crow's sign

317 40 22
                                    

15

— Tenho certeza que o conheço de algum lugar — Jessy se referia ao Jake, ela ficou intrigada com ele desde que o viu.

Não me importei com isso, as pessoas que o Jake mantinha contato não era do meu interesse. Fechei a porta do escritório assim que Jessy chegou, eu não queria confiar em ninguém além do Jake para investigar. Jessy não era uma das pessoas que eu estava desconfiada, mas não queria que seus amigos começassem a ficar no meu pé outra vez.

— Sobre o que você queria conversar? — perguntei.

— Eu e meus amigos estávamos conversando sobre você recentemente e entramos juntos num consenso. Nós achamos que devemos unir os nossos esforços, estamos fazendo de tudo pra encontrar qualquer coisa sobre a Hannah, sabemos que você a conhecia. Gostaríamos que você se juntasse com a gente.

— Seus amigos me odeiam, Jessy. Isso foi uma ideia em grupo ou só sua?

— Confesso que fizemos uma votação, mas o que importa é que grande parte quer que você faça parte disso. Lilly nos contou sobre o bunker, por que você não me disse nada?

— Não queria que você se preocupasse.

— Mas eu precisava saber disso. Não é só você quem está em perigo.

— Você e seus amigos têm alguma coisa útil? — mudei de assunto descaradamente. Jessy bufou e balançou os ombros.

— Ainda não, mas temos a polícia do nosso lado.

— E o que a polícia tem?

— Bem, muito mais do que querem nos falar. O delegado disse que estavam seguindo uma pista que encontraram, mas era informação confidencial. Acredito que com um pouco de insistência ele finalmente nos diga alguma coisa.

— Informação confidencial? — olhei para Jessy com curiosidade e ansiedade. Informações confidenciais são as mais importantes, e as que eu mais preciso. Agora entrar no grupo seria uma vantagem para mim.

— É, alguma coisa assim. Eles não contam muita coisa pra nós além da Lilly, que é da família.

— Mande uma mensagem no seu grupo, vamos nos encontrar agora.

— Como sabe que temos um grupo de bate papo? — ela perguntou num tom descontraído enquanto pegava seu celular para enviar as mensagens.

— Bem, isso é comum. Todo mundo tem um grupo de bate papo com os amigos, não imagino que vocês sejam diferentes — improvisei.

— É, você tem razão — Jessy digitou rapidamente mais algumas vezes e se virou para mim. — Vamos, estão nos esperando na oficina.

[...]

Entrei na oficina logo atrás da Jessy e analisei em volta antes de ir de encontro as vozes altas que vinham dos fundos. O lugar era aconchegante, havia uma enorme vitrine que continha ferramentas e xícaras com o nome da oficina para a venda. Atrás do balcão havia uma porta e ao lado dela um aquário com diversas cores de peixinhos, parei em frente a ele e os admirei por um tempinho.

— Boa tarde, Marie — Jessy tocou o vidro do aquário e atraiu um dos peixes, ela deu um longo sorriso e olhou para mim. — Eu sei o nome de todos esses peixes.

— Impossível — soltei uma risada divertida e continuei olhando para o aquário. — São muitos e alguns são idênticos, sua memória tem que ser muito boa pra isso.

Tell Me Lies (DUSKWOOD)Where stories live. Discover now