threats

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A teoria de que o sequestrador tinha planos para fazer mais vítimas começou a se tornar a nossa maior preocupação nos últimos dias, e mais uma de suas ameaças foram enviadas para a Claire. O mascarado desejava deixar claro que ele sabia de tudo e que via tudo, mandou ameaças escritas para ela, ordenando que Claire cessasse as buscas, também havia fotos da sua casa e algumas vezes que ela esteve fora. Tudo isso para demonstrar a sua dominação.

É claro que ela não se importou, exatamente como eu esperava. Se ele queria tirá-la do caminho significava que ele sente medo, que sabe que não conseguiria se esconder por muito tempo. E o seu medo em ser descoberto o desesperava, tanto que ele se expunha de forma desnecessário. Com mais alguns erros como aquele, teríamos a nossa vitória.

— Ei, o que acha de me ajudar com isso aqui? — perguntei para a Claire, mas era como falar com as paredes. Ela estava com a atenção fixa no seu notebook há algumas horas e nada a tirava dali.

— Conseguiu alguma coisa?

— A polícia conseguiu o histórico de ligações da Hannah, entreguei o celular de bandeja para eles.

— E agora você tá checando número por número? — assenti. — Acho que pode fazer isso sozinho, então. Eu estou lendo as conversas do grupo.

— Combinamos que eu deixaria você ler as conversas só quando eles estivessem falando sobre qualquer coisa que citasse a Hannah, mas você está usando isso pra outras coisas — a repreendi, mas ela não se importou. — Isso é tudo por causa da Lilly? Supere isso.

— Ela realmente achou que poderia mentir pra mim, Jake.

— Acho que você está exagerando e agora invade a privacidade dela todos os dias para se vingar. O que você ganha sabendo sobre tudo que eles falam? Seu nome nem apareceu em nenhuma das conversas.

— Você é um gênio! — ela exclamou, animada. — Eles nunca falam de mim, nunca falam sobre a Hannah e nem sobre nada que atraía a minha atenção. Estão agindo como se nada estivesse acontecendo... Como se soubessem que estão sendo monitorados.

— Isso é impossível, eu sou cuidadoso com isso.

— Você é cuidadoso, mas Lilly fala demais.

Me virei para ela, incrédulo.

— Acha que a Lilly falou sobre mim para eles? — perguntei.

— É claro que ela não deve ter revelado a sua identidade por completo, pelo menos é o que eu acho. Mas você enviava mensagens para a Jessy também, Jessy contou pra ela e Lilly ligou os pontos. Ela também descobriu que eu investigava com você, então...

— Estão se escondendo de nós dois — completei. — Desgraçados. Eu vi que eles se encontram todos os dias ou na oficina, ou na casa da Lilly, deve ser nesse tempo que conversam sobre o que realmente importa.

— E as mensagens que trocam são apenas distrações pra não ficar estranho o sumiço deles. Detesto admitir, mas eles estão a alguns passos na nossa frente, Jake.

— Mas não vai ficar assim, vamos dar um jeito nisso.

[...]

— Você está agindo como um psicopata — reclamou Claire, se ajeitando no banco do carro. Richy agia como se a cidade não estivesse em alerta e deixava a oficina aberta, sem nenhuma fiscalização na entrada. Dois minutos foram necessários para invadir o lugar e plantar alguns escutas.

— O seu entretenimento é hackear celulares e ler conversas particulares. Quem você acha que mais parece um psicopata agora?

— Pare de falar como se não fosse você quem me desse acesso à tudo isso — ela riu, colocando fones de ouvido. — Tem certeza que a Jessy não te viu?

Tell Me Lies (DUSKWOOD)Kde žijí příběhy. Začni objevovat