27 | Biblioteca.

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"Eu acho que eu quero
É tudo o que eu realmente preciso
V

ocê diz que quer
Apenas diz diretamente para mim"


I Want It - Two Feet

DAMIEN LIGHTON

Angel ergueu os braços lentamente enquanto eu deslizava suavemente o tecido de sua blusa branca para cima, retirando-a por completo. O sutiã preto de renda despontou diante dos meus olhos, e devo admitir que, pela primeira vez, achei essa peça tão sexy em uma mulher. Simplesmente tudo ficava perfeito nela, naquela loirinha irresistível.

Seus delicados dedos pousaram sobre meu peito mais uma vez, provocando arrepios em minha pele, e ela interrompeu o beijo quente que estávamos compartilhando, lançando-me um olhar nervoso. Um sorriso brincalhão se formou em meus lábios.

─ Algum problema, meu anjo? ─ Perguntei, procurando em seu rosto algum sinal de hesitação. No entanto, não encontrei nada, pois ela queria aquilo tanto quanto eu. Não conseguia entender por que ela havia interrompido o melhor beijo que já havíamos trocado, embora todos os outros também tivessem sido magníficos.

Angel, por sua vez, assentiu com a cabeça, silenciosamente admitindo que algo estava incomodando-a. Arqueei as sobrancelhas confuso, mas antes que eu pudesse questioná-la, ela abriu os lábios para falar.

─ A biblioteca não é um lugar adequado para isso. ─ Explicou, lançando um olhar na direção da entrada do corredor.

Embora eu devesse concordar com ela, essa não era a minha intenção naquele momento. Estávamos exatamente no último corredor do segundo andar da biblioteca. Eu tinha acabado de nos localizar, e pude perceber que estávamos completamente sozinhos ali em cima. Apenas a presença de Angel e eu. Ninguém mais. Por isso, eu não concordei.

─ Meu amor, acredite. ─ Eu ri, fechando os olhos brevemente. ─ Eu jamais foderia você aqui se houvesse sequer uma pequena chance de sermos surpreendidos por alguém. ─ Abri meus olhos novamente e a encarei. Seus rostos ganharam um leve rubor em suas bochechas.

─ Damien, eu... ─ Ela desviou o olhar por um momento, antes de voltar sua atenção para mim.

─ Envergonhada, amor? ─ Sorri. ─ Não tenha. Apenas aproveite.

Suas mãos deslizaram até meu rosto, segurando-o suavemente. Suas unhas traçaram minha mandíbula lentamente, enquanto seus olhos percorriam cada linha do meu rosto. Seus dedos logo tocaram meus lábios.

─ Eu... ─ Ela fez uma pequena pausa, suspirou profundamente e então decidiu falar com convicção. ─ Permitir-me entregar a um demônio fará com que minha alma seja queimada ou esteja fadada a ir completamente para o inferno?

Não consegui conter a risada que escapou dos meus lábios enquanto a encarava intensamente. Coloquei minha mão esquerda sobre a dela, que ainda estava em meu rosto.

─ Não, loirinha. Você é a única pessoa que não desejo ver submetida às chamas do inferno, como se fosse insignificante. ─ Eu disse com a voz rouca, baixa, porém alta o suficiente para que ela ouvisse. ─ E também é a única que desejo ver gozar por minha causa.

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