alimentar direito.
— Você tem sorte que não engorda porque senão você estaria com uns cem quilos. Já não tem uma ótima aparência imagina se fosse gorda, então.
— Seria feliz do mesmo jeito.
— Por isso você vai morrer solteira.
— Solteira, mas feliz.
— Só termina logo, o helicóptero já está pronto.
— Helicóptero?
— Você pensou que iríamos ir para o aeroporto de que?
— O normal é de carro, sabe. Um meio de transporte muito utilizado em nosso país.
— Por que você não continuar mastigando, assim não preciso ouvir essa sua voz extremamente irritante.
Até que ele tem razão, prefiro comer a ficar perto dele então corto mais um pedaço de bolo e o coloco na boca. Dou um pequeno sorriso para ele, só para irritar. O que dá certo. Ele revira os olhos e se levanta. Paollo o acompanha e os dois se sentam no sofá.
Continuo comendo tranquilamente.
— Já terminou, merda?
Ignoro. Ele vem em minha direção e me puxa da cadeira. — Estou falando com você.
— Sério, pensei que fosse com a merda, porque que eu saiba meu nome é Sina e não merda.
Ele aperta ainda mais o meu braço com isso.
— Quando você vai aprender a calar essa sua boca?
Dou o maior sorriso irônico para ele.
— Nunca.
— Vá pegar a sua mala estamos saindo agora.
Vou para o quarto e pego a minha mala, pelo menos colocaram meu notebook. Mas procuro os meus documentos e nada deles. Saio do quarto, puta da vida.
— Ô poderoso chefão?
Ele me olha com um ódio extremo o que torna ainda mais engraçado a cara que ele está fazendo, não estou nem aí.
— Poderoso chefão? — O Josh pergunta. —Conhece filme de máfia?
— E como você sabe que somos da máfia.
Noah  apenas observar eu e o Josh.
— Sério isso, vocês pensam que sou burra.
— Tenho certeza. — O Noah responde.
— Ah! Tem mesmo, sabe aquela hora que eu estava procurando o culpado de ter te roubado. Aproveitei e dei uma pesquisada sobre você.
— E o que você achou de tão útil?
— Descobri que você é o novo chefe da máfia italiana e que não tem família, porque já morreram. O que nos leva para o seu pai que morreu misteriosamente. — Faço aspas no misteriosamente. — E que você tomou o lugar dele como chefe da máfia italiana. Você tem vinte e cinco anos o que o torna o chefe mais novo no poder, e que se eu quisesse, poderia ter distribuído o seu valioso dinheirinho pelo mundo todo. Com você do meu lado observando então te falo uma coisa, pode me chamar de tudo menos de burra.
— E, por que você não fez isso?
— Porque também quero saber quem tentou me acusar e mudando de assunto onde estão os meus documentos.
— Estão comigo, quando isso acaba talvez te devolva.
— E como vamos embarcar, santa ignorância?
— Em momento nenhum te falei que iríamos de vôo comercial, vamos no meu avião particular.
É lógico, que ele teria um avião particular.
Estamos saindo pela porta quando ele se vira na minha direção me olha com um sorriso no rosto e falar.
— Só para você saber o meu pai não morreu misteriosamente igual você falou. Eu o matei.
Ele sai como se não fosse nada.

A Nerd na MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora