02 | Despedida.

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"E você vai lembrar meu nome
N

ão há nada que possa ficar no meu caminho
Isso para o que eu vivo

Este é o meu jogo."

The One To Survive - Hidden Citizens


Os meus passos apressados me conduzem para fora daquele cômodo da boate imediatamente, sem sequer ousar olhar para trás

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Os meus passos apressados me conduzem para fora daquele cômodo da boate imediatamente, sem sequer ousar olhar para trás. Enxergar aqueles olhos fixos em mim, sem ter a menor noção dos pensamentos que fervilham em sua mente, seria profundamente desconfortável.

Com um aperto forte no celular, trago a minha mente de volta à realidade e sigo em direção ao bar, onde Liliya disse que estaria me esperando. Não demora muito para avistá-la, apoiada nos cotovelos sobre o balcão, entretida em uma animada conversa com o barman.

Em segundos, fico imediatamente ao seu lado, suspirando pesadamente. Enquanto coloco a tela do celular na minha frente, desbloqueando-o mais uma vez.

─ O que seu pai queria? ─ questiona Liliya, arrastando uma lata de refrigerante em minha direção. Pego-a prontamente, deixando o celular repousar em minha mão.

Responder ao meu pai naquele momento só faria com que ele fizesse ainda mais perguntas, questões que eu poderia resolver depois de acalmar os ânimos com um gole refrescante daquela bebida gelada.

─ Eu não sei ao certo. Não consegui atendê-lo a tempo ─ digo, frustrada.

─ Estou surpresa que você não tenha retornado a ligação ─ ela comenta.

Eu também estou surpresa comigo mesma. Eu, que sempre me preocupo em informar onde estou e que sempre atendo seu chamado no primeiro toque.

No entanto, o incidente ocorrido há poucos minutos me impediu de agir como de costume. E só de pensar em ficar a sós com aquele homem estranho, enquanto ligava para o meu pai, me causava um desconforto avassalador no estômago.

─ O banheiro está tão barulhento quanto aqui ─ minto. ─ Talvez eu vá lá fora para falar com o papai. É mais tranquilo.

─ Você acha que vai conseguir chegar a tempo da surpresa que Poppy preparou para mim? ─ ela indaga.

─ Não seria no fim da noite? ─ pergunto.

─ Cheguei à conclusão de que estarei bêbada demais no fim da noite, então preferi receber o presente antes ─ ela ri animadamente. ─ E aí?

TURPITUDO | + 18Where stories live. Discover now